Papo na cozinha



Estávamos preparando o jantar, Felipe, Thomas e eu....

Nunca vi tanta animação para me acompanhar na limpeza da casa, com o aspirador e vassouras. Assim como na cozinha, no qual basta dizer que prepararei o jantar, farei um bolo, para Felipe pedir para sentar na pia, para Thomas arrastar a cadeira dele para perto do fogão. Isso que é companheirismo! Adoro!

Então, que entre uma atividade e outra surge uma conversa, entre picar o tomate, cortar a cebola, surge uma explicação da parte da receita. Uma total interação, um interesse sem tamanho, uma alegria em ajudar a mamãe na cozinha.

1º Episódio:

“- Felipe, por favor pega a colher que caiu no chão”.

“- Ah, mamãe! Por que você falou Felipe? Porque não falou amor pega a colher que caiu....?”

“- Por que você não falou amor igual você fala para o papai?”

“- Ah.... então, tá! AMOR pega por favor a colher que caiu no chão para a mami!”

Na hora juro que não acreditei no que estava ouvindo, como eles prestam atenção, como os meninos disputam o carinho e o amor da mãe. Engraçado, pois com o Thomas acontece a mesma coisa, um abraço entre meu marido e eu, um beijo, para o Thomas olhar e começar a dizer:

“- Não! Não! Não!”

Como se diz, não pode fazer isso. Com minha mamãe não!!! A mamãe é só minha...

2º Episódio:

Enquanto a comida estava no fogo, uma pausa para as brincadeiras e, ao mesmo tempo, para a barriguda aqui.

E do nada, simplesmente no meio da minha espiada no facebook, nos meus emails, Felipe vira para mim e diz:

“- Mamãe, está tudo bem com o bebê?”

“- Sim, filho! Está tudo bem!”

“- O que ele está fazendo agora?”

“- Ah, acho que ele está dormindo! Está quietinho!”

Felipe se aproxima e coloca a mão na minha barriga. 

“- Tá!”

“- Mas mamãe, a mão dele está aqui?” (nessa hora vem perto da minha mão e faz que vai dar um beijo)

“- Não, filho! A mão dele está aqui (coloco as mãos na minha barriga). Fe, todo o corpo dele está na minha barriga, pois ele é pequeno”.

“- Ahhhh.... tá bom!”

Nessa hora fiquei pensando sobre a imaginação do pequeno Felipe. Engraçado pensar que o bebê ocuparia todo o meu corpo. Será que pensa que é como no filme Ghost no qual a pessoa entra e ocupa todo o espaço do corpo, cada membro, cada parte em seu lugar? rs 

E são essas simples falas, essa imaginação que nos surpreendem a cada dia. Um amor tão grande, uma relação inexplicável entre mãe e filho.

Só fico aguardando o que me espera... três meninos! Já pensaram?! Melhor, quatro....
 
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Pressão Alta na gravidez

Amigas, blogueiras, virtuais... muitas de vocês andam escrevendo comentários perguntando também como está minha barriga, a barrigona, o bebê e tudo mais já que daqui pra frente falta pouco, muito pouco. Além do mais, o tempo, ah... o tempo, como passa rápido.

Pois aqui estou para contar um dos episódios da última semana. Vocês sabem que já tem um mês que as consultas são periódicas, tendo intervalos de apenas duas semanas. Então, semana passada, tivemos consulta na quarta-feira. Para minha alegria, meu excelentíssimo marido não pode ir conosco. Isso mesmo! Tinha uma reunião no trabalho e a mamãe teve que ir sozinha com o Lucas. 

Abrindo um parênteses:

Lucas, isso! Esse será o nome do terceiro menino da casa. Gostaram? 

Na verdade, ficamos entre Christian, Nicolas e Lucas. Mas o maridão escolheu dessa vez.... gosta de nome curto. Ah, deixei ele escolher. Pelo menos uma vez, não é mesmo? Brincadeirinha, pois os três nomes chegamos num consenso juntos, mesmo tendo peso maior de um dos lados.

Fechando parênteses

Então, lá fui para o consultório sozinho. Você deve estar pensando que mal há nisso tudo. Pois é, não tem problema nenhum ir sozinha. Mas confesso que prefiro quando ele me acompanha, já que o meu alemão não é assim tão recheado de vocabulário que dê para tirar, perguntar tudo para a ginecologista. Mas resolvi enfrentar, falar do meu jeitinho, com erros e tudo mais.

Fiz todos os exames de costume e quando começamos a conversar e a mesma olhou meu caderninho, logo fez questão de medir minha pressão novamente. Achei estranho, pois fez uma cara não muito feliz. Conclusão: minha pressão estava alta. 

A médica ficou preocupada no momento, pois sabe-se que pressão alta na gravidez não é bom. Que a depender, há grandes riscos para a mãe e para o bebê.

Não havia notado nada, minhas mãos e meus pés nem estavam inchados assim; mas de qualquer maneira houve alteração. A pressão estava próxima, bem próxima do limite que poderia chegar.

Na hora a médica me examinou, fez também o ultrassom e falou que estava tudo em ordem. No entanto, que deveria voltar dentro de dois dias, na sexta-feira, para medir a pressão novamente. 

Imaginam como voltei para casa? Arrasada, triste e mais preocupada ainda. Havia pedido para ficar mais tranqüila, de repouso e tentar relaxar (coisa praticamente impossível falar para uma mãe de dois meninos pequenos, quando se tem um tanto de coisas para fazer numa casa, para organizar para a chegada do bebê). Mas juro que tentei descansar, pelo menos naquele dia.

Além disso, a médica havia dito que se sentisse qualquer dor no fígado ou mesmo dor de cabeça forte que deveria correr para o hospital. E o inconsciente como fica.... martelando, martelando, achando que a qualquer minuto pode acontecer alguma coisa.

Mas logo chegou a bendita sexta-feira e lá fomos nós ao consultório para medir a pressão novamente. Dessa vez com o marido junto, para qualquer problema, qualquer alteração ou pedido tudo ser mais fácil. 

Foi ótimo pois não tinha nenhum paciente e a atenção da médica, da enfermeira-secretária estavam voltadas para nós. Dessa vez, a pressão estava ótima, o exame de sangue e urina também. Tudo dentro dos conformes. 

A médica até brincou dizendo que poderia voltar tranqüilamente para casa e não ir direto para a clínica. Nossa, que susto! 

Achei a postura da médica muito consciente e de uma preocupação extrema, o que acredito ser muito bom durante a gravidez. Ela é o tipo de pessoas que faz além do que é necessário, que verifica tudo, tudo. Confio totalmente nela, apesar de não ser a mesma que realiza o parto. Mas com certeza no período do pré-natal é fundamental ter alguém assim. 

A mesma disse que provavelmente foi um pico de stress. O que na minha opinião foi tempo, pensamento, tarefas, stress = pressão alta. Disse também que deveria fazer tudo mais devagar, ponderando o tempo, as minhas tarefas...

E assim estou! Tem dia que sim, tem dia que não. Nesse momento a cabeça não para de pensar em tudo que tenho para fazer até a chegada do pequeno Lucas. Mas estou tomando cuidado, pois desejo que venha na hora certa, na hora que tiver que ser, mas com saúde, muito bem. E que assim seja...

Torçam por mim! Por nós! Tá! 

Volto, volto para dar notícias dos preparativos e de toda a organização que tenho feito nesse tempo todo.

E não esqueci... não esqueci de postar uma foto da barriga. Em breve, prometo!

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"- Momas!"



E não é que ele aprendeu a falar o próprio nome. Uma conquista maravilhosa, no qual é mais gostoso ainda ouvi-lo dizer: “- Momas!” (Thomas). Tá valendo, né?

Até então apontávamos, referíamos a ele e nada. Mas da noite pro dia aprendeu do seu jeitinho especial. Hoje faz questão de falar Mama, Papa, Pepe (Felipe), Oma (avó), Opa (avô) e experimenta outros nomes de colegas do Kinderkrippe (berçário).

No vídeo, parece que estávamos soprando no ouvido, mas realmente dispara e começa a falar apenas quando apontamos para as pessoas correspondentes.

