Escrava do Tempo

 Como o tempo controla a nossa vida. Impressionante como temos hora pra acordar, hora para levar os filhos na escola, hora no dentista, hora no pediatra, hora para fazer a mão, hora, hora, hora... Também fico imaginando como seria a rotina das pessoas sem a organização pelo tempo, hora marcada. Consegue imaginar uma cidade, praticamente maluca, no qual cada um faz o que bem entende na hora que deseja. Deve ser bem divertido! Nada funcionando direito! Um caos total! Impossível para uma população. Que viagem a minha, hein...

Mas aqui uma característica marcante e preservada é a PONTUALIDADE. Isso realmente funciona e ai de você se chegar atrasada. Lembro que no Brasil, nunca era tão pontual. Não porque não quisesse ser, mais tinham muitos fatores externos que impediam (como trânsito, acidente, enchente, carro quebrado etc.) Além do mais, acredito que quanto maior a cidade e dependendo da estrutura maiores serão os problemas à serem administrados. Percebia uma flexibilidade maior para todos em relação aos seus compromissos e horários marcados. Muito diferente daqui!

Tenho dúvida se aqui precisa ser desse jeito. Tendo a organização, sistematização e pontualidade como aspectos tão importantes nesse sistema. Tudo isso traz aspectos favoráveis ao funcionamento de qualquer estabelecimento, porém bem que podia existir uma brechinha e maior aceitação por conta dos imprevistos e acidentes que podem acontecer durante o caminho.

Tive duas situações marcantes nesse processo todo. Conheça a primeira:

1ª) Num certo dia, mais ou menos há um mês atrás tínhamos horário, o bendito horário, num Otorrinolaringologista para levar o Felipe. Meu marido foi trabalhar e combinamos que passaria em casa para irmos juntos. Mas com a quantidade de trabalho, faz isso, responde email acabou chegando em cima da hora. Logo tínhamos pouco tempo para chegar até o consultório que fica localizado numa cidade próxima daqui. Conclusão: pegamos o carro e fomos embora. Imagina a pressa do meu marido. Mas aí sim que tivemos um grande imprevisto, pois a pressa muitas vezes atrapalha ainda mais. Não é que houve um pequeno acidente. Isso mesmo! Com a família toda. Um carro que estava na frente brecou e meu marido não viu... então, bumbalá (assim como Felipe diz). Foi uma batida de leve, mas que teve todo aquele procedimento. Para, conversa, explica, pede desculpas, troca cartões com o telefone da seguradora e aí continua o caminho. Só nesse momento ficamos parado por volta de 15 minutos. Agora, já imaginou como ficou nosso horário no consultório? Não perdemos a consulta, porém logo que entramos na sala do médico ele virou para nós e disse: “- Estava esperando por vocês desde às... A consulta estava marcada para .... (e lá vem a bendita hora novamente rs)”. Bom, mostrou a questão da pontualidade em primeiro lugar. Lógico que justificamos o nosso atraso, porém não teve importância alguma para ele. Por fim, fizemos a consulta e foi ótima. Mas juro que apesar de terminar tudo bem, saí do consultório muito chateada com o ocorrido. Não foi uma tarde fácil.

Mas como aquele velho ditado: “- É vivendo e aprendendo”. Desde então passei a me preocupar mais com os horários marcados. Em diversas situações, por mais seja difícil, ainda mais tendo que cuidar de tantas coisas sozinha, faço de tudo para não atrasar e me organizar ainda mais. Olha que já era organizada! Agora, então... morando aqui a sociedade e o dia a dia faz com que as pessoas sejam assim. Ou você entra na linha ou perde a consulta médica rs

Hoje entendo todo esse sistema e chego a concordar que é falta de respeito quando há atraso de 5 / 10 minutos. Envolve outras pessoas e uma estrutura de organização muito maior. Por outro lado, não tem como, pois imprevistos acontecem. Nem sempre há possibilidade de prevermos e evitarmos toda e qualquer situação.

Assim como foi o caso do relógio envolvendo meus dois pequenos amores. Não perca, pois amanhã terá outro episódio sobre o tempo não para, mas o relógio... Já não posso dizer o mesmo!

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Regensburg MAI DULT.

Nesse final de semana fomos na DULT. em Regensburg. Uma festa que acontece todo ano em maio e setembro. Pode-se dizer que é uma das festas / feiras mais tradicionais celebradas na Baviera.

É uma celebração para a família se divertir. Há opções de entretenimento para todas as gerações, uma feira de produtos diversos (desde roupas até panelas), além de comidas e músicas típicas da região. Tanto que vemos muitas pessoas usando roupas típicas para essas festas. Ah, só matar a curiosidade de vocês, nós ainda não temos, pois ainda não somos tão alemães assim.. rs

Mas é bonito ver as pessoas arrumadas com os vestidos, calças e bermudas típicas. Elas usam para as grandes celebrações marcando mesmo o lugar onde moram.

É absolutamente obrigatório ir na roda gigante (que fica a 50 metros de altura) para observar grande parte da cidade de Regensburg.

Delícia, apesar de cara, é a cerveja. É servida em uma caneca de um litro e custa em média 7 euros. Outro marco da festa são os peixes assados do Rio Danúbio.

Mas posso dizer mesmo o que é mais gostoso? É ver a alegria das crianças naquele parque de diversão imenso. Lembra algo similar ao Playcenter / São Paulo. Quem não foi quando era criança? Meus pequenos aproveitaram bastante.

