Uma profissão, três histórias e o encontro

Escolhemos a mesma profissão e foi assim que nos conhecemos. Trabalhávamos na mesma escola e pouco a pouco ficamos mais próximas e confidentes. Tínhamos rotinas completamente diferentes. Eu ainda na época da faculdade, ela morando longe, mas mesmo assim sempre arrumávamos um jeitinho de bater papo, sairmos juntas após o horário de trabalho ou até dormirmos uma na casa da outra. Época que morávamos com os pais e não tínhamos tantos compromissos e cobranças. 

Um, dois anos se passaram e logo tive a notícia de que minha amiga casaria e mudaria de país. Dito e feito, aconteceu dessa forma. Pensei que não fôssemos nos falar tão cedo. Afinal, uma mudança de país muitas vezes faz com que as pessoas se distanciem, passem a viver completamente em outro mundo de ideias. Com ela não foi assim, começamos algumas correspondências por cartas, depois por email, até que surgiu o bendito skype. Vez ou outra tive notícias, de que mudaria novamente de país, a primeira gravidez e sobre a visita ao Brasil.

Nos vimos algumas vezes no Brasil quando foi visitar a família. Sempre do mesmo jeitinho, com o mesmo carinho. Comemorávamos o nosso encontro. Encontros esporádicos, mas sempre deixando boas lembranças e fotos encaminhadas por email. 

Muito tempo passou e após 11 anos também mudei de país. Eu na Alemanha e a Jas dessa vez em Hong Kong. Mais perto ou longe? Sabe-se lá... Em muitas das nossas conversas tive o apoio para começar a vida numa cultura totalmente diferente. Tivemos um encontro que aconteceu no meu primeiro ano de Alemanha e em comemoração ao aniversário de 2 anos do Felipe. Foi muito bom! Uma pessoa conhecida, um abraço e um apoio de uma amiga.

Logo tive a notícia de que mudaria novamente, dessa vez para a França e agora, há 1 ano e meio na Suiça. Mais perto! Sem sombra de dúvida! Hoje nos falamos freqüentemente e nossa amizade voltou com a força total. Uma amizade muito verdadeira e com muitos aspectos em comum. Agora, muito mais confidentes e, lógico encontros, ainda mais que estamos apenas três horas e meia de distância.


Último final de semana... Mesmo com o tempo ruim, o encontro foi ótimo entre nossas famílias. 

Tenho várias amigas queridas no Brasil, mas voltar a ter uma freqüência com algumas antigas por aqui faz muito bem. Digo isso, pois nos entendemos melhor, sabemos realmente quais são as dificuldades que temos, onde aperta o "calo" do sapato. Acho que com toda pessoa que mudou de país acaba sendo assim... Temos o mesmo desafio, no qual só muda o país, a língua e a cultura. Há sempre algo novo para aprender.

Nossos encontros além de favorecerem uma paz interior, uma felicidade e uma cumplicidade também possibilitaram momentos agradáveis entre nossos filhos. Os mesmos apresentam pouca diferença de idade e como todos são meninos acabam tendo muitos gostos parecidos referentes as brincadeiras.



Outra grande surpresa, outra história... Voltando ao tempo....

Éramos desconhecidas, mas estávamos em busca de troca, de mais e mais conhecimentos. Um aspecto em comum, nossa formação, nossa adoração por crianças e a sala de aula. Um dia, eu como formadora dando um curso, ela como participante ativa e entusiasmada. Conversamos e trocamos um tanto. 

O tempo passou e um dia recebi um email lindo, no qual tinha uma carta que relatava o tempo que estava morando fora do Brasil. Fazia um ano que estava fora, que havia casado e estava morando na Suíça. Sempre pensava como seria isso. Como o percurso da vida das pessoas podem mudar de uma hora pra outra. Sempre fiquei muito curiosa para saber sobre as escolhas das pessoas que conhecia e que moraram fora, que tiveram coragem de mudar totalmente a vida.

Um ano, dois anos, talvez três anos passaram. Não sei exatamente quanto... Um dia trocamos email e logo nos falamos por skype. Isso aconteceu logo que mudei para cá em 2009. Depois disso, apenas passou a fazer parte do meu rol de amigos no facebook. O tempo, a vida, a rotina não permitiram um contato maior. Sei lá sobre os reais motivos...