Quem disse que precisávamos falar somente em alemão com ele. Thomas cada dia demonstra maior compreensão em relação aos dois idiomas e nesse momento já notamos que está ampliando o repertório. Ora em alemão, Trato (Traktor – trator), Bus (ônibus), Auto (carro), Apfe (Apfel - maçã); ora em português pu (xampu), pipi (piu-piu), oto (outro), bim (brincar).

Acreditamos que deslanchará rápido na fala. A relação que tem com as pessoas da escola e com os colegas estimula ainda mais. Fora que é uma criança bastante observadora, presta sempre atenção em tudo que falamos, conversamos entre nós e com o Felipe. Tem ainda as situações nas quais estimulamos que fale através das brincadeiras, leitura de histórias e músicas.

Por isso, tudo só confirma o quanto devemos permanecer com os respectivos idiomas presentes na família, no meu caso: português e alemão. Aos poucos, tudo faz sentido, adequam corretamente ao contexto, falam e expressam o que desejam.

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Revista Ser Mãe: Coluna Mãe de Longe

Para quem ainda não sabe desde o bimestre passado tenho uma coluna na revista Ser Mãe. Já escrevi sobre o Desafio de ser mãe em outro país e dessa vez foi a hora de falar sobre as adaptações em relação a alimentação. Enfim, como consegui adequar os alimentos que estava habituada no Brasil, quais foram as alterações realizadas...

Vale prestigiar esse espaço que tenho na revista e compartilhar com vocês. Quem tiver interesse e morar no Brasil ainda tem a oportunidade de conhecer a revista ao vivo e a cores que logo, logo estará nas bancas.

Você ainda pode curtir a página no facebook: http://www.facebook.com/#!/revistasermae e acompanhar as novidades.



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Felipe, o balé e lembranças da minha infância


Estávamos em casa, numa bela tarde de frio quando de repente Felipe coloca um Cd do palavra cantada e começa a dançar junto com o irmão.

Logo para em questão de minutos e começa a fazer passos do balé. 

“- Mamãe, sabia que a Sofia faz assim direitinho, sem cair...”

“- Ela faz balé!”

“- Ela me ensinou a fazer assim e novamente mostrou o movimento”.

“- Mamãe o que é balé?”

Contei para ele que também fazia quando era pequena, contei dos passos e de como são as aulas. 

Adivinhem o que perguntou?

“- Mamãe, posso fazer também?”

Nessa hora falei para ele que teríamos que assistir uma aula para ver se gosta, assim como já havia sido convidado por amigos para fazer futebol. Que teríamos que assistir algumas aulas (balé, futebol, música e artes) para conhecer e escolher uma que gostaria de fazer...

Incrível como se apegam ao que os amigos e amigas fazem na escola. Trazem para casa um tanto do que aprendem com eles. 

Eu fiquei surpresa, não pelo fato de meu filho questionar e pedir para fazer justamente balé com a amiga, mas pelo fato de ficar tão atento a tudo que os colegas falam, a tudo que a amiga da escola faz. 

Achei uma graça ele fazendo o passo do balé. Logo lembrei da minha infância, uma época tão gostosa, no qual vivi intensamente desde colocar a roupa pra ir ao balé, até as aulas e apresentações. Lembro como se fosse hoje da minha mãe me acompanhando nas aulas, eu me preparando para uma apresentação no qual cheguei até a ganhar uma medalha tendo o formato de uma sapatilha. Algo que marcou e que tenho até hoje guardada. 

Velhos tempos! Um tempo tão bom e que jamais voltará... Ah, ah não ser que seja através dos meus filhos, recordar esses momentos ao lado deles.

Agora deixarei o tempo passar. Quero mesmo que ele encontre, se interesse por algo para fazer. Na Alemanha tem excelentes aulas de música. Acho mesmo que meu filho seguirá para as Artes (música, artes visuais, teatro ou dança). Balé, por exemplo, por que não? Agora, futebol percebo que não é seu passatempo preferido.

E vocês, costumam decidir pelos filhos o que farão de curso extra ou esperam surgir o interesse?
  
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Meu pai, meu herói

Dizem o quanto os meninos são apegados a mãe, gostam de ficar junto. Verdade! Ainda mais quando são pequenos, gostam do colo, da presença e tem certas coisas que só nós podemos fazer. O mesmo costumam dizer do sexo oposto, o quanto as meninas se apegam aos pais. Já não tenho tanta referência assim.... Mais fácil, vocês mães de meninas, me contarem....

Acredito também que sejam momentos, fases do desenvolvimento no qual as crianças identificam-se ora mais com a mãe, ora mais com o pai. Além disso, temos que reconhecer que tem certas tarefas do dia a dia que a mãe faz melhor, tem mais jeito; enquanto o pai realiza outras. Acho que esse é o equilíbrio do dia a dia dentro de uma casa.

Isso vem chamando muito minha atenção, pois quando me dou conta já estou pedindo para o Felipe chamar, esperar o pai retornar do trabalho e, às vezes, mesmo sem querer, digo que o pai consegue fazer melhor isso ou aquilo.

Acho que tenho razão em mostrar, pontuar habilidades do pai, assim como nós mães que temos outras tantas, que damos conta de fazer duas ou três coisas ao mesmo tempo, que temos um jeito especial para lidar com certos acontecimentos da vida dos filhos (quando ficam doentes, adaptação na escola, fome e outras necessidades). Mas é melhor abafar isso, senão os pais ficarão sentidos...risos

Agora quando se trata de ter uma determinada força, uma certa ferramenta, alguns conhecimentos específicos para consertar um brinquedo, abrir outro para trocar a bateria; a quem vocês acham que meu filho recorre.... ao PAI. Eu mesmo incentivo a isso! Tem certas coisas práticas do dia a dia que assumo e falo para o Felipe que não consigo, que não sei. Na verdade, confesso para vocês que não tenho a mínima paciência. 

Assim, sem querer, meio que empurrando o pai torna-se o herói da casa, aquele que conserta tudo, que tem a força. Outro dia Felipe queria tirar uma bolinha de um brinquedo (estava entalada) e de jeito nenhum conseguia. Logo pediu para eu tirá-la. Acham que eu consegui? Nessa hora falei para ele que nem sempre conseguimos fazer tudo, que tem algumas coisas que precisamos de ajuda e nada melhor que esperar o super pai. Pra que fui falar isso?

Logo respondeu falando que queria o super pai, que queria ser o super Felipe. Será que falei alguma barbaridade? Na hora será que comparou o pai realmente a um super herói?

Eles se identificam desde pequenos conosco, somos o espelho da casa. Não é mesmo? 

Por um lado é tudo de bom, mas também todo cuidado é pouco. A depender da nossa postura, das nossas falas, enfatizamos algo que pode realmente não ser, não existir. Mas como fantasiar faz parte da idade, é bom imaginar, sonhar, pensar que de vez em quando um SUPER HERÓI ao nosso lado não faz mal nenhum...



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Blogagem Coletiva: Clima na Alemanha


O meu primeiro ano na Alemanha foi muito difícil. Primeiro pela questão da adaptação e segundo pelo clima. Chegamos em meados de maio. Aproveitamos a primavera, o verão e logo o inverno chegou... Bom, nem preciso dizer o quanto senti a diferença climática. Não é mesmo?

Hoje quase três anos vivendo aqui, após presenciar três invernos, nada é tão dramático, assustador e depressivo. Muito pelo contrário, admiro ainda mais a natureza e as estações do ano. Jamais tinha visto algo tão marcante e belo, realmente é assim que defino o clima na Alemanha.

Ter a oportunidade de ter quatro estações tão diferentes, definidas, com características e possibilidades de atividades e passeios tão próprios é bom demais. São estações que nos impulsionam a aproveitá-las de maneiras diversas, sendo necessário adequar as roupas.

A árvore do jardim nas quatro estações. Uma mudança significativa em cada uma delas... Uma beleza, um presente da natureza!

Nós aproveitamos ainda mais ao lado dos nossos filhos. Para as crianças tudo é uma festa, uma alegria radiante curtir cada uma delas. Isso vai muito além, já que passou a ser algo cultural, em todas as idades, aproveitar a neve, arrumar o jardim, decorá-lo com enfeites, cores próprias da estação e tomar sol nos lagos.