Fica a dica para quando você vier para cá ou quando planejar uma visita rs

Se quiser saber mais acesse:
http://www.dult-regensburg.de/module.php5?am=1&fid=7&ident=9&mod=vorlagen







 
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Desespero de Avó

Que delícia que está sendo a curtição dos netos com a avó do Brasil. Uma delícia ver a relação entre eles e a animação do Felipe. Está muito contente e com um sorriso estampado no rosto por ter alguém diferente em sua casa.

Mas sabemos que esse contato implica uma comunicação diária. Só que cada dia Felipe está falando mais alemão. Já imaginaram a vovó nessa situação?

Temos o combinado de que falo somente português com ele (mesmo porque meu alemão é uma beeeeleza kkkkkkk) e o papai somente alemão. Ainda mais agora que entrou no Kindergarten (Jardim da Infância) sabemos que Felipe comunica-se em alemão com outras pessoas, além do próprio pai. Ora é a professora, os colegas, as mães dos colegas, a Oma e Opa (considerados até então), os vizinhos, enfim; está suuuuper adaptado e cada dia com um vocabulário mais amplo.

Será uma criança bilíngue, porém sabemos que é necessário um certo investimento da nossa parte. Por isso, falo somente com ele em português e insisto para que fale comigo também. Muitas vezes, quando diz em alemão, logo questiono e, imediatamente, já fala em português. Uma grande conquista: começou a distinguir quando tem que falar em alemão e em português.

Além de nossas conversas diárias também investimos em muitos livros de história, Cds de música e DVDs em português. Quando mudamos para cá trouxe uma grande quantidade e, agora, sempre há encomendas para as pessoas que virão para cá. Sempre há um excesso de bagagem...rs rs rs As pessoas não me agüentam...

Felipe adora livros de história, ouvir música, cantar e assistir filme. Esses momentos deliciosos ao lado dele tem favorecido ir além de um simples divertimento. Observamos que seu vocabulário também enriqueceu, mas óbvio que nem tanto como o alemão.

Felipe viveu um tempo no Brasil, mas começou a falar mesmo foi na Alemanha. Já o Thomas nasceu aqui. Então, praticamente, continuando por aqui, vejo que meus filhos serão mais alemães do que brasileiros. Ai ai ai muitos pensamentos pairam no ar.

O mais cômico de tudo é pensar que até então a única referência para o português SOU EU. Felipe está acostumado falar comigo em português. Algumas vezes, lógico que escapa e fala metade da frase em português, metade em alemão. Um exercício diário da nossa parte.

Agora, e a avó que chegou do Brasil? O que acha que ele está fazendo?

Acertou! Lógico que é falar somente em alemão. Isso para vocês verem como está forte a influência do alemão na vida do meu pequeno.

Ontem, por exemplo, tivemos um episódio no qual a comunicação emperrou. Vovó ficou desesperada e Felipe um tanto bravo. Veja só!

Nós havíamos saído para levar o Thomas ao pediatra. Felipe ficou com a vovó do Brasil.

Logo Felipe quis brincar lá fora. Aproveitar que o tempo estava uma delícia. Dia de calor, dando até para brincar com água. Coisa rara na Alemanha kkkkkkk

Felipe ficou brincando com o vizinho, seu amigo Lenny e, além deles, lá fora, também estava o Opa (avô verdadeiro do Lenny e considerado também por Felipe).

Enquanto isso, vovó do Brasil estava na cozinha. De repente, Felipe começou a chamar a avó do Brasil, pois queria que fosse lá fora.

Então, veja só como foi a comunicação, de acordo com a compreensão da avó:

Felipe começou a chamar: “- Oma, Oma!”

Vovó apareceu na janela e perguntou: “- O que foi Felipe?”

Nisso ele começou a falar: “- Vem aqui brincar comigo. E a vovó nessa hora, não entendeu nada, nadinha.
Aí Felipe ficou nervoso e disse: “- Oma, oma de Brasiiiiilian!” Nisso, vovó desceu e foi até o jardim.

Quando chegou lá Felipe começou a falar, novamente em alemão, que queria sorvete. O mesmo que o amigo estava chupando. Só que ao invés dele pedir para o Opa (avô), que o entenderia muito bem, resolveu pedir para a vovó. Na verdade, se conheço bem o filho que tenho, Felipe estava querendo pedir permissão para tal diversão.

Depois disso, o Opa que havia entendido tudo, logo foi buscar o sorvete para ele. Felipe ficou feliz da vida por ter sido compreendido.

Em seguida, começou a brincar e convidou a vovó para jogar Frisbee. Só que a vovó entendeu alguma coisa? Somente quando Felipe entregou o disco (Frisbee) na mão dela é que a vovó começou a participar rs

Só que até Felipe ser compreendido tiveram momentos de braveza por parte dele. Acho que pensou: “- Como assim a vovó não me entende!” A vovó se sentiu envergonhada perante todos, por não compreender o que Felipe estava dizendo. Além de bater um pequeno desespero: “- Ai meu Deus o que será que ele está dizendo”. E também teve diversão para Lenny e Opa que estavam assistindo toda a cena.

Quando chegamos do pediatra, logo Opa e Lenny vieram contar para nós sobre o acorrido. Ou seja, a dificuldade de comunicação entre Felipe e sua vovó do Brasil.

Para quem já está aqui e acostumada a passar por isso, como eu, que me encontro muitas vezes de mãos e bocas amarradas vai lá, agora com a vovó do Brasil. Acho que a “Oma de Brasilian” (assim como Felipe diz) também terá que aprender alemão kkkkkk


     
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Avôs, Vó, Vovó, Oma...