Em 2012 e próximo do nascimento do Lucas passamos a nos falar mais. Tínhamos um motivo especial e comum: teríamos o nascimento do filho no mesmo mês. Aconteceu assim... ambos nasceram com poucos dias de diferença.



Uma troca maior, constante passou a acontecer entre nós. Nunca fomos amigas íntimas, confidentes, mas sempre tivemos uma grande admiração. Tudo começou profissionalmente e hoje estamos morando perto e temos um tanto para trocar sobre o jeito de viver por aqui, sobre as dificuldades e a beleza que encontramos diariamente ao nosso redor.

Por falar em beleza, vocês viram nossos filhos juntos? Isso mesmo! Fizemos um encontro também no último final de semana. Foi uma maravilha! Minha admiração só aumentou pela pessoa bacana que a Bruna é. Além de tantas qualidades, dos aspectos em comum, ainda faz uma comida japonesa que dá água na boca. Ahhhh... esperam que vocês não fiquem com vontade.



Não só preparou um almoço especial para os pais, como para meus filhos também. Fez tudo com muito carinho.

Um encontro, após muitos anos. Uma amizade sendo fortalecida, no qual os laços se estreitam.

O melhor de tudo é quando penso nas voltas que o mundo dá, no percurso da vida de cada pessoa conhecida e nos possíveis reencontros. Talvez não seja à toa, sem querer, que as pessoas aparecem no nosso caminho...



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A visita, os passeios de turista e meus filhos

Após alguns meses após fazer uma visita ao familiares e amigos no Brasil tive o prazer de receber uma pessoa muito querida. Uma prima que adoro, no qual sempre nos demos muito bem. A mesma resolveu passear entre Suíça e Alemanha e nesse meio tempo ficar um final de semana conosco.

Nem preciso dizer o quanto é gostoso receber alguém depois de um longo tempo, receber uns mimos vindos diretamente do Brasil e também conversar, conversar muito em português. Conversar com alguém próximo, que tem a mesma cultura e princípios parecidos.

Recebê-la na primavera foi um presente para ela e também para mim, já que pudemos fazer passeios e ver a beleza dos jardins, das árvores, flores e até um clima melhor. Digo isso, pois o final de semana retrasado foi de sol e com uma temperatura muito gostosa.



Como é bom ter alguém que consegue olhar para além da simples natureza. Fotografá-la e sentir-se leve e feliz por estar num outro ambiente, bem diferente do que está acostumada # vida em São Paulo # trânsito # loucura # medo.

Às vezes tem pessoas que estranham, mas minha prima estava disposta a tudo. A conhecer e curtir intensamente cada momento ao nosso lado.



Juntas ficávamos encantadas com cada beleza da natureza que encontrávamos. Belas árvores, bichos de jardim e flores. Lógico que parávamos para fotografar tudo. Turista, sabem? Consegui me sentir novamente uma turista ao lado da minha prima.



O interessante de tudo isso é reviver algo que já aconteceu. Acompanhá-la para mostrar a cidade, os lugares que são os tops  - os mais vistos e conhecidos foi ótimo, pois passei a olhar tudo novamente, alguns lugares da mesma forma que antes, mas outros de uma maneira diferente. Tive um olhar ora de curiosidade para saber mais sobre o que está a minha volta, ora de alguém que já sabia totalmente a história.



O gostoso também de receber alguém é saber a visão que a pessoa tem sobre o lugar. Logo que mudei para cá, tinha lá as minhas dúvidas, todas as diferenças se sobressaiam o tempo todo. Totalmente outro lugar. Mas ouvir as impressões de outra pessoa faz a diferença. Ainda mais quando pontuam as coisas boas e nos apoiam em relação as escolhas.



Também fez parte levá-la para comer e saborear as delícias típicas da Alemanha. Por coincidência fomos a uma festa chamada Dult, no qual já contei uma vez aqui. Tudo muito diferente, desde as roupas típicas. Por falar em roupas, agora muito mais solta com o alemão, ou talvez mais cara de pau, também tive coragem de parar as pessoas na rua para tirarmos fotos.  Vejam só... Uma diversão!