Fazendo uma breve retrospectiva, vejam algumas fotos e uma lista de possibilidades a depender da estação do ano:


 1) Construir bonecos, túneis de neve.
 2) Fazer guerra de bolas de neve.
 3) Andar de Schlitten.
 4) Praticar o Snowboard ou Ski.
 5) Realizar passeios pelas montanhas.
 6) Tirar poças de água formadas pela neve.
 7) Tirar a neve.
 8) Patinar em cima dos lagos congelados.


1) Voltar a realizar passeios curtindo o ar livre, a beleza das flores.
2) Observar os bichos de jardim, já que voltam a aparecer...
3) Aproveitar as festas típicas na cidade.
4) Voltar a freqüentar as belas sorveterias.
5) Passear de bicicleta.
6) Freqüentar parques de diversões, zoológicos, parquinhos.
7) Freqüentar parques aquáticos, com piscinas aquecidas e ao ar livre.
8) Procurar ovos de Páscoa escondidos no jardim.


1) Colher frutas das árvores (cereja, johannisbeere, framboesa, amora, plaume, zwetschgen).
2) Ir na plantação colher morango ou nos grandes sítios com diferentes árvores frutíferas.
3) Aproveitar os restaurantes ao ar livre como, por exemplo, os famosos Biergartens.
4) Brincar nos parquinhos, nas piscinas e lagos.
5) Freqüentar parques de diversões e espaços alternativos nas diferentes estações do ano (ex: foto - no qual no inverno as pessoas esquiam e no verão descem com carrinhos estilo corrida).
6) Fazer churrasco.


 1) Realizar passeios para observar as diferentes cores presentes na natureza (presença forte do amarelo, laranja e vermelho);
 2) Brincar com as folhas que caem das árvores (por exemplo, enterrando a mamãe);
 3) Aproveitar para brincar a vontade com a lama. Vestir a roupa própria (Matschhose) e a bota para andar na chuva, na lama.
 4) Visitar muitos parques ao ar livre.
 5) Enfeitar o jardim e a casa com objetos próprios e nas cores do outono. Além disso, tem uma série de enfeites relacionados ao Halloween.

Agora, é ou não bom demais viver em um lugar no qual aproveitam-se intensamente cada estação, mesmo tendo temperaturas mais baixas na maior parte do ano?!

Por falar em temperaturas mais baixas, não posso deixar de contar sobre a previsão do tempo no qual os alemães são muito apegados. Geralmente comentam que assistiram na televisão ou viram na internet. E se assim posso dizer, a previsão da temperatura é muito certa, cerca de 80%. Também quem dera, vivendo num país no qual as temperaturas baixas predominam um tanto, todos vibram quando dá uma esquentadinha, quando olham que o sol aparecerá.

Aproveitem também para conhecerem como é o clima nos outros países que participam do Mães Internacionais. Simples e fácil, clique aqui.

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INCLUIR, segregar ou abortar


Na semana passada escrevi um post referente ao Sistema de Ensino e um dos comentários, da querida Mariana, me impulsionou a buscar mais informações e escrever sobre a escola inclusiva. 

Já havia notado que na Educação Infantil do Felipe, por exemplo, só tem apenas uma criança com deficiência física e nenhuma criança com qualquer síndrome. Quero dizer, notável aos nossos olhos, pois acredito que toda criança tenha sua deficiência e mereça um atendimento diferenciado. 

Desde que cheguei aqui isso sempre me chamou bastante a atenção. Mesmo nas ruas, andando pela cidade, pude contar nos dedos quantas crianças eu vi com Síndrome de Down, com uma deficiência física, etc. Sempre tomo como referência o Brasil, país em que vivi por muito tempo, no qual acompanhei a entrada de muitas crianças com algum tipo de deficiência na escola em que trabalhei até vir para cá. Realmente o número é pequeno comparado com o Brasil.

Pesquisei sobre isso e outro dia em uma das visitas frequentes no consultório li um artigo que falava exatamente sobre o número de crianças com deficiências e o aborto. Logo me interessei e constatei que a depender das circunstâncias o mesmo é permitido. 

Eu fiquei realmente assustada com o percentual anual de abortos, 14% em média das gravidezes são abortadas. Um número considerável sob o meu ponto de vista.

O que leva a permissão dos abortos:

- Indícios de uma gravidez com problemas de saúde, físico ou psíquico, para a grávida ou para o filho. Detectado e falado pela própria gestante no qual há um acompanhamento e até o período da 12º semana tomam a decisão.

- Quando o médico percebe que haverá um risco, uma maior complicação para a mãe ou para o bebê.

- Violação: Estupro

Sendo assim, quando o médico detecta se haverá alguma questão específica, os pais podem optar por prosseguir ou não o período de gestação. Por isso, um número bem menor de crianças com algum caso de deficiência.

Agora, quando há continuidade, até pouco tempo atrás, era indicado que as crianças fossem para as escolas especiais. Elas sempre foram segregadas das demais, pois acreditava-se que as crianças tinham que ser protegidas da sociedade, que a sociedade também queria estar protegida de crianças deficientes. 

Somente agora, após 2 anos mais ou menos, que mudaram a ideia de segregação, no qual incluem também em escolas regulares. Sou da opinião que falta uma estrutura que inclua realmente essas crianças. Digo estrutura física e conhecimento profissional para lidarem com determinadas situações. 

Tenho um exemplo claro e bem pertinho, a única criança que citei que está na escola do Felipe, costuma brincar com ele e apresenta uma deficiência física em uma das pernas. Conversando com a mãe, a mesma relatou que um tempo atrás, o próprio Kindergarten sugeriu que o colocassem numa Escola Especial. Os pais não aceitaram a sugestão pensando realmente nos estudos, nos ganhos que o filho terá estudando numa escola regular. 

Agora, vejo esse caso como algo muito pequeno, apenas com uma deficiência na perna, no qual a criança requer alguns cuidados. Já os pais lidam e falam que o filho apresenta uma deficiência. Eles colocam perante a sociedade que o filho é deficiente, como se faltasse muita coisa, com inúmeros problemas. 

De modo geral, os alemães tendem a segregar, tendem a ser mais individualistas. Noto que é algo cultural, talvez devido ao histórico da guerra. Não estou criticando, apenas pontuando o que considero diferente no modo de olhar para a inclusão. É algo que vem de muito tempo atrás, no qual a mudança é vagarosa. 

Uma dificuldade grande para os pais, para a sociedade e para o país lidar com a educação inclusiva. Algo que o Brasil está bem adiante...


Nota: Ao escrever esse post, não podia deixar de citar uma amiga querida do Brasil, uma amiga que estuda e trabalha com formação de professores em relação a inclusão. Gunga, viu só! Muito diferente do Brasil. Por aqui foram pequenos passos dados até agora...
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Brasileiras pelo Mundo, Brasileiras na Alemanha

Outro dia mesmo escrevi sobre o jeito de ser do povo alemão. Falei o quanto os estrangeiros tendem a se ajudar, a se unirem nessa caminhada toda, se bem que tem alemães e alemães por aqui. Assim como todo lugar, há pessoas nas quais nos identificamos e fazemos amizades. 

Já falei um tanto sobre as minhas saudades do Brasil, do contato com as pessoas, do jeito de ser de cada uma delas. Não é a toa que sigo muitos blogs de mães que moram no Brasil, pois me identifico, gosto do jeito que contam e relatam situações vividas por lá.

Mas de um tempo para cá tenho que admitir que através do blog e mesmo dos Mães Internacionais tenho conhecido um tanto da realidade de muitas brasileiras que vieram morar em diversas partes do mundo (Holanda, Malta, Austrália, Itália, Slovenia, Irlanda, Hungria, Estocolmo, Finlândia...) e isso faz um bem tremendo. É muito bom conhecer o modo de vida, o olhar que tem para esse processo todo de mudança, sobre a adaptação e mesmo sobre as saudades de viver ou não no Brasil. Um conhecimento extra, um desafio para cada uma delas e uma troca constante e interessante. A gente aprende um tanto!

Tem ainda aquelas mães brasileiras espalhadas pela Alemanha, no qual por meio dos blogs, de pesquisas na Internet, de tempos atrás de convívio no Brasil, aparecem por aqui, só vindo confirmar o quanto há interesses, um jeito de viver muito parecido. Assim a vida segue, a gente se identifica com as pessoas, muda a rotina e também entra numa nova fase. 