Quando viemos para cá e, enquanto procurávamos uma casa para morar, logo tivemos a oportunidade de morarmos na mesma casa que os pais do chefe do meu marido. Como assim? Morar junto e na mesma casa? Calma que não é bem assim. Aqui encontramos casas com um único morador, pequenas casas que parecem pequenos prédios tendo até quatro andares e também casas que tem dois andares. Tivemos sorte de encontrar uma casa com jardim e uma tremenda coincidência: morar ao lado do chefe rs Mas sabem que aqui não é nenhum problema, pois os alemães separam muito bem a relação profissional de qualquer outra situação. Impressionante de ver! E se assim pensarmos é muito bom que seja dessa forma! Vizinhos, vizinhos, relação chefe e subordinado à parte.

Mas aqui estou para falar também do presente que tivemos ao chegarmos nessa casa. Presente mais para meus filhos, do que para nós. Mas como dizem por aí e como sentimento de mãe, se meus filhos estão felizes, então também estou...

Além do casal (pais do chefe) alugarem a casa para nós, hoje eles também cumprem um outro papel: são praticamente os avós dos meus filhos.

Felipe e Thomas passaram a “ser netos” desse casal que já tem os netos verdadeiros como vizinhos; além de outros que moram na cidade.

Uma maravilha saber que mesmo distante realmente da família e dos verdadeiros avós, meus filhos também são queridos e considerados netos.

Felipe costuma chamá-los por Oma (avó) e Opa (avô). Essa relação vai além de um simples cumprimento para as mais diversas situações. Adora quando vão buscá-lo na escola, ajuda o Opa (avô) a cuidar do jardim, gosta de brincar com a Oma (avó), juntos vão ao parquinho; enfim, em tão pouco tempo tem um carinho muito grande por eles. Uma relação de proximidade. Quase uma relação de parentesco!

E agora, um acontecimento, chegou a avó verdadeira do Brasil. Felipe está se divertindo muito por ter duas avós por perto. A vizinha avó (oma) e, agora, assim como ele diz: “- Vovó de Brasilian!”

Felipe tem uma relação gostosa com os meus pais, sempre conversando com eles via skype. Porém, a distância impede que haja uma curtição maior. Exercer realmente o papel de ser e ter avós, no qual o neto fica por perto, almoça na casa dos avós, brinca com eles, ganha pequenos mimos e é paparicado atééé...

Mas enquanto isso, o que posso fazer? Acho que possibilitar que aproveite o tempo da visita da avó verdadeira. Curtir o que tem de bom nessa relação, na medida do possível, mesmo considerando que a maior parte do tempo está distante.

Eles são crianças! Aproveitam tudo o que há de bom e as pessoas que estão em volta deles. Agora - é o momento! Porém, fico me perguntando e pensando no futuro. Quais serão as lembranças que terão? Qual o valor e que espaço ocuparão na vida deles?

Lembro que a relação com minha avô paterna foi muito diferente, pois a mesma morava no interior de São Paulo. Já a que morava perto, tenho maravilhosas recordações e não vejo a hora de estar pertinho dela.

Mas a relação e esse sentimento de pertencer / ter uma família. Como será para meus filhos? Quais serão as recordações? Será que é cedo demais para pensar nisso?  
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Mães Internacionais: Entreter e Ensinar


Hoje é meu dia de postar no Mães Internacionais. Entre os temas propostos escolhi falar sobre Educação e Cultura.

Quero contar para vocês sobre um programa infantil da TV alemã. Viiiiixe programa infantil e em alemão?  rs  Mas fique sossegada que dessa vez escrevi em português. Para conferir, comece dando uma espiada nos vídeos abaixo e, em seguida, para entender melhor tudo que se passa corra para lá. Clique aqui.





   
 
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Tempo de ser criança

Quando cheguei na Alemanha os parquinhos infantis (Spielplatz) chamaram muito minha atenção. Logo de início comecei junto com o Felipe a freqüentar um parquinho que ficava perto de onde morávamos.

Com isso, logo veio a minha memória quando era criança. Fui lembrando da minha infância, recordando momentos de pura brincadeira e alegria ao lado dos meus irmãos. Adorava quando minha mãe dizia que íamos para o clube,  pois havia um parquinho que me encantava. Hoje consigo lembrar com tantos detalhes que parece que foi ontem, vejo a cena de estar sentada na areia brincando, depois correndo para a balança... Velhos tempos! Passava horas brincando, tanto que até hoje lembro da disposição dos brinquedos. Onde ficava a balança, o escorregador, a gangorra e o trepa-trepa.

Tenho fotos que registraram essa vivência. Ainda bem, pois assim posso resgatar um tanto do que foi vivido, posso guardar como lembrança de situações inesquecíveis e mostrar para meus filhos o quanto foi bom ser criança. Como é bom brincar!

Hoje me dá grande prazer poder oferecer isso também para meus filhos. Quando morávamos em São Paulo lembro que freqüentávamos alguns parques que tinham espaços para as crianças brincarem. Lembro do parquinho que ficava no condomínio onde morávamos; enfim, em qualquer lugar que a gente morar, haverá sempre brinquedos e espaços interessantes para as crianças brincarem ao ar livre. Acho que nós, enquanto mães, precisamos fazer uso disso e possibilitar que as crianças aproveitem a área verde, fazendo com que haja certo equilíbrio entre ficar em casa brincando, assistindo televisão, jogando no computador ou mesmo os Wii / playstations da vida. Um despertar de tecnologia que impede muitas vezes que as crianças aprendam as brincadeiras de rua e gostem dos espaços ao ar livre. Hoje se faz necessário repensar e ser mediadora para as situações de brincadeira.