Esse passeio todo de conhecer a cidade e ir na festa fomos sozinhas, pois seria difícil ver a parte histórica, conhecer as igrejas e todo o restante com as crianças. Tenho certeza que não agüentariam muito tempo.

Agora, também fizemos um belo passeio com todos os meninos. Optamos em levá-los no ZOO de Nüernberg, já que além de ser um dos mais pertos, também apresenta show dos golfinhos.

As crianças amaram... Lucas ainda não tinha ido ao zoológico e Thomas tinha ido somente quando era menor, por isso não lembrava de nada.



A maior aventura de todo o passeio para eles posso dizer que foi andar de trem. Foi aproximadamente uma hora no trem e todos na maior euforia.



Felipe ficou praticamente de guia, já que o tempo todo olhava no panfleto para identificar os lugares e dizer quais seriam os próximos bichos que olharíamos. Se bobear olhar no mapa do zoológico foi mais divertido que propriamente ver os bichos.

Agora, sair com os três realmente é um trampo. Vocês nem queiram imaginar... Minha prima Cristina que fale, não é mesmo? Além de todos os apetrechos que são necessários, quase uma mala de viagem, tem toda a logística com os três, com as fases e gostos diversos. Comer, trocar fralda, gerenciar quem está com sono, quem quer ver qual bicho, horários das atrações, do bonde, do trem, toda euforia realmente cansou! Mas valeu! Valeu muito a pena voltar a proporcionar passeios gostosos para os meus filhos, já que é nessa estação que conseguimos aproveitar mais ainda o lazer ao ar livre. E lógico que a companhia fez a diferença ajudando com os meninos e também com a diversão!

E assim como as más línguas dizem: são dois pais, temos duas mãos, dois filhos são mais fáceis de dividir e gerenciar, porém quisemos ir além, pois pouco desafio é bobagem. Não é mesmo!? Ainda mais morando fora do país de origem...

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Conhecer o mundo

Tem como não escrever, compartilhar e registrar esse momento tão especial na vida dos filhos? E a mãe babona então como fica...

Lucas está andando! Quase correndo pra falar a verdade! Logo após uma semana do aniversário começou a andar. Devagarinho, entre quedas, senta, levanta, hoje está andando e quando os irmãos estão por perto ou atrás dele chega quase a dar uma corridinha. O coração de uma mãe tem que ser forte mesmo, pois ver a cena do Lucas disparar a andar rápido, pois os irmãos estão atrás dele não é tranqüilo. Dá um receio de vê-lo cair, tropeçar... É uma grande emoção!

A verdade é que tenho que deixar as coisas acontecerem, afinal de contas é mais um aprendizado para ele. Cair, levantar, andar e correr fazem parte de todo o processo. Não é mesmo? Mas quem agüenta uma mãe super mega protetora...

Andando sabe que pode conhecer e explorar tudo que está ao redor. Não para mais um minuto. Vai de um lado para o outro, sobe no sofá, pega tudo que teoricamente não pode e ai se encontra a porta aberta do banheiro. Já sabem o que faz... logo corre para abraçar o vaso sanitário e colocar a mão na água.

Está numa fase muito bonitinha. Aquela que faz de tudo, pois imagina que acharemos uma graça. Interagindo cada vez mais com os irmãos, batendo palmas quando escuta uma música, apontando para tudo e dando tchau para as pessoas.

Um vínculo delicioso com os pais e com os irmãos. Ahhhh e o meu cabelo como ele adora! Não sei se corto curtinho ou deixo ele segurar para dormir. Uma mania que começou a alguns meses atrás e que continua. Adora segurar meu cabelo, acredito que além de lhe dar segurança, sabe que é uma forma de me segurar. Sair de perto fica difícil, pois arranca meu cabelo e dói... dói, viu!?

É uma delícia, está uma delícia curtir essa fase do meu menino. Nem imaginam a loucura e o amor que permeiam aqui diariamente...





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4 anos na Alemanha



Parece que foi ontem que escrevi os posts em comemoração aos 2 anos e depois 3 anos morando na Alemanha. O tempo passou rápido demais e hoje tenho tanto para comemorar, brindar, planejar e conquistar. Sabemos que a vida é assim, independente do lugar onde escolhemos para viver, mas realmente morar na Alemanha e ter uma família grande (três filhos, então posso escrever isso, não?) jamais passou pela minha cabeça anos atrás. 