Mesmo não querendo é natural que a proximidade da localização ou mesmo da vivência traga uma similaridade maior em relação a alguns aspectos do dia a dia. Um contato, uma aproximação e talvez até uma bela amizade.

Observando pouco a pouco os comentários deu uma vontade tremenda de localizar no mapa onde essas mães se encontram. Talvez um número pequeno, mas muito significativo de troca, de comentários, de experiências em comum. Espero que continue e que posssamos nos conhecer, assim como gostaria de conhecer muitas e muitas mães espalhadas pelo mundo, pelo Brasil afora.

As relações ampliam, o conhecimento também, o modo de viver, olhar para o dia a dia, as amizades, uma mudança gigantesca para todas nós! E assim como muitas pessoas dizem, precisa ter coragem, força de vontade e pensar adiante! Pensar para o futuro!

Um brinde a todas as brasileiras e especialmente as que moram em outros países...


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O despertar e o trem


Tem criança que acorda chorando, tem criança que acorda brincando, tem criança que acorda sorrindo, tem criança que acorda pulando, agora tem criança que acorda parecendo que dormiu com o “bumbum descoberto”, com o humor daquele jeito. Realmente tem jeitos para despertar, tem maneiras de ser muito diversas entre elas. 

Identifico isso na minha própria casa. Thomas acorda, algumas vezes chamando pela mamãe ou pelo papai, choramingando, mas logo que o tiramos do berço começa o dia sorrindo, brincando, falando e pulando. Após todo o descanso, desperta também toda a energia.

Já com o Felipe é muito diferente! Demora, demora mesmo para despertar e realizar as tarefas que antecedem o momento de sair para ir para o Kindergarten (Jardim da Infância). Uma “luta” diária, fazer xixi, escovar os dentes, tomar café, trocar de roupa então... O que a gente não faz, ajuda, veste, algumas vezes cede uma blusa ou outra que gosta muito, incentiva dizendo o que acontecerá de bom no dia. Mas para ele ao levantar fica a simples frase: “-Bom dia! O que tem de bom no dia?” 

E não adianta falar do horário, falar que estamos atrasados, que o papai precisa pegar o trem pra ir para o trabalho. Sabe por que? Ele tem respostas prontas do tipo: “- Então, hoje não vai de trem, vai de ônibus!”

Nesse tempo, considerando todas as manhãs, a gente acorda mais cedo, adianta um tanto de coisas, acorda o filho mais cedo (mesmo que o despertar demore para chegar), mas mesmo assim, quando vamos ver no relógio... o Tempo passou! Estamos praticamente em cima da hora! 

Tem certas coisas que nos tiram do sério. Ainda mais agora no inverno que não é tão simples assim sair de casa. Após todas as tarefas em si, tem ainda o momento de colocar todos os apetrechos possíveis (roupa de neve, bota, gorro, luvas). Por mais ajuda que haja, temos sempre que considerar mais alguns minutos.

E assim vai... todo dia, santo dia.... São raros os dias que acorda e faz tudo tranqüilamente, no tempo certo, sem ficarmos falando, dando aquele empurrãozinho.

Já chegamos a pensar que talvez fosse melhor se fosse para a escola no período da tarde. Outros momentos, pensamos que é apenas uma fase. Além disso, tem aqueles dias que o marido olha pra você e diz: “- Com quem será que ele parece? Tem alguém que faz igualzinho! Que gosta de acordar, despertar no maior sossego! Que gosta de ficar quieta e se animar sozinha para começar a falar, fazer as coisas!”

O despertar! Será mera coincidência? A graça de tudo é pensar que simples ações dos nossos filhos nos fazem olhar um tanto sobre nosso jeito de ser, sobre semelhanças que apresentam conforme crescem...

E enquanto isso, o trem passa! A gente altera os planos em função dos imprevistos, dos filhos!  
 
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Kinderfasching / Carnaval Alemão 2012

No ano passado contei sobre o Carnaval na Alemanha. Falei um tanto sobre a minha decepção comparado ao Carnaval do Brasil. Também como podia esperar tanto assim!

Por aqui não tem nada, mas nada tão similar ao Brasil. Pelo menos onde moro não tem trios elétricos, bailes de Carnaval, pessoas mega animadas pegando os carros para viajarem. Pra falar a verdade, nem feriado tem para os adultos. Semana que vem as crianças ficarão dois dias em casa e o marido vai ralar, melhor, trabalhar. 

Abrindo parênteses***

Isso não quer dizer que não tenha nada na Alemanha. Em cidades maiores como Colônia, Düsseldorf e Mainz tem uma grande festa de Carnaval.

Fechando parênteses***

Mas tudo bem! Depois que temos filhos a gente deixa de entrar tanto nessa festa, nessa bagunça toda. Gosta, mas até curtir, tendo filhos pequenos, aí já é outra história.

Já os filhos aproveitam, mesmo que seja diferente, pois é a referência que eles tem. Já tem dois anos que o Felipe aproveita as matinês, bailes de Carnaval para criança. Lógico que esse ano, com quase 5 anos, não seria diferente, seria muito melhor.

Além de um dia para curtir a fantasia, as músicas, os comes e bebes, as brincadeiras na escola; tem também todo ano num pequeno salão localizado aqui mesmo na cidade.

E vocês sabem como é cidade “grande”? Cof, cof.... rs Todo mundo se encontra no mesmo horário, no mesmo local todo ano. 

Foi assim... Thomas ficou em casa com o papai, pois não estava 100%. Então, fui com o Felipe. Para ele tudo é motivo de festa e alegria. Por mais que o tempo não esteja bom, que não seja aquela animação, curte e muito! 

Agora, confesso que acho fraco, fraquinho. Costuma ter uma banda para animar a criançada, tem também comes e bebes. Geralmente muitas mães participam fazendo bolos para serem vendidos. Tem também café com leite, sucos e água. 

Esse ano percebi que a banda era outra. No começo foi meio difícil, pois tiveram que cantar e propor muitas brincadeiras para animarem as crianças. Mas depois percebi que todo mundo adorou.

O mais gostoso de tudo é ver as crianças fantasiadas. Elas aproveitam mesmo! Geralmente são fantasias imitando personagens, como: bombeiros, policiais, enfermeiras, princesas, personagens de desenhos animados, filmes. Há também quem vai fantasiado de bicho, com aquelas roupas mais quentes, afinal o carnaval acontece no inverno, então tudo é possível.

Além das fantasias, como não tem tantas crianças assim, a banda aproveita para realizar inúmeras brincadeiras com as crianças, como: dança das cadeiras, dança em cima do jornal, dança com um parceiro e uma bexiga, trenzinho, entre outras. Além da animação com as brincadeiras, sabem o que eles tem? Uma caixa de balas que distribuem enquanto acontecem as brincadeiras. Literalmente jogam e as crianças ficam maluquinhas tentando pegá-las.

Não gosto tanto dessa parte! Aqui eles tem mania de balas para as crianças. Os velhinhos andam com balas nos bolsos, as pessoas dos centros comerciais também... Impressionante! A gente controla um tanto, mas em muitos momentos são inevitáveis.

Nossa sorte é que tem aquelas balas de gelatinas (as famosas balinhas de ursinhos), que não são assim tão calóricas. Mas mesmo assim, não deixam de ser doce. Então, já viram... Dá-lhe o controle dos pais.

Quanto as músicas, também são muito diferentes. Nada daquelas marchinhas gostosas do Brasil. No ano passado, me diverti muito, pois uma delas era a música do Gugu (Passarinho quer dançar). Posso com isso? 

Esse ano tinha uma música referente a Pipi Langstrumpf. Vocês conhecem? É daquela história da Pipi Meia Longa, já que aqui passa o desenho, as crianças adoram o filme e o livro.

Bom, compartilho com vocês a alegria do meu filho com a fantasia. Além disso, alguns trechinhos da festa. 

