Acontecimento: Na hora que fui buscá-lo vejo meu filho sentado no parque chorando e rapidamente indo para o colo da professora. A mesma tentou acalmá-lo. Quando me aproximei fiquei sabendo do pequeno empurrão que o colega havia acabado de dar. Realmente um pequeno empurrão e mais nada.
Quando olhei para o rosto do Thomas tinha uma marca na bochecha. Uma marca que parecia mais a impressão de uma bola de gude vermelha. Consegue imaginar o que aconteceu? Isso mesmo, Thomas levou a sua primeira mordida. Uma mordida que deixou uma marca considerável no rosto.
Quando olhei para o rosto do Thomas tinha uma marca na bochecha. Uma marca que parecia mais a impressão de uma bola de gude vermelha. Consegue imaginar o que aconteceu? Isso mesmo, Thomas levou a sua primeira mordida. Uma mordida que deixou uma marca considerável no rosto.
Causa: Não teve! Thomas estava brincando quando de repente a “pequena vampira” chegou e nhac.
Vítima: Na hora chorou muito! Não reagiu a situação. Foi um tremendo susto.
Culpada: Ficou muito triste pois levou uma “bronca”, a professora muito firme conversou com ela. Também chorou!
Professora: Ficou muito desconcertada na hora de contar para mim. Falou que foi tudo muito rápido e que realmente não deu tempo. Quando se aproximou já tinha acontecido. Relatou que a “pequena vampira” voltou das férias puxando o cabelo dos colegas, mordendo, empurrando e tudo mais. Que tem certas coisas que elas não conseguem prever, que certas coisas acontecem mesmo, por mais que cuidem.
Mãe da “pequena vampira”: Por coincidência também foi buscá-la no mesmo horário. A princípio sempre me cumprimentava, mas dessa vez mal conseguiu olhar para mim. Logo de início, não entendi muito bem quando falei “Hallo” e a mesma não respondeu, mas quando soube da história liguei os fatos e entendi um pouquinho aquela atitude. Vergonha? Chateada com a situação? Desconcertada? Triste? Brava?
Mãe da vítima: Engraçado viver esse acontecimento tendo outro papel. Enquanto professora presenciei algumas mordidas, algumas situações nas quais as crianças deixaram algumas marcas nas outras. Nunca gostei! Mas infelizmente acontecem e realmente muito rápido. Depende muito da situação, fazem muitas vezes como defesa, para agredir, para agradar, como demonstração de carinho, sei lá... Mas fazem! Dar a notícia para os pais sempre foi uma situação constrangedora, pois parece que não estávamos olhando, cuidando das crianças. É difícil para alguns pais entenderem a relação entre as crianças, as experiências com o próprio corpo ou até mesmo as atitudes do próprio filho.
Agora com esse ocorrido entendi um tanto do outro lado também, não só como professora, mas como mãe.
Logo de início deu um aperto no coração e bateu aquela tristeza. Olhava para a bochecha do Thomas, imaginava a situação. Fiquei realmente inconformada. Confesso que até passou um pingo de raiva. Como assim com o meu filho? Ele que é tão bonzinho. Que dificilmente empurra, cede na maioria das vezes. Apesar de saber que é genioso com o irmão, sei que na escola mostra-se muito tranqüilo. Por um instante pensei: Será que está se revelando? Colocando as manguinhas de fora? O que será que ele fez?
A verdade é que mãe sente, sente mesmo como se tivesse acontecido com ela. Sentimento, vai lá entender. Apesar de entender perfeitamente o ocorrido, pensei que ainda bem que ele foi a vítima, que não se transformou num pequeno vampiro. Talvez tenha sido melhor.