Lembro bem da minha irmã e eu conversando sobre morar fora do Brasil. Enquanto morei no Brasil, nós duas trabalhávamos em escolas, no entanto minha irmã sempre soube aproveitar melhor o tempo para viajar e curtir a família. Eu sempre muito dedicada, com uma paixão além da conta pelo meu trabalho sempre me envolvia demais deixando muitos momentos, finais de semana e feriados o lazer e as viagens de lado. Também confesso que nunca tive o espírito muito aventureiro, preferindo na maioria das vezes fazer o trivial, o mais simples e tranqüilo possível.

Mas minha irmã não, após viajar para Londres, sempre sonhou em viajar, viajar mais e até morar fora. Além dessa vontade toda, minha irmã sempre foi fã de cartomante, de ler as cartas, de aprender a jogar tarô e tudo que envolve saber um tanto do futuro, mesmo que não seja a mais pura verdade. Então que em uma das consultas uma moça falou para ela que uma de nós duas moraríamos fora do Brasil. Eu, eu não! Sempre essa foi a minha fala, sempre dizia que tinha certeza que seria ela. Engraçado, pois nunca tive vontade, sempre criei raízes fortes no Brasil, com as pessoas e com tudo que estava ao meu redor. 

E hoje.... hoje estou numa condição totalmente diferente que imaginei um dia. Passaram-se 4 anos! Vocês conseguem imaginar um tanto do que já vivi nesse período todo? Foi um período longo de adaptação que só eu sei o quanto chorei, tive vontade de fazer as malas e voltar para meu país de origem. Foram inúmeras as dificuldades para conhecer e aprender um pouquinho sobre a cultura alemã e, ainda hoje, tenho muito para superar. Inúmeros foram os obstáculos para me virar com a língua, medo, vergonha de não saber, de falar errado. Enfim, a adaptação foi grande em todos os âmbitos já que tive que conhecer as estações do ano e aprender a reconhecer, aproveitar o que há de mais belo em cada uma; organizar meu tempo para dar conta das inúmeras tarefas que uma casa requer além, é claro, dos meus filhos. 

Cheguei somente com o Felipe na Alemanha. Hoje brindamos juntos nossa chegada! Agradeci a força que me deu para continuar e não desistir. Sabemos que um tanto fazemos por eles, para eles, esquecendo um tanto os nossos sentimentos. Mas foi bom! Felipe precisava dessa nova pessoa que me transformei e dessa mãe “24 horas”. Superei minhas expectativas e foi aqui que arquei com todas as minhas responsabilidades como esposa, como uma pessoa que aceita um desafio de mudança de vida e como ser mãe. Como mãe mesmo, pois não foi do nada que tomamos a decisão de ter mais e mais um filho. Em 4 anos de Alemanha mais dois filhos. 

Quisemos ter mais filhos, mas nesse meio tempo, com a decisão, com a diversão, com a gravidez de um, o nascimento e o período de dedicação exclusiva também sofri bastante. Tive dias de loucura total, sem saber por onde começar as inúmeras tarefas, tendo vontade de sumir e largar tudo. Tive dias que remoía as minhas escolhas, fechando os olhos, pensando em algo totalmente diferente para ver se realmente acontecia. Um duelo de sentimentos. Medo de deprimir...

Mas o dia a dia e todas as demandas mantiveram-me ocupada sem tempo para parar e sentar. Com isso, tudo foi acontecendo, os dias foram passando e hoje tudo está mais fácil, um pouco mais tranqüilo. Os meus pensamentos são outros. Vivo mais e melhor! Isso é fato e basta olhar para meu dia e tudo que está ao meu lado. 

O tempo ajudou, mas as pessoas também. Além do meu querido marido que sempre me apoiou e fez de tudo para me ver bem, também tive a presença constante mesmo que virtualmente dos meus familiares (minha mãe, minha irmã, minha sogra, Zara, cunhadas), de amigos queridos do Brasil (Leila, Adri P., Renata) e de muitas amigas espalhadas pelo mundo que por terem uma visão parecida me ajudaram muito (Jas, Bruna) e nesse caso incluo também as amigas que conheci através do blog (algumas que através dos comentários me ajudaram muito e outras que tornaram-se mais próximas, não é mesmo Cíntia, Alê, Rô, Dani, Gabi, Lu, Carol...)