Criança brinca até em casa com fantasia. Uma diversão só! O irmão não podia deixar, também fez questão de vestir a fantasia reserva. Digo reserva, pois aqui a gente compra pela internet e paga somente depois. Então, para dar tempo e não correr o risco da fantasia não servir, acabei pedindo duas de tamanhos diferentes e devolvi uma só. Prático e fácil.
Felipe se divertindo com os apetrechos do policial. Sozinho durante a festa, telefonou, falou no megafone, fez questão de usar as algemas. Agora, também dançou, pouquinho, mas dançou...

Dança... Segue o mestro!


Dança em cima do jornal!


A hora mais esperada... o trenzinho!

Agora, se ficou curiosa para saber mais, ver mais vídeos e outras fantasias, clique aqui.

E vocês, também levam os filhos? O que mais gostam no Carnaval para as crianças?
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Blogagem Coletiva – Os melhores posts

A queridíssima Lívia do Viagens de uma Mãe de Primeira Viagem me convidou para participar de uma blogagem coletiva (Os melhores posts em 7 categorias) iniciada pelo blog Aprendiz de Viajante.

A ideia é selecionar, falar sobre nossos próprios posts, o que considero um tanto difícil. Mas vamos lá, tentarei:

1) O post mais bonito

Família, Decisão e Felicidade
Foi um post que escrevi rapidamente, palavras que vieram da urgência do desabafo, do coração. Um post que suscitou tantos comentários interessantes.


2) O post mais popular

1º) Foi o post referente ao sorteio: Mega Kit de Artes

2º) Um dia muito especial: Apesar do maior número de visualizações, teve apenas um comentário.


3) O post que gerou mais discussão / polêmica

São os posts que escrevi sobre a maneira que as coisas funcionam por aqui. Posts referentes a cultura e educação.

Seu filho toma banho todos os dias? 


Questionando o trabalho de Artes na Escola

Arte na Escola


4) O post que ajudou/ajuda mais gente

Difícil de responder... Mas acho que são os posts referentes a minha adaptação na Alemanha. Além desses, os posts que fala sobre a relação entre os meus filhos, como é bom ter mais de um filho (um incentivo para muitas mães rs).

2 Anos na Alemanha


Mami, cadê o Thomas?

Sentir-se filho único

5) O post cujo sucesso me surpreendeu

Três! Será demais? 

Me surpreendeu no sentido de ler tantas palavras amigas, de incentivo, de um empurrãozinho para frente de que tudo dará certo com três filhos.


6) O post que não recebeu a atenção que deveria

Vários... talvez por ser uma questão específica, que não pressupõe tantos comentários, exemplos do cotidiano em outras famílias.

Também por ser um registro maior de desabafo e não de discussão, troca com as amigas blogueiras.

Exemplos: O peso da barriga, ops.. quer dizer, nas costas!


Irmãos: mais abraços que choros?

7) O post que você tem mais orgulho

São os posts referentes aos passeios realizados com minha família. Momentos de grande curtição que merecem o registro.

Natal nas Montanhas


Alemanha – Feira de Natal no Castelo

 E você tem algum post que gostou muito? Conta pra mim... 

Agora tenho que indicar 7 blogs para continuar a blogagem. Farei minhas indicações, mesmo sabendo que tem pessoas que não gostam, que talvez não participem.

Mãe de Guri
Mãe do Bento
Meu Mundo em Palavras!
Para você, Antonio
Tudo do Tom
Minha Aquarela
Viagens de Primeira Viagem
 
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Apesar do frio, não estava tão encolhido assim...

31° semana: Notícias fresquinhas (fresquinhas mesmo, já que está bem frio)

* A barriga está crescendo, crescendo. Prometo em breve postar uma foto para todas vocês!
Engraçado que está muito diferente em relação a gravidez do Felipe e do Thomas. Ela não está pontuda e sim mais arredondada. Tanto que muitas pessoas perguntaram se eu tinha certeza que era um meninO. Dei risada, pois não tenho dúvidas disso. Acho mesmo que nasci para ser mãe de meninO e estou curtindo muito, amando. Pela facilidade, pelo valor inferior de gastos e....

* Ontem tivemos consulta. Eu, bebê e marido, pois ele me acompanha em todas. E foi aquela rotina básica, exame de urina, pressão, depois fiz pela primeira vez o CTG. Um exame que é feito nas últimas semanas, um ultrassom (como se fosse um eletrocardiograma) que mede os batimentos do coração do bebê. O objetivo é avaliar se durante alguma contração o coração do bebê continua batendo normalmente. Caso contrário, significa que há uma deficiência na oxigenação e o médico pode optar pelo nascimento prematuro através de uma cesárea.

Estava tudo bem com o bebê, quer dizer com o meninO. Isso mesmo! Após esse exame fizemos o ultrassom e vimos mais detalhadamente o corpo do bebê. Além disso, hoje sim, depois de muitas consultas confirmamos 100% que é um meninO. Hoje conseguimos ver tudo! TUDO!

* Você acha estranho ficar chamando de bebê, menino? Ah, também acho que já está mais que na hora de escolhermos o nome. Fiz aquela lista enorme, contei para vocês sobre os diversos critérios. Adorei todos os pitacos de vocês. Li um por um... Na verdade, não adianta pois quando temos algum nome na cabeça, o mesmo fica e não tem quem tire. Os primeiros foram: Nicolas, Chistian e Lucas (assim como contei, de longo tempo atrás). E agora, estamos conversando, cada um está dando seu palpite. Meu marido adora Lucas e eu gosto de Luca. Felipe gosta de Christian, eu também... Outros falam de Nicolas. Será que chegaremos num acordo? Ou será que aparecerá um quarto nome?

* O tempo está passando rápido demais, ou melhor, as semanas. Estou na loucura para dar conta de tudo que tenho para fazer. Ainda mais que de agora em diante as consultas, que serão de duas em duas semanas, me lembram que está chegando, que está ficando cada vez mais próximo do nascimento.

* É inevitável meus filhos não se darem conta que algo está para chegar, que o corpo da mamãe está mudando, crescendo para todos os lados (podem rir!!!!). Na verdade, nem engordei tanto assim...

Thomas: Está mais dengoso. Querendo a presença da mamãe para fazer tudo. Acordando no meio da noite e chamando pela Mama, mama, mama muitas vezes. Difícil o papai contornar a situação. No berçário (Kinderkrippe) me perguntaram se achava que ele sabia o que estava acontecendo. Vejam só? Você acha que um menino de 1 ano e 11 meses faz ideia? Acredito que perceba que algo está diferente, mas que não tenha toda a compreensão. Então, disseram que está brincando com as bonecas, com os bichinhos de pelúcia, chama de bebê, pega no colo. Fiquei pensando como será quando o bebê nascer, estiver pertinho de nós.

Felipe: Um crescido. Há poucos meses de completar 5 anos entende tudo que falo, que peço. Adora olhar minha barriga, passar a mão, dar beijo na barriga (como se fosse no bebê) e conversar com ele. Outro dia, vejam só:

“- Oi bebê!”
“- É o Felipe!”
“- Tudo bem com você?”
“- Ah, mamãe... ele não vai responder!”
“- Temos que esperar ele sair da sua barriga”.

Em outro momento, Felipe olhando um livro só com imagens (imagens e escrita em alemão) começa a falar: “- Mami, olha... você vai precisar de chupeta e muitas fraldas para o bebê!”

Todo atento!

Essa última consulta foi emocionante! Como é gostoso ver o bebezinho. Na verdade, considerando o tamanho, vê-lo por partes, já que não dá para ver o corpo todo de uma vez através do ultrassom. Foi tão maravilhoso, ao lado do meu marido, ver que estava tudo em ordem com o desenvolvimento, que está caminhando tudo bem. E que assim seja, continue... Uma sensação tão boa, uma felicidade espalhando-se no ar... E que ela contagie você,  para que tenha uma bela sexta-feira e um ótimo final de semana.

 
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Sistema de Ensino: diferenças e questionamentos

Faz um tempo que estava com vontade de contar sobre o sistema de ensino da Alemanha. Desde que cheguei tive notícias que era bem diferente do sistema de ensino no Brasil. Aos poucos li artigos, tive notícias pelas pessoas que conheci, aprendi um tanto no curso de alemão e hoje resolvi contar para vocês.