Onde moro, há uma infinidade de parquinhos e não pensem que são todos iguais. Lógico que encontramos muitos brinquedos iguais como a balança, gangorra, trepa-trepa, caixa de areia e o gira-gira. Mas sempre há uma novidade. A impressão que tenho é que cada parquinho é projetado tendo uma concepção definida para o brincar afim de garantir também a segurança das crianças. Há intenção e os mesmos são planejados e estruturados para favorecer além do simples brincar, há também por trás, a possibilidades das crianças criarem e soltarem a imaginação nesse espaço. Por exemplo, há casinhas de madeira, túneis, trepa-trepa em forma de barco, trens de madeira e muito mais que mostrarei logo para você. Por sinal, acredito que os parquinhos da Europa sejam muito similares. Aproveite e veja um parquinho em Barcelona.

Se pensarmos sobre a importância do brincar para o desenvolvimento das crianças, logo veremos que esses parquinhos incentivam a criança. Pude notar o quanto meu filho Felipe, atualmente com quase 4 anos, gosta desses espaços e faz uso de cada brinquedo para dar asas a imaginação. Estabelece relações entre o que já é conhecido para fazer uso enquanto está na casinha, no trem, no barco ou mesmo no escorregador.

Outro aspecto interessante é em relação a estrutura dos brinquedos: o material, montagem, lugar que serão colocados e a garantia de segurança para as crianças. Enfim, no que se refere ao brinquedo e espaço dos mesmos, tudo é muito cuidado para que as crianças não tenham qualquer machucado. Não há prego saindo, brinquedos quebrados ou fiapos de madeira. Há uma manutenção periódica.

Para vocês terem idéia contarei um pouco sobre como são feitos os brinquedos. Por exemplo, a madeira e o metal não são pintados. Eles são tratados para que haja uma maior durabilidade. A madeira é especial e tratada para que aguente ficar exposta ao ar livre e as diferentes estações do ano (tenha chuva, sol ou neve). As peças metálicas são de aço inoxidável ou galvanizadas, ou seja, passam por um processo de tratamento que consiste em cobrir o metal com uma camada de zinco. Tudo isso para não enferrujar.

A maioria dos brinquedos tem os pés de metal para garantir que não pegue umidade e apodreça. Os parafusos dos brinquedos apresentam formato arredondado ou são embutidos. Tudo muito pensado para garantir a segurança por parte dos brinquedos.

Também há diferença entre o que há no chão do parquinho. As áreas são muito bem definidas. Tem a parte de cimento para caminharmos, encontramos alguns somente com areia e também outros no qual as pedrinhas marcam o espaço a fim de garantir que haja “amortecimento” caso tenha uma queda de um brinquedo. Em contraponto, para quem tem criança pequena, precisa sempre ficar de olho, pois adoram colocar essas pedrinhas na boca. Ai ai ai quantas vezes tive que ser rápida com o Thomas.

Independente de todos esses brinquedos e parquinhos, o mais importante mesmo é garantirmos que as crianças brinquem. Que frequentem espaços que proporcionam um fazer de conta e as novas descobertas. Viver o TEMPO DE S-E-R  C-R-I-A-N-Ç-A! Aqui as famílias usam realmente esses espaços. Ainda mais agora que estamos na primavera.










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Adaptação: "- Eu também quero falar!"

Após duas semanas, como você acha que estou ficando na escola?

Primeiro teve toda a história da adaptação: da minha mãe e das educadoras comigo. Agora, pera lá, pois o menor e quem está envolvido nisso sou eu. Então, vou pedir licença para “falar algumas pequenas palavras, algumas sílabas, produzir alguns sons” para mostrar como sou e como as coisas acontecem para mim.

Sabe que desde que nasci sempre fui uma criança muito tranqüila. Sei lá, mas parece que fui me adaptando a toda situação que vivi ao lado da minha mãe.

Sou sorridente e cativo as pessoas. Encantei rapidamente meus pais, meu irmão e minha vizinha.

Estou na fase que me animo com qualquer barulho. Então, ouvir uma música ou um avião passando logo me convida ao movimento, seja para apontar ou para balançar o corpo e bater palmas.

Gosto de comer. Mamava que era uma beleza e agora reclamo, choro e fico em volta da minha mãe quando estou com fome. Gosto de frutas, legumes e um bom prato de comida (seja sopa ou qualquer outro alimento). Que gostoso que é pegar a comida com a mão.

Brincar, mexer em tudo que é diferente é comigo mesmo! Adoro explorar o ambiente e segurar em tudo que me leva adiante. Ao novo! Às novas descobertas!

Passear então nem se fale. Ver os carros passando, ver o ônibus ou mesmo o trator.

Trocar a fralda não me anima muito. Por que ficar deitado esperando se tenho tanto para fazer? Tanto para aproveitar!

Dormir... ah, dormir que delícia! Nada melhor após um almoço e muita brincadeira. E deito e durmo mesmo! Mas antes às vezes uma música, às vezes é bom um carinho e aconchego.

Chorar. Ôôôôô se choro... Choro quando algo não me agrada, quando estou com dor de barriga, quando estou com fome, incomodado com alguma coisa, quando meu irmão tira meu brinquedo, quando caiu de maduro, quando acordo. Choro já que ainda não falo tudo que desejo.

Feliz? Sou feliz! Em alguns momentos um pouco manhoso precisando de um colinho, de um agrado e um beijinho. Mas quem não é...

Meu irmão, hoje, minha maior referência para os momentos de brincadeira. Adoro observá-lo e ir atrás dele. Dou risada quando estou com ele. Com outras crianças então...