Não consigo comemorar sem agradecer a ajuda que tive de todos vocês! Obrigada mesmo! De coração muito obrigada por cada palavra e cada ombro amigo.

Quando viajei para o Brasil no ano passado relembrei como era a minha vida, revi os lugares e hoje penso em tudo de bom que tenho. Realmente essa mudança foi uma oportunidade maravilhosa! Atualmente tenho dúvidas se largaria essa vida para voltar a ter aquela, aquela que ficou no passado. Sinceramente quase certeza que não... 

Dá saudades! Tenho muitas saudades! E quando reencontro uma pessoa querida da minha vida que atualmente está distante? Que dorzinha que dá. O coração aperta como aconteceu nesse final de semana ao reencontrar minha prima Cristina. Foi bom demais,  ouvir uma opinião, mas despedir foi triste também. Penso que isso sempre fará parte da vida, independente do lugar.

Agora, quero ficar com tudo que tenho vivido de bom com minha família, quero continuar abraçando meus filhos, acompanhando cada minuto ao lado deles, conhecer o que o país me oferece de bom, o que está tão próximo e o que ainda posso conquistar. Quero continuar com o pensamento de que aqui é o melhor lugar atualmente para viver! Que foi um presente não só para mim, como para meus filhos. 

Tive a prova de que as coisas boas podem acontecer, de que apesar das inúmeras dificuldades, os sonhos tornam-se realidade a partir do momento que abrimos as portas do nosso coração, dos nossos pensamentos e temos coragem. Em breve compartilho com vocês a grande conquista às vésperas dos 4 anos de Alemanha. A dica: tem haver com algo que sempre gostei de fazer, com a minha formação. Estou feliz! Feliz demais!

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Para guardar na memória

Diariamente as crianças aprendem e fazem inúmeras associações. Impressionante as sacadas e as relações que estabelecem sobre tudo que acontece ao redor. O que muitas vezes parece tão simples para nós, que demoramos um certo tempo para darmos conta sobre o que realmente aconteceu, para elas pode ser um grande mistério.

Thomas está na fase dos por quês? De repente, começou a perguntar, perguntar e hoje se anotarmos num único dia teremos uma lista enorme. Das perguntas mais simples, que respondemos rapidamente, a que nos leva a pensar a querer saber de onde surgiu a curiosidade, por que nesse momento, até as respostas desconhecidas.

Nas últimas semanas aconteceram algumas situações divertidas, no qual demos boas risadas ao compartilharmos um para o outro.

1) Papai e Thomas antes de irem ao mercado.

De repente Thomas olha para a blusa do papai e pergunta:

"- Papai, porque você já está de cinto de segurança?"

Logo papai olha para a blusa que está vestindo e tenta compreender...



2) Thomas e eu estávamos juntos no sofá. Sozinhos (com os irmãos dormindo), um minuto de chamego, só ele e eu, antes de ir para a cama.

De repente pergunta:

"- Mamãe, onde papai foi?"

"- Foi caminhar um pouco. Quis fazer uma caminhada aproveitando que o dia está claro e bonito".

"- Mas por que ele foi de caminhão?"

Logo demorei para responder.... A ficha demorou para cair! Tóóóói....

E lá veio ele com mais uma pergunta...

"- Por que ele não foi de carro?"

"- Ahhh Thomas ele não foi de carro, papai foi ANDAR um pouco".

Caminhão! Tratores! Os grandes atrativos do Thomas. Uma fase total de construção. Como não pensar em caminhar como caminhão?

Coisas simples e divertidas para ficarem na memória.

23

Despertando o interesse

Felipe a poucos meses de sair do Kindergarten (Jardim da Infância) vem demonstrando um interesse grande pela escrita. Algo que até então nunca havia sido cobrado por nós, imposto pelas professoras do Jardim da Infância, hoje quer escrever o nome dos irmãos, dos pais, dos brinquedos... No Kindergarten a única palavra que notei que aprendeu foi a escrever o próprio nome.