Além de compartilhar como tudo funciona por aqui trago as minhas reais inquietações já que tive uma formação completamente diferente. Além disso, sabemos que a nossa referência passa a ser o que é realmente conhecido e próximo. Geralmente é com base nisso que almejamos e sonhamos o futuro da formação dos filhos. Mas permanecendo por aqui tenho que considerar um outro sistema. Tenho que entender e ter clareza a respeito dos pontos positivos e negativos.

Então, segue um pequeno trecho retirado do site Deutsche Welle. Entre os trechos, estabeleço um diálogo com vocês sobre o que se passa em meu pensamento.

Normalmente, as crianças começam a freqüentar o jardim de infância (Kindergarten) a partir dos três anos de idade. A obrigatoriedade escolar existe a partir dos seis anos até a 9ª ou 10ª série, dependendo do Estado, e no máximo até os 18 anos.

Obrigatoriedade mesmo! É uma obrigação de ambos os lados, o governo estadual ou municipal é obrigado a oferecer vagas para 100% das crianças de um bairro e os pais obrigados a levarem as crianças à escola. Caso contrário, a polícia vai até sua casa para saber o motivo pelo qual a criança não está freqüentando a escola. Vocês já imaginaram a polícia batendo na sua porta?

Por outro lado é um incentivo, mostra a real importância dos estudos, uma preocupação futura com o cidadão.

Os jardins de infância são mantidos por igrejas, iniciativas particulares ou pela municipalidade. A mensalidade é calculada conforme os rendimentos da família, independente de o estabelecimento ser público ou privado. Durante seu último ano no jardim de infância, a criança “pré-escolar” (Vorschulkind) toma contato com letras e números, o que no entanto não pode ser considerado alfabetização como o pré-primário que conhecemos do Brasil.

Muitos estados oferecem às crianças esse ano de preparação para o ensino fundamental, através de brincadeiras educativas, para a criança ampliar também o conhecimento sobre a língua alemã. Mas não é só isso, pelo que observei nos corredores do Kindergarten (Jardim de Infância) do Felipe realizam atividades que antecedem o início da escrita, ou seja, atividades de coordenação motora fina. Um trabalho intenso de seqüênciação, formas geométricas, treino repetitivo da escrita de letras isoladas. Que tal? De início, com meu olhar torto, já deixo uma pergunta: Será mesmo necessário tudo isso? De qualquer maneira, mesmo observando muitos contras sobre esses tipos de atividades, esperarei pois a partir de setembro meu filho iniciará essas atividades. Então, prefiro voltar futuramente para argumentar e contar mais.

O ensino público na Alemanha é gratuito a partir da primeira série; paga-se apenas parte dos livros. Um semestre antes de entrar para a escola, a criança é submetida a um teste médico. Se forem verificados problemas no desenvolvimento psicológico, motor ou lingüístico, ela é encaminhada para possíveis correções. O primeiro dia na escola obedece a todo um ritual, do qual participa a família inteira.

Com isso, mostra-se o quanto o Kindergarten (Jardim da Infância) tem um papel importante na preparação das crianças para a entrada no Ensino Fundamental. Tudo começa a fazer sentido, pois realmente há uma “cobrança”.

A forte presença da Igreja na sociedade alemã é sentida nestes momentos. Em muitas escolas, antes da distribuição em classes e o primeiro contato com o professor, realiza-se um culto ecumênico na paróquia mais próxima. Outra peculiaridade é a Schultüte (cone colorido, oferecido às crianças no primeiro dia de aula), cheia de presentes e doces.

De tradição o Schultüte (cone colorido), as crianças preparam antecipadamente para levar no primeiro dia de aula. Acredita-se que o gesto incentiva a ida para a escola e ajuda a tomar o primeiro dia de aula mais prazeroso.

Pelas notícias que tenho é a maior curtição entre elas, no qual muitas confeccionam o cone em suas próprias casas, outras compram. Gostam de mostrar para os colegas no primeiro dia e se divertem comendo muitos doces. Um marco de entrada no Ensino Fundamental, assim como o estojo e a mochila.

Escolas secundárias

Ao encerrar o primário, a criança começa a ter definida a sua orientação profissional. Conforme o desempenho dela nos primeiros quatro anos de escola, a professora sugere aos pais o tipo mais apropriado de escola secundária. Há três opções:

─ Hauptschule, em que os alunos recebem uma formação geral básica. Após a conclusão, encaminham-se geralmente para uma formação profissionalizante que os habilita a exercer um ofício ou uma atividade na indústria ou na agricultura. Dura de cinco a seis anos.

─ Realschule, que habilita a freqüentar cursos mais adiantados em escolas profissionalizantes, escolas secundárias vocacionais ou o segundo ciclo do ginásio. Dura seis anos.

─ Gymnasium, que dura nove anos e propicia uma formação básica mais aprofundada. O certificado de conclusão, o cobiçado Abitur (de importância semelhante à do vestibular brasileiro), habilita para o acesso a uma universidade ou escola superior. Até um certo ponto, o sistema é permeável. Conforme o desempenho do aluno nos dois primeiros anos na escola secundária (5ª e 6ª séries), existe a possibilidade de se transferir para uma escola de tipo diferente da escolhida originalmente.

Existe ainda a Gesamtschule, que integra os três tipos numa só, bem como escolas com outros tipos de currículo, dependendo do Estado.


Vocês conseguem imaginar seu filho sendo direcionado para um dos tipos citados acima? Uma influência da equipe de professores, da escola que direcionará os estudos e o futuro profissional de cada aluno.

Por um aspecto é cedo para os alunos tomarem a decisão sozinhos, afinal tem apenas 10 anos de idade. Nesse caso, há uma boa orientação a partir das observações e notas obtidas. Além disso, sabe-se que no Brasil há muitos alunos que chegam no 9º ano sem saberem exatamente para qual área profissional desejam caminhar (biológicas, humanas ou exatas).

Outro fator que deve ser considerado é que a depender da escolha do aluno o mesmo pode “sofrer” para finalizar os estudos, demorando mais anos do que o previsto para a conclusão do curso na Universidade. Por ter escolhido um curso que exige um tanto a mais das próprias capacidades.

Também há outro aspecto que diz respeito ao salário. Independente da área e tipo de escola secundária realizada, todos as pessoas saem com conhecimentos para exercerem uma profissão, no qual há pouca diferença salarial. A grande maioria estão na mesma faixa.

Não tenho uma opinião formada se é melhor ou pior. Apenas é um sistema de ensino diferente no qual a princípio consigo enxergar alguns pontos a serem considerados. Agora, talvez tenha muito mais a escrever, falar a partir do momento que meu filho ingressar no Ensino Fundamental I.

E você, o que pensa a respeito? Já ouviu falar sobre esse Sistema de Ensino?

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Blogagem Coletiva: Relato de parto do meu blog


A equipe do Mamatraca propôs uma Blogagem Coletiva para todas da Blogosfera Materna e lógico que não podia deixar de participar. Mesmo que já tenha contado em etapas todo o surgimento do meu blog, desse espaço que tornou-se tão importante para mim.

Vale uma retrospectiva para quem ainda não conhece. Então, compartilho com vocês o que considero mais relevante até o dia de hoje e lógico que há novos pensamentos e acontecimentos marcantes:

Escolha do Nome: Queria algo que marcasse a mudança para a Alemanha e também os acontecimentos da minha família, principalmente a relação entre meus filhos. O nome Nova Vida, Vida Nova surgiu de uma conversa com uma amiga do Brasil, no qual gostei das sugestões, pois correspondiam as minhas intenções.

Nova Vida: Engravidei logo que cheguei na Alemanha e ganhei uma nova Vida na minha família. Alguém que chegou para alegrar ainda mais a família. Um outro filho, uma parceria entre irmãos.

Vida Nova: É praticamente uma Vida Nova morar num país até então desconhecido. Passei a ter uma vida muito diferente.

Por que de um Blog: A princípio foi para compartilhar acontecimentos e fotos com os familiares e amigos distantes. Além disso, foi uma forma que encontrei de relatar o modo de vida, numa cultura totalmente diferente, desabafar, criar um diálogo comigo mesma. Uma forma de pensar, avançar sobre o dia a dia, sobre a vida de ser mãe. 

Layout: Um presente, um desenho que marcou, uma história criada.