Meus pais, ahhhh... meus pais! Adoro ter 100% a presença deles ao meu lado. Mais ainda da minha mãe que é a pessoa com quem passo a maior parte do tempo. Porém, quando estou longe, brincando com meu irmão, passeando com meu pai ou me distraindo com os brinquedos, fico bem, dificilmente choro. Me animo com tudo que está a volta não me preocupando em querer ficar o tempo todo com ela, no colo dela. Pois sei o quanto faço parte da vida dela.

Lugar que gosto de ficar? Ambiente? Minha casa. Mas também fico bem em qualquer lugar que vou. Seja parque, shopping, pediatra, hospital e escola do Felipe. O que importa nesse momento é ter segurança que tem alguém conhecido ao meu lado.

Agora Escola? Ambiente novo. Pessoas diferentes e que até então não estava habituado. Outras crianças por perto que não seja o meu irmão. Caminhar de um lado para o outro muitas vezes no colo de outra pessoa que não seja minha mãe. Uma comida diferente. Um espaço convidativo para brincar. Um novo berço para dormir. Muitas músicas para cantar. Um ônibus de criança para passear. Novos brinquedos para explorar. Será? Mas e minha mãe? E meu irmão? Meu pai? E minha casa?

Bom, mas essa foi a escolha e aqui estou para mostrar um pouco dos momentos da rotina que agora faço parte na escola.




Agora é sua vez de dizer... Com esse meu jeitinho como acha que estou ficando na escola? E pelas fotos, hein!?

              
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2 Anos na Alemanha

Hoje faz 2 anos que estou morando em Regensburg. Pouco ou muito tempo? Na verdade, 2 anos não é nada pelo que esse país oferece para eu conhecer, ainda tenho muito para descobrir e aprender sobre a cultura alemã. Mas digo que já foi tempo suficiente para aceitar que não moro mais no Brasil, que independente de tudo que deixei por lá, agora a minha vida é outra. Demorou para ter os pés no chão e encarar tudo que está a minha volta, pois até então o corpo estava aqui, mas o pensamento totalmente voltado ao Brasil e a tudo que deixei por lá (familiares, amigos, casa e trabalho).

Algumas vezes minhas amigas e familiares do Brasil me perguntam se já estou totalmente adaptada. Até hoje não tenho essa resposta. O que sei é que durante esses 2 anos vivi muitas coisas diferentes na minha vida que pensava que não fosse dar conta de superar: sofri muito com as diferenças no modo de viver no dia a dia, com a própria cultura alemã, tive momentos de desespero, vontade de jogar tudo para o alto, fazer minha mala para voltar para o Brasil, chorei muuuuiiito de saudades de tudo e de todos que ficaram e me senti muito sozinha. Não pense que isso ainda não bate na minha porta e que está tudo superado.

Ao mesmo tempo, também vivi momentos de grandes descobertas e conquistas. Uma das minhas maiores conquistas foi a maturidade e conhecimento de que posso sim viver longe da minha família e do país onde nasci. De que dou conta, mesmo sem falar alemão fluente, de me virar nas diversas situações. Descobri um tanto a respeito dos sentimentos e valores que estão dentro de mim. Pouco a pouco fui me conhecendo melhor. Tive o Thomas, o maior presente que poderia ter ganho durante esse tempo. Um bebê maravilhoso e que chegou para me dar as mãos, ficando ao meu lado e me puxando para seguir adiante.

Até hoje tenho dias de altos e baixos. Mas atire a primeira pedra quem não tem dias assim... Tem dias que estou muito bem, abraçando tudo que é necessário para viver aqui na Alemanha, tiro forças sei lá de onde para dar conta sozinha de tudo que preciso fazer e aqui refiro-me as tarefas do lar, ser mãe, esposa, ser a Celi com suas vontades, desejos e vaidades, ser estrangeira, ser alguém que requer coragem e determinação, na maioria das vezes, para enfrentar os desafios do dia a dia numa cultura totalmente diferente.

Foi sobre livre e espontânea vontade que escolhi vir para cá, na verdade, após o nascimento do Felipe comecei a repensar que tipo de vida gostaria para minha família. Que tipo de mãe gostaria de ser para o meu filho. E em que lugar gostaria que ele crescesse. Tinham muitos fatores a favor dessa mudança.

Consigo ver algumas metas como alcançadas, porém também vejo alguns problemas com o meu próprio jeito de ser e principalmente com a auto-estima. Tive que abdicar de muita coisa que amava de paixão para viver aqui. Mas o que sempre me colocou adiante a continuar e não desistir foi a possibilidade de enxergar que após muitos desafios, obstáculos há um aprendizado, uma conquista favorável para um bem maior. Para alguém que acrescentou algo em sua vida e que interferirá em muitas de suas ações e atitudes. Houve uma mudança no meu modo de ser e ver muitas situações.

A impressão que tenho é que precisei começar realmente uma NOVA VIDA. No qual, assim como uma criança, precisei conhecer como as pessoas são, aprender a melhor maneira para me comunicar e ser compreendida, a experimentar novas comidas, aceitar as diferenças, entender os hábitos de um povo muito diferente do meu e caminhar por ruas e lugares jamais conhecidos.

Quando cheguei aqui logo me deparei com muitos aspectos negativos, muitos que hoje não se sobressaem tanto quando penso logo nos aspectos positivos de viver por aqui rs rs rs Mas assim como todo lugar encontraremos coisas boas e coisas ruins, que amamos e odiamos e aquelas que são indiferentes para continuarmos nossa caminhada.