Outro dia enquanto organizava uma loja que venderia de tudo (brinquedos, livros, roupas, enfim, de tudo um pouco) pediu para ajudá-lo a escrever o nome dos compradores (todos da família) e também o nome dos objetos.

Interessante foi vê-lo emitindo os sons, as sílabas das palavras. Chamou muito a minha atenção ver o quanto tem a percepção das consoantes. Enfim, acredito que além de toda a parte silábica alfabética com valor sonoro de consoante (assim como classificam as fases da escrita segundo Emilia Ferreiro) seja uma grande influência do alemão. Felipe pronúncia todas as letras e após as sessões com uma Logopädie (fonoaudióloga) não deixa passar um som, todos são corretos. Realmente fez a diferença para ele, já que muitas consoantes no português são pouco pronunciadas, acabam sendo praticamente nulas, apenas fazendo parceria com outras letras e cumprindo um papel na escrita.

Logo a escrita ao meu lado suscitou um grande pensamento: Como será a alfabetização do meu filho? Primeiro em alemão, depois em português? As duas ao mesmo tempo? Pela experiência que tenho o melhor será o contato inicial com o alemão, para depois adquirir uma escrita fluente no português. Agora, será que conseguirei ajudá-lo?

Quero muito que seja alfabetizado nas duas línguas. No entanto, sei que terei um desafio interessante pensando que a partir de setembro Felipe terá lições de casa, um contato maior com as palavras, textos e letras, uma maneira talvez “tradicional” de ser alfabetizado.

Conhecer a maneira como ensinam, como acontece o processo da alfabetização, pensar somente em alemão, dando referências da cultura jamais passou anteriormente pela minha cabeça. Tenho uma visão tão diferente de como as crianças aprendem a escrever. Outra cultura, outro jeito de ensinar, outra concepção, enfim, imaginava que seria em outro contexto. Também muito por conta que não é a minha língua materna. Por isso talvez surgem todas as preocupações.

Agora, no que diz respeito ao tempo de cada criança isso foi muito respeitado e incentivado de acordo com os próprios interesses. Felipe sempre teve receio, sempre escolheu brincar, brincar, brincar, sempre arriscou pouco e hoje com todo o conhecimento adquirido, no ambiente escolar e no meio social, sem preocupação alguma fala, esforça-se para escrever as palavras desejadas buscando inúmeras referências, corrige os pais, o irmão e mostra-se um menino crescido, pronto para um novo desafio: o de aprender a ler e a escrever.

Que tudo aconteça realmente da melhor maneira para o Felipe.

Veremos!

10

Casar de novo

Que vontade que deu de fazer isso novamente. Após muito tempo sem ir num casamento tive uma oportunidade, ou seja, recebi um belo convite. Dessa vez aqui na Alemanha, casamento de uma pessoa adorável, admirável, porém nem tão próxima assim. Fiquei feliz da vida com esse grande evento social, afinal após quase 4 anos morando aqui foi o primeiro.

Adorei! Achei tudo muito diferente! Um casamento cheio de tradições. Algo marcante e realmente inesquecível para os noivos e convidados.



Para começar tenho que compartilhar que o tempo ajudou muito. A primavera, as flores e o lugar.... ahhh que maravilhoso para realizar a festa e que igreja bem localizada. Por sorte um final de semana com temperatura amena, no qual tivemos até a presença do sol.

Quanto a preparação e organização para participar desse evento não foi fácil. Marido, eu e os três meninos. Que correria. Conciliar o horário da cerimônia para não chegar nem um minuto atrasada, pensar em todos os detalhes que deveria levar para as crianças, dar almoço pra o Lucas, trocar todos bem próximo do horário. Ufa! Mas deu tudo certo!

De imediato nem imaginava como seria um casamento na Alemanha. Enfim, como as pessoas se vestem, se fazem penteado, o que acontece após a cerimônia. Tinha uma leve ideia de que as festas duram bastante. Que os casamentos geralmente acontecem pela manhã e durante o resto do dia é só curtição, isso se não acontecer de estenderem para um final de semana.