Benefícios de ter um blog: Alegria, satisfação, entretenimento, busca de informação, troca, amizade, parceria. Jamais estou só, pois tenho as amigas blogueiras virtuais. Mesmo a distância, muitas vezes mostram-se muito próximas. Adoro!

Quem sou eu: Uma página criada para as pessoas me conhecerem, falarem sobre quem sou eu, apontarem qualidades, defeitos e registrarem opiniões e impressões.


Primeiros comentários a gente não esquece: Os primeiros foram das pessoas conhecidas e próximas. Aquelas que querem te colocar pra frente, te dar todo apoio. Foi de uma tia, uma super amiga. Agora, das parceiras blogueiras, foi da Nadja e também da Dani Gouveia. Fiquei surpresa de ver quanto tempo elas me acompanham. Muito bacana! Em seguida, surgiram das amigas virtuais, mães internacionais e muitas do Brasil. Hoje percebo que talvez haja mais das amigas virtuais que moram fora do Brasil. Mas sou fã de muitos blogs das amigas que moram no Brasil. Então, sigo uma, duas, três... sempre na hora que dá estou lendo os posts.

Blogueiras que conheço ao vivo e cores: Pouquíssimas, na verdade uma... Anne do Super Duper.

Blogs que acompanho sempre que posso: Que passaram a fazer parte da minha leitura diária. 


Mensagem para todas as mães, amigas blogueiras virtuais, amigos e familiares: Vocês são as pessoas amigas, parceiras que lêem com freqüência o que escrevo. Criaram um diálogo comigo, comentam, opinam e discordam. Colaboram tanto suscitando grandes reflexões. Aprendo muito também a partir das leituras e relatos de experiências. Uma troca constante e de grande significado. Que assim continue...

Mas o simples fato de escrever, relatar minhas experiências, meus pensamentos me faz um bem enorme. Vocês não imaginam.

Ter um Blog é bom demais! Um registro da vida, dos acontecimentos diários, sobre ser mãe, ter filhos. Um círculo vicioso entre escrever, ler os blogs das amigas e comentar.

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Irmãos: mais abraços que choros?


Felipe e Thomas estão cada dia mais crescidos, relacionando-se nos momentos de brincadeiras e criando um diálogo interessante.

Uma relação permeada por beijos, abraços, risadas, sorrisos e muita cumplicidade. Um conhecer o outro e fazer questão da presença. Irmãos! Um sentimento que vai sendo construído durante o convívio diário.

Mas se por um lado já contei muitas vezes aqui sobre a graça da relação entre eles, da alegria que dão para nós; por outro de um tempo para cá tudo tem mudado significativamente, a ponto de suscitar grandes reflexões e também intervenções da nossa parte.

Felipe é muito carinhoso, sensível e perceptível ao ponto de questionar, querer saber como estamos nos sentindo no dia. Com o irmão não é muito diferente, sempre carinhoso, adora dar beijo, abraço e conversar com o mesmo. Diariamente podemos vê-lo criando um diálogo do tipo: 

“- Oi Thomas! Você quer ouvir minha música?”
“- Thomas você gostou de colocar fantasia hoje na sua escola? Foi tudo bem?”
“- Você está melhor?”
“- Dormiu bem?”

Algumas falas que cria e outras que reproduz exatamente igual aos pais e professoras; mostrando-se assim parceiro, amigo e interessado em saber sobre o irmão.

Ao mesmo tempo, Thomas gosta de tudo que o irmão faz, responde com simples palavras, com gestos estabelecendo também uma troca. Já tem um jeitinho especial de chamar o irmão “Pepe”, gosta de dar beijos e faz questão de ficar por perto. Gosta muito da presença dele. Irmão maior, no qual a imitação e o aprendizado estão presentes. Um super modelo de atitudes.

Então, que mesmo com esse carinho todo as brincadeiras tem tomado outro rumo. O que era apenas proximidade, observação do outro, diversão, passou a ser uma relação mais constante, de troca, tumultuada, de disputa, de puxa aqui, empurra ali, devolve, é meu... Conseqüentemente de briga, choro e mil intervenções dos pais.

A realidade é que Felipe está com um brinquedo e logo Thomas quer o mesmo, faz questão de tomar o espaço, retirar da mão dele e sair correndo. Thomas mostra-se pouco delicado, indo para cima do irmão sem medo algum, de um jeito mais bruto, enfim; sem noção de até onde pode ir. Limite pra que? Pra que receio do tamanho que tem?

Felipe nesses momentos fala apenas uma vez solicitando que Thomas atenda seu pedido, caso contrário, parte pra cima. Sabem aquela fúria de minutos, melhor; segundos. Isso mesmo! Muito bravo, em questão de segundos empurra o irmão, vai pra cima, em alguns momentos indo em direção a fim de dar uma cabeçada, isso quando não surge um tapa de leve. Paciência! Isso não! Ensinar o irmão, ahhh muito difícil!

Com isso, os momentos de brincadeiras passaram a ser supervisionados o tempo todo por um de nós. Uma preocupação, pois nos perguntamos de onde vem esses segundos de fúria. Uma defesa imediata e algumas vezes tão agressiva. 

Bater, levantar a mão não faz parte dos costumes da família. Geralmente conversamos, uma, duas, três até sugerirmos que haja uma separação por um tempo entre eles. Temos conversado muito com o Felipe para que entenda um tanto de que o irmão é pequeno, que não compreende algumas coisas, que deseja o que ele tem no exato momento. E com o Thomas também, pois não é porque tem apenas 1 ano e 11 meses que não sabe o que está fazendo, já que muitas vezes dá até uma risadinha do tipo, viu só? Fiz mesmo! Tudo faz parte da brincadeira.

Mas como são difíceis esses momentos, o que me parece natural entre irmãos. Não? Ensinar a melhor atitude para os filhos, fazer com que compreendam as características da fase que ambos se encontram. Tudo requer muita intervenção! Muita mesma para favorecer que haja mais abraços que choros. E enquanto são pequenos, isso é possível?
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Vive-se bem todas as fases! Simples assim...

Sempre me deparo com velhinhos, pessoas idosas caminhando pelas ruas; andando de bicicleta (isso mesmo!) seja com motor ou a simples e velha conhecida; fazendo compras no supermercado; arrumando o jardim; entrando no ônibus; enfim, realizando inúmeras tarefas do dia a dia. 

Um dia ou outro penso sobre essa questão, sobre a vida que eles tem aqui na Alemanha. Mas o que suscitou a vontade de escrever foi ver um idoso, lá pelos seus 70 anos, praticando o exercício de tirar neve da frente da garagem, da calçada. E quem já fez isso, sabe que a depender da quantidade, não é uma tarefa tão simples assim. Exige um tanto de esforço. Nessas horas fiquei pensando como são independentes. Como abraçam para si as atividades do dia a dia.

Considero isso muito diferente da maneira como os idosos, velhinhos vivem no Brasil. Não preciso de grandes referências, pois observo meus avôs. Minha avó, por exemplo, dificilmente sai para fazer compras, andar de bicicleta... Quando chegam em certa idade olham para a vida de outra maneira, mas também acredito que as condições, a estrutura e ritmo sempre foram bem diferentes.

A cultura, a estrutura física feita para atender a população e a organização dos serviços públicos propiciam que as pessoas arrisquem, sigam em frente e sejam realmente independentes. Há um grande sentimento de individualidade, embora tenham familiares, sempre estão pensando, agindo por si só. Elas aproveitam muito a vida, para passear, curtir o que tem de bom em cada estação do ano, pois a grande maioria tem uma saúde de ferro! Que bom!

Além disso, se tem outro fato que não assusta e dá mais um impulso é a questão da segurança. Aqui não precisa ter medo se esqueceu o carro aberto, deixar o filho brincando no jardim com o portão aberto, cuidar tanto da bolsa que está no ombro, de preocupar-se o tempo todo, desconfiando da pessoa que está ao seu lado. E realmente isso passa a ser importante pra se ter qualidade de vida. Agora, 100% esse sentimento ainda não tenho, pois sempre morei no Brasil, então sempre haverá uma desconfiança de que todo cuidado é pouco.