1) Estações do Ano são muito marcantes, evidenciando tudo que há de mais belo e presente na natureza.
2) Dias mais frios do que quentes. Presença de um ar muito seco.
3) Comida muito engordativa: batata, carne de porco, vários tipos de pães e salsichas diversas. Muitas tortas e bolos deliciosos (pouco açúcarados, porém com muito chantilly e creme de leite). Em compensação, garantia de espaços para a prática de esportes, como a presença de ciclovias e quadras esportivas dentro dos parques.
4) Cerveja simplesmente maravilhosa.
5) Segurança garantida.
6) Excelente qualidade de vida. Não é à toa a presença excessiva de muitos velhinhos pelas ruas.
7) Povo muito organizado e sistemático. Planeja tudo tim tim por tim tim.
8) Pessoas são poucas as simpáticas, mostram-se frias e muitas vezes arrogantes.
9) Pessoas são muito sinceras, honestas e bastante pontuais. Carregam em si um grande sentimento de individualidade.
10) Lixo! Tudo muito organizado e padronizado. Com datas e cestos iguais para os moradores.
11) Cidade limpíssima.
12) Sem postes com fios elétricos. Sem poluição visual.
13) Transporte público que passa no horário previsto.
14) Casas muito bem decoradas, para cada estação um enfeite diferente.
15) Aquecimento no inverno em todos os lugares. Uma delícia ficar quentinho, mas difícil é entrar nos lugares tirando casaco, cachicol, luva, gorro...
16) Estradas (Autobahn) são praticamente um tapete... Uma maravilha viajar e dirigir.
17) TV: vários canais são financiados pelo estado para garantir uma qualidade na exibição dos programas.
18) Atendimento nos mesmos hospitais e médicos independente do plano de saúde (público ou privado).
19) Língua / Idioma difícil, pois as frases são montadas totalmente contrárias do que estamos habituadas.
20) Parquinhos públicos de qualidade. Brinquedos projetados para atender a faixa etária e garantir a segurança.

Essas são algumas das coisas marcantes para mim. Muitas que encantam e me incentivam para continuar vivendo aqui. Por outro lado, outras tantas que me surpreendem a cada dia fazendo com que diga com todas as letras o orgulho de SER BRASILEIRA.

Levando-me a questionar:

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Adaptação: Olhares Diferentes

Lembra que teríamos uma reunião com uma das educadoras da escola do Thomas? Pois é.... ela aconteceu e hoje quero continuar “conversando” com você sobre as nossas impressões.

Fiz uma enorme lista sobre os aspectos importantes que não poderíamos deixar de pontuar naquele encontro. Olha que chamou atenção da educadora quando ela viu a agenda se abrindo e a página inteira preenchida. Arregalou o olho, porém estava escrito tudo em português rs. Uma vantagem no momento, pois não teria como ler e pensar na melhor resposta a ser dada. Foi ali nós e a educadora. Questionamentos mais questionamentos.

Quero abrir um parênteses para falar sobre a formação delas. Tem as que são educadoras (Erzieherin) e também as Kinderpflegerin. O que difere uma formação da outra é o tempo de estudo, no qual as educadoras estudam 5 anos e as Kinderpflegerin 2 anos. Comparando ao Brasil, pelo que entendi a formação das educadoras é igual de quem faz pedagogia (estudam sobre as diferentes concepções de ensino, sobre a relação família X escola entre outros). A Kinderpflegerin apresentam conhecimentos básicos sobre as necessidades das crianças, não envolvendo a parte pedagógica em si. Nada mais do que babás.

O que mais queríamos saber era como elas estavam enxergando o processo de adaptação do Thomas, já que sentíamos falta do vínculo afetivo e de ter uma pessoa de referência para ele. Até brincamos antecipando que ela diria que está tudo ótimo e que Thomas já tinha ficado sozinho por algum tempo brincando no espaço determinado. Pura verdade, mas não o bastante para ficarmos seguros.

Logo a educadora falou realmente o que já esperávamos ouvir rs rs rs, além é claro de completar dizendo que acompanharia Thomas de perto ficando mais próxima dele. Que a partir desse dia a mãe começaria a sair de cena, ficando num lugar mais reservado, ou seja, longe da vista do pequeno. Mas que qualquer problema ou choro em excesso chamaria por mim.

Justificou também que Thomas não havia participado de algumas atividades, como uma proposta de artes ou uma brincadeira na roda, por conta da adaptação. O que questionamos dizendo que essas situações favorecem a integração e também sentir bem no “ambiente escolar”. Que a participação e interesse pelas propostas ou momentos planejados colaborariam para que começasse a deixar de olhar só para a mãe, para olhar os colegas, os outros adultos, o ambiente, os materiais e brinquedos. Enfim, para sentir-se seguro e passar a ter referência na escola.

Lógico que há diferença entre querer participar ou não. É uma questão de escolha nesse processo de adaptação. Mas até aí não ter aproximação e convite por partes delas é demais da conta. Como haverá adaptação se ficar somente observando ou o tempo todo do lado da mamãe? Como haverá a construção de um vínculo? Afetivo não sei, mas pelo menos uma relação mais próxima.

A educadora ouviu tudo que tínhamos pra falar e mostrou-se bastante receptiva e acolhedora em relação as nossas questões, sugestões e pedidos.

Além do vínculo afeitvo e adulto de referência, também tínhamos outros pontos para ressaltar como: alimentação, momento da dormida, sobre a roupa que colocam para brincar no jardim/parque, comunicação e encontro com os pais para possíveis notícias e atividades propostas. Já tínhamos a maioria das informações sobre a “proposta” da escola e funcionamento.

No entanto, durante a semana que acompanhei o Thomas surgiu uma vontade de saber mais e também o desejo de explicitar o que considero adequado para meu filho. Cri-cri, pegação no pé... Ah, isso não!!!

Apenas quero garantir que meu filho fique bem esse período na escola e, também, confesso que quero saber mais sobre o funcionamento, proposta e concepção das escolas da Alemanha. O que há de diferente e comum em relação as escolas do Brasil? O que é ser criança para eles? O que implica no processo de aprendizagem e desenvolvimento?

No meu modo de ver a adaptação teria que ser diferente. Mas não vou desmerecer as educadoras e muito menos a cultura. Talvez tenha passado pela sua cabeça: por que ela não conhece outro berçário para colocá-lo? Porque a maioria é assim... porque tenho N motivos para insistir nessa escola.

Marcou ver que nesse primeiro momento elas pensem que não há necessidade de tanto contato físico e afetivo. Que para elas o processo de adaptação tenha como propósito maior que a criança reencontre com o ambiente já conhecido, com uma rotina que favoreça antecipações e estabilidade, contato / ação por parte da criança com tudo que está disponível e que faça parte da estrutura física da escola. Como, por exemplo, casinha de madeira, corrimão com possíveis atividades, quadro de madeira sensoriais e de movimentos a favor da coordenação motora.

Mas como é visto como um berçário, elas cuidam das necessidades básicas da criança. Errado? Não estão! Esperava mais, porém o que me importa nesse momento é que o Thomas fique bem na escola, seja criança e viva com intensidade essa fase de brincar, andar, cantar, passear, dormir, comer...

Agora o olhar do Thomas nessa história toda de adaptação e permanecer na escola... Não conta?

Não percam, pois semana que vem saberão como tudo isso está acontecendo com o ator principal.
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Blogagem Coletiva - Na terra das batatas


Essa é a primeira vez que estou participando de uma Blogagem Coletivas pelo Mães Internacionais. Um tema que me interessa e que tenho muito a dizer, a questionar e compartilhar.

Quando penso na alimentação dos meus filhos logo vem o desejo de querer que seja a mais saudável possível. Não só desejo e expectativa, mas dentro das minhas possibilidades, me esforço para garantir que seja realmente.

Acredito que é desde pequeno que despertamos o gostar de um alimento ou outro. Enquanto não apresentamos o doce, por exemplo e, aqui refiro-me as balas, chocolates e companhias; a criança não sente falta. Por que vamos adiantar algo que futuramente terá a oportunidade de provar, compreender o sentido e importância de comer pouco ou de não comer?

Nossa tarefa é EDUCAR para uma alimentação saudável desde bebê. Isso fica evidente quando a pessoa tem condições de iniciar com a presença do leite materno. O maior exemplo para isso somos nós. Se em casa só tivermos alimentos ricos e saudáveis nossos filhos aprenderão a comer bem.

Minha alimentação nunca foi a das melhores e mais saudáveis (sempre amei comer doces rs), ao contrário da alimentação do meu marido. Então, hoje tentamos equilibrar e cuidar da nossa e dos nossos filhos.

Enquanto morávamos no Brasil a alimentação do Felipe foi a melhor possível. Tínhamos um pediatra que segue a linha antroposófica no qual influenciou que tivessemos um cardápio adequado. Além da variedade de frutas e sucos cada sopa era composta pelas diversas categorias: fruto, folha, raiz, proteína e grão.

Muitos desses alimentos permaneceram nas preferências do Felipe e vemos que tem apetite para comê-los. Ah, detalhe: Felipe conheceu o doce bem mais tarde.

Já aqui na Alemanha tudo é muito diferente. Não há uma variedade tão grande de frutos, folhas e raízes. Além, é claro das proteínas que estava habituada.

Tivemos que fazer ajustes na alimentação da nossa família. Estranhei muito e ainda sofro por deparar-me com os costumes alemães, com a predominância de alimentos como: carne de porco, batata, wursts (conhecidos como lingüiça, salsicha e seus derivados), Schnitzel (espécie de bife empanado), repolho, maçã e outros.

Vocês podem não ver questões com alguns, mas é impressionante como há presença desses alimentos nos restaurantes e cardápios. É comida típica mesmo! Não é igual no Brasil, no qual encontramos uma variedade de pratos de acordo com a influência de outras culturas. Até temos a presença de comidas italianas, japonesas, gregas e outras; mas cada qual em seu lugar. Na maioria temos batata assim, assada, cozida, frita, amassada, em formatos diferentes. Mas tem batata! rs rs s

Lógico que não podia ser diferente no cardápio da escola do Felipe. Observem o cardápio de uma semana.


O que acharam?

Não dá para fugir disso morando aqui e, agora, tendo que conviver com os hábitos dessa cultura. Mas podemos encontrar um equilíbrio e cuidar do que oferecemos em casa.

Talvez seja uma questão de costume! Quero é que meus filhos cresçam conhecendo os alimentos e saibam os limites para ter uma alimentação saudável.

Tem curiosidade para saber mais sobre a alimentação na Alemanha?

Escolha o assunto que mais te interessa para uma próxima postagem:

Alimentação antes de 1 ano de idade.

Mais sobre o cardápio no Jardim da Infância (3 a 6 anos).

Cardápio do berçário (6 meses até 3 anos).

Os diferentes tipos de maçã e as possíveis comidas.

Os pratos com batata.








Agora, para saber como é a alimentação infantil nos outros países clique aqui.

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"- Mami, cadê o Thomas?"

Já faz algum tempo que estou ensaiando escrever sobre o relacionamento entre irmãos e, especialmente, sobre Felipe e Thomas.

Confesso que já havia feito alguns rascunhos, mas precisava finalizá-lo. Então, aqui estou, animada, pois a cada dia tenho uma nova inspiração. Surpreendo-me com acontecimentos que não podem ficar para trás, precisam ser registrados. Marcados não só para nós que somos pais ou compartilhados com vocês leitores, mas para que futuramente possamos retomar esses momentos tão especiais do início da convivência entre eles.

Desde o início sempre deixamos claro o desejo de ter pelo menos dois filhos. Nunca pensamos na possibilidade de ter somente um. Acredito que essa idéia seja conseqüência da convivência que tivemos com nossos irmãos. Um ótimo relacionamento, que apesar das brigas e desentendimentos, que fazem parte, pois apesar de irmãos somos pessoas diferentes, com características próprias, nunca deixamos de reconhecer o quanto é bom ter um irmão por perto.

Isso é exatamente o que queremos que nossos filhos aprendam: a conviver entre si, ter uma cumplicidade sem tamanho, afinidades, paciência, admiração, respeito, frustrações, um desejo enorme de querer bem e muito amor.

Mas tudo isso leva tempo, exige um convívio diário e uma relação “monitorada” pelos pais. Escrevo monitorada, pois é nosso papel cuidar sempre dessa relação. É desde pequeno, desde bebê, que exercemos a função de passar ou, pelo menos tentar transmitir valores que consideramos importantes para a vida toda. Uma pequena ação em cada minuto juntos acontece um monte de coisas. Cabe a nós estarmos atentos para cuidar disso.

Cada dia fazemos a nossa parte e vemos quanto, espontaneamente, há novas descobertas entre Felipe e Thomas. Há uma cumplicidade e um bem maior em estar um com o outro.

Uma caixinha de surpresas para nós e para eles.

Enquanto Thomas estava na barriga, Felipe parecia não entender o que estava acontecendo. A partir do momento que Thomas nasceu tudo mudou. Felipe começou a ter ciúmes, a fazer do irmão um pequeno boneco, ora ajudar a cuidar e ora o desejo de vê-lo longe. Afinal, até então tinha a mãe só para ele sem compreender o espaço garantido para cada um.

Até pouco tempo foram muitos acontecimentos relacionados ao ciúmes e a querer a mãe ou mesmo o pai só para ele. Sei que ainda viveremos outras situações. Porém, o melhor de tudo é ver que a convivência dia a dia, tem feito que haja uma aproximação na relação. Estão acostumando-se um com o outro e aprendendo nessa companhia.

Como é emocionante vê-los brincando juntos. Felipe, como irmão mais velho, chamar o Thomas pelo nome e solicitar que faça algo durante a brincadeira. Lógico que tem certas coisas que Felipe não dá conta de saber que o irmão não consegue, que ainda é pequeno para tal atividade. Mas isso é uma conquista também para ele. Crescer junto com o irmão e saber que passou por tudo isso.

Encanta ver a felicidade e sorriso do Thomas quando Felipe chega em casa ou mesmo Felipe perguntando pelo irmão no momento que acorda: “- Cadê o Thomas?” E quando digo: “- Ah, o Thomas está dormindo! ou o Thomas está na cozinha!”, logo Felipe responde: “- Ah, táááá...” Isso sempre acontece. O desejo de saber sobre o irmão.

Freqüentemente temos presenciado uma situação nova no qual brincam juntos; ou pelos menos, convivem bem pertinho. Felipe propõe várias brincadeiras e Thomas por observação do irmão entra na dança; seja para correr engatinhando um atrás do outro, para ficar sentado ao lado ou mesmo para dar belas gargalhadas. Pura imitação, grande aprendizado!

Acompanhe de perto algumas situações e diga se não é bom ter um irmão!


  


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Adaptação! De quem?

Como é importante que a criança seja acolhida com carinho e atenção para que sinta-se bem e tenha segurança no ambiente que se encontra.

Sabemos que a primeira referência das crianças pequenas até então são os pais. Em alguns casos, há também pessoas bem próximas como avós, tias, babás e outros.

Na Alemanha a maior referência e proximidade somos nós; além é claro do casal que Felipe considera como sendo os avós. Essa é uma outra história e logo contarei para vocês. Mas o mais importante é que eles tratam meus filhos como se fossem netos. Isso para mim é muito bom e faz a diferença onde estou morando.

Ah... como me lembro do Brasil. Da relação que Felipe teve com os avós, tias e com a querida Fatinha (moça que trabalhava em casa). Além disso, acompanhei o processo de adaptação de muitas crianças na escola onde trabalhava e do Felipe no berçário quando tinha apenas meses. O que observei e concluo: aqui o processo de adaptação é muito diferente. A relação das crianças com os adultos da escola também.

Felipe passou por esse processo quando chegamos aqui. Foi difícil justamente por conta da relação (professora X criança) e planejamento dessa adaptação pela escola. Posso dizer que sofri e quase desisti de colocá-lo na escola. Mas tinha um bem maior para meu processo de adaptação nesse país e necessário que era estudar alemão.

Novamente começou tudo isso. Só que agora com o pequeno Thomas. Ontem ele completou 1 ano e 2 meses de idade e voltarei aos estudos do bendito alemão. Com quem deixá-lo nesse período? Não tenho opção, ou melhor; só tenho o Kinderkrippen (berçário).

Lógico que observo e vejo muitos ganhos em relação ao desenvolvimento dele. Porém, na semana passada, fiquei extremamente incomodada com o processo de adaptação.

A escola tem uma tarefa