Conversei com uma pessoa, com outra e decidi a roupa e como faria o meu cabelo. Tinha uma ideia e quando fui para o salão todas as moças me olharam e disseram que não era bacana apenas fazer um coque e puxar uns fios. Ok! Ok! Logo solicitei novas ideias e olhem só o que fizeram com o meu cabelo (na foto anterior). Ficou bonito, diferente, como algumas pessoas disseram, penteado das alemãs. Sei lá! Esperava algo diferente, mas aceitei... Fora que tinha pouco tempo para ficar no salão, logo achava que seria mais fácil fazerem a minha ideia, mas não, preferiram um novo penteado.

Quanto aos penteados e roupas observei bastante durante a cerimônia. Tem pessoas que vão mais simples, apenas com uma escova, com o cabelo do jeito que usam no dia a dia, com calça social e também há aquelas pessoas chiquérrimas com salto e vestido longo. O agravante para essa escolha acredito que seja o clima. Lógico que com uma temperatura mais baixa dá vontade de colocar meia calça, meia, calça e casaco, o mais grosso possível. Mas não estava para tudo isso, então foi possível ver diferentes costumes.



Tem casais que optam em vestir os famosos e típicos "Bayerische Tracht", ou seja, essas roupas que vocês vêem na foto. Marido e eu ainda não viramos tão alemães ao ponto de comprarmos e usarmos essa roupa típica nas festas, mas nessa região é muito comum... Quem sabe um dia adotamos o uso também...



Além do lugar, as tradições e brincadeiras realizadas com os noivos chamaram muito a nossa atenção. Várias coisas diferentes comparadas aos costumes no Brasil. Uma mistura de casamento com chá de cozinha, sabem!? Só que tudo com um real significado.

Por exemplo, vejam essa gaiola com pombos brancos. Logo após a cerimônia ouve a seguinte explicação abaixo e a realização pelos noivos. Eles soltaram os pombos juntos!

"Os pombos brancos são tipicamente soltos em pares durante as cerimônias de casamento para representar a noiva e o noivo. Esses pássaros se unem para toda a vida e criam os seus filhotes juntos. Eles simbolizam a esperança de que o casal recém-casado também permanecerão fiéis, começarão uma família e viverão os seus dias juntos. A cor branca dos pombos significa libertação do passado e novo começo. Quando eles partem juntos, esses pássaros representam o início de uma jornada por uma nova vida juntos".



Outra tradição alemã é a serragem da madeira. Ou seja, "dizem que logo após a cerimônia de casamento, os noivos devem provar em público que estão dispostos a trabalharem em conjunto para vencerem as adversidades da vida conjugal. Assim, os noivos devem serrar o tronco de uma árvore com um serrote. Cada cônjuge segura o instrumento de um lado e com os convidados em volta, cortam a madeira ao meio. Para que consigam vencer o problema, os noivos precisam de persistência, vontade e trabalhoem conjunto. Enquanto um empurra, o outro puxa e vice versa, cada um cedendo ao seu momento. Essa tradição busca simbolicamente refletir sobre as dificuldades que virão e sobre a necessidade de ceder, buscando a solução dos problemas sempre juntos".

Além dessas tradições ainda tiveram outras, além é claro, das conhecidas como cortarem juntos o primeiro pedaço do bolo, tomarem champagne e dançarem uma valsa. Vi os noivos tomarem água e comerem uma fatia de pão, a brincadeira no qual consistia na noiva "fugir" e o noivo ter que procurá-la. Tudo isso e muito mais durante todo o período da festa. Infelizmente não acompanhamos passo a passo tudo que foi realizado, pois teve um momento que deu a nossa hora com os três meninos e fomos embora.

Deu a nossa hora pois estavam cansados. Imaginem um menino de 1 ano que está descobrindo o mundo e que não para mais no lugar, que só quer saber de andar... Outro menino com a perna quebrada, tendo que ficar ora no colo, ora no carrinho ou na cadeira. Um terceiro a mil por hora, cansado de tanto correr e brincar no gramado. Tem uma hora que esgotam as possibilidades. Além disso, tudo muito diferente em relação aos comes e bebes. O casamento foi na hora do almoço e o costume é iniciar a festa com os diversos bolos típicos e de casamento com café, água ou sucos. Somente depois e mais tarde que teríamos o jantar. Sendo assim, a minha reserva, na minha grande bolsa, não superou tudo, nem ao cansaço.