Com isso tudo há qualidade de vida, toda a estrutura te convida a viver intensamente, a aproveitar tudo que tem de bom pelas ruas, pela cidade e pelo país. Mesmo com tantas diferenças, tem um clima que paira no ar, que suscita um caminhar de maneira diferente, mais leve, melhor aproveitado, sem sombra de dúvida, sem a correria e influência de inúmeros acontecimentos sociais, políticos e culturais.

Então, é natural que as pessoas vivam pra si, sejam mais família. Será que vocês conseguem me entender? Toda cultura e organização incentiva que haja maior união, maior cumplicidade entre o casal. Enfim, que viva-se melhor!

Meu marido e eu hoje aproveitamos mais, mesmo com a correria do dia a dia com os filhos. Tem também o fato de não trabalhar fora, mas independente disso, o ritmo é outro. Olhando todos os velhinhos, os casais idosos, enxergo tantas possibilidades, tantas condições que favorecem um viver bem. E dessa forma espero, espero olhar para o dia a dia como eles, curtindo o que tem de bom, envelhecendo ao lado do meu companheiro, alguém que escolhi para andar de bicicleta junto comigo, para viajar, para tirar a neve do jardim, para caminhar pelas ruas, enfim, para ser feliz. Simples assim...

P.S: Agradeço imensamente o selinho que ganhei da Carol do Meu mundo em palavras e também da Mãe de Três do Mãe da Hora. Já fiz minhas indicações, basta olharem na página dos selos.

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"Menina acalma menino!"

Como é bom o relacionamento entre crianças, quando menino brinca com menina. Já falei aqui sobre brincar com menina e estou tendo a oportunidade de presenciar inúmeras situações. 

Felipe de uns tempos para cá passou a falar muito a respeito de uma amiga da escola. E realmente é uma graça ouvir seu filho trazendo notícias de que brincou com a amiga, de que a mesma faltou na escola, contando fatos do dia a dia sobre a vida e família.

Então que entre os inúmeros colegas que freqüenta a casa para brincar resolveu que gostaria de convidá-la também. E assim foi... já tiveram o terceiro encontro. Sendo a primeira vez na nossa casa, a segunda Felipe foi até a casa dela e ontem novamente Sofia veio brincar com ele.

Criança faz festa por tudo, adora marcar no calendário, dá o maior sorriso em pensar que chegou o dia do encontro. Felipe é assim, dá pulinhos e mais pulinhos de pensar nos encontros com os amigos fora do ambiente escolar.

E nesse meio tempo, como gera aprendizado essa relação entre eles. Brinco que menina acalma menino, mas realmente é fato que as brincadeiras, a relação é outra. Parece que já nascem sabendo sobre o jeito de ser de uma menina, as preferências e cuidados que exigem durante a troca entre eles. Foi surpreendente vê-lo falando saúde para ela, após um espirro. Um lindo, não é mesmo? Nessas horas só mostram o quanto já aprenderam sobre o conviver, serem educados ao dizerem palavrinhas tão simples, na verdade nem tão simples assim, já que falou em alemão Gesundheit (saúde). Deixa de lado um tanto da correria, de um pegar o outro, das mudanças repentinas de brinquedos, para sentar, brincar junto, tudo mais calmo, tendo conversas e maiores combinados entre eles.

Da mesma forma que brincam juntos e adequam as inúmeras brincadeiras, ora cedendo as vontades um do outro, ora dizendo sobre as preferências, tem também aqueles momentos nos quais brincam por um tempo sozinhos, apenas observando um ao outro. No outro dia, quando fui buscá-lo na casa dela foi fantástico vê-la de fantasia de princesa, brincando com fivelas, pulseiras; enquanto Felipe brincava com a pista de trem. Ontem aconteceu a mesma coisa, enquanto ele brincava com os carrinhos na pista, Sofia brincava com o cachorro de pelúcia do Thomas, que late, anda e só falta falar...

Momentos juntos, ora separados! Mas que propiciam um conhecer, um aprender com o outro. 

E brincaram, brincaram com o cachorro. Felipe ensinou com a maior paciência direitinho como fazia para o cachorro segurar o osso, para andar, latir. Depois brincaram de montar algumas esculturas (com peças de tamanhos e formas variadas), no qual um tinha que adivinhar o que o outro havia feito; depois de quebra-cabeça cada um montando uma parte e juntando tudo no final, ora encontrando uma peça para o outro; com carrinhos, pois ela teve que ceder as vontades dele; com memória, com jogos que envolviam objetos e imagens de polícia, bombeiro e ambulância. Uma diversão para os dois! 

E no final do encontro a fala da Sofia foi: Outro dia podemos brincar juntos de novo. Quero brincar de novo com o cachorro. E o dia terminou com a alegria do Felipe contando para o papai tudo que havia brincado junto com a Sofia.

Dessa forma é o dia a dia das crianças, uma brincadeira sem fim, um aprender com o outro da maneira mais gostosa possível. A vida é uma graça. Mesmo! (assim como a Carol sempre escreve aqui, uma frase que ficou em minha memória, que não esqueço).

   
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As delícias de um bebê

Total momento de transição entre um quarto e outro. Thomas em breve dormirá no quarto com o irmão e estou naquele momento de mudar as roupas de armário, pensar em todos os ajustes possíveis para acomodar os dois no mesmo espaço. E o principal começar a organizar tudo para o bebê que está a caminho.

Separando roupas guardadas que foram usadas pelos meninos fiquei pensando que muito em breve terei um bebezinho em casa. Novamente um bebê! Mesmo porque Thomas ainda é pequeno, exige um tanto de cuidados, mas já mostra-se bastante independente para uma série de coisas.

E nesse meio tempo me deparei com uma vontade imensa de olhar fotos dos meninos, de recordar um tanto que foi vivido durante o primeiro ano de vida de cada um.

E me falem se tem algo mais delicioso que um bebê. Nessa retrospectiva compartilho com vocês as maiores delícias de ficar grávida, ter um bebê, um bebê novamente em casa.

Sentir uma vida dentro de mim. Isso é emocionante. A possibilidade de sentir o bebê mexendo e poder convidar os irmãos, o marido para sentir também.

Arrumar o quarto do bebê. Pensar em toda a decoração, pois amo essa parte. Só queria ter mais condições para fazer isso sempre nos quartos dos filhos. Adoro arrumar, olhar revistas de decoração e freqüentar diversas lojas.

Lavar todas as roupinhas do bebê e organizá-las nas gavetas.

Organizar os bodys. Vestir o bebê cada dia com um tipo. Se tem um peça que acho prática por conta de segurar a fralda é o body. Além disso, acho lindo! Tem uma variedade imensa que ora deixa o bebê com cara de menino, ora total bebezuco.

Amamentar. Uma relação ímpar, um contato de pele com pele, de conhecer o outro, aproximar-se e de total carinho. 

Dormir no peito da mamãe ou do papai: Tem momento mais precioso após uma mamada que deixar o bebê deitado no peito para começar, tirar aquele soninho. Um pacotinho tão gostoso de termos bem juntinho!

Banho: Uma alegria de todos que assistem ao ver o contato do bebê com a água. Quando o mesmo passa a curtir esse momento tão relaxante e prazeroso.

O contato com o próprio corpo. Quando coloca a mão na boca, quando se esforça para alcançar o pé, depois trazê-lo até a boca. Qual bebê nunca fez isso?

Quando começa a perceber os movimentos possíveis com a própria mão: Lembro que Felipe agarrava no meu dedo enquanto mamava. Um sentir-se seguro! Total preensão!

As primeiras expressões: O primeiro sorriso, as diversas caretas que faz quando está com fome, com sono, com medo, com frio, ...

A primeira papinha, a primeira careta, o primeiro movimento da boca em sentir, expulsar, colocar pra fora.

Cheiro de bebê: Independente de algumas horas, nas quais está com o body sujo de leite ou mesmo com cocô, bebê tem um cheiro, um cheiro muito bom! 

As primeiras brincadeiras. Engatinhar o mais rápido que puder enquanto o papai está atrás tentando pegá-lo. Assim, balbuciando muitos sons!

Estou só na expectativa para viver tudo isso novamente. Achando que não dará tempo de fazer nem metade, da metade que planejei até a chegada do mais novo bebê da casa.

Agora, e pra você qual foi e continua sendo a maior delícia de um bebê? Conta pra mim.


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