Quanto aos presentes geralmente os noivos pedem dinheiro, ou seja, um "Gustchein". Os convidados dão o dinheiro de uma maneira divertida, podendo ser simplesmente no meio de um cartão dentro de um envelope ou de forma que os noivos tenham trabalho sendo moedas, ou escondido no meio de espumas, como folhas de uma árvore, dentro de uma lata própria (tipo de leite condensado, no qual precisam abrir); enfim, há inúmeras possibilidades.

Como não sabia de toda essa variedade optei em juntar o útil ao agradável presenteando os noivos com um conjunto de porta retratos com diferentes fotos / representações do casal. Logo pedi para a Stasia Burrington (um desenho) e para a Luciana do Lalelilolu illustration (uma foto enfofurada). Vejam só! Coloquei as imagens nas molduras, o cartão e o dinheiro também.

Vamos ver! Espero que voltem da Lua de Mel e vejam logo os presentes. Estou curiosa para saber o que acharam...

Valeu! Adorei o convite! Foi muito bom! Juro que deu vontade de fazer algo parecido daqui uns anos. Quem sabe, hein!? E vocês, viriam ao meu casamento? :)

Consultas sobre as tradições - Google
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A Vida presente

O dia a dia é corrido demais, ser mãe de três realmente não é fácil, ainda mais morando fora do meu país de origem. Jamais teria ideia de como seria tudo, só vivendo mesmo para saber e ter todas as impressões. O que sei e posso afirmar é a alegria que a minha família proporciona, algo realmente inexplicável. Sou abençoada, muito sortuda e só tenho a agradecer... muito, muito!

Você que acompanha meu blog tem qual imagem/olhar sobre a minha vida? Que é fácil? Difícil? Que sou sortuda? Exibida? Chata? Triste? Alegre? Chorona?

Digo que não é fácil e que muitas pessoas daqui e do Brasil não se conformam e acreditam na mudança da minha vida. Não imaginam como QUE DOU e SE DOU conta de fazer tanto, tanto. Sei lá de onde tiro coragem, força e como organizo meu tempo para as inúmeras tarefas diárias. A verdade é que não sou perfeita, quem é? Faço um tanto, deixo o outro tanto a desejar.

Cada pessoa tem suas qualidades e defeitos também. Fazemos por merecer, algumas coisas acredito que caem do céu (são realmente inexplicáveis), outras são colocadas no nosso caminho (como algo do destino) e tem aquelas que conquistamos, pois corremos atrás.

Nesse tempo morando na Alemanha aprendi muito, sofri e chorei. Aprendi a valorizar coisas simples da vida. Passei a entender mais o outro e a não dar tanta importância para pequenos acontecimentos. Também a ocupação que tenho com meus meninos atualmente não permite.

Mas assim os dias passam, dias nos quais estou mais animada, preocupada, triste ou feliz. O que é natural do ser humano, entre altos e baixos. Agora, sinceramente apesar dos contratempos temos que olhar para a vida e identificar os presentes que recebemos diariamente.

Enxergo o tanto que já conquistei, o quanto corri atrás para obter pequenas pérolas e o que já me deram durante esses 30 e poucos anos. Quantos aprendizados, tantas pessoas maravilhosas que se fazem e estão presentes na minha vida. Algumas que reencontrei e outras que por simpatia aproximaram-se de mim.

Otimismo! Uma maneira de encarar os acontecimentos de maneira positiva. Olhar adiante e enxergar somente coisas boas. Tempo de primavera! De florescer, crescer, brilhar...

Agradeço a todos! Agradeço tudo que tem acontecido na minha vida, pois por mais que sejam obstáculos trazem um aprendizado. E os sonhos... ahhhh como é bom não deixar de sonhar e acreditar nas conquistas que podemos ter.

Tem hora: que parece um sonho, que fiz por merecer, que parece que caiu do céu ou mesmo que tinha que acontecer...

Um ótimo final de semana e desejo o mesmo para vocês. Que o tempo seja de realizações, conquistas e somente coisas boas. Afinal, diariamente ganhamos um presente da vida, basta olharmos ao redor, para nosso caminho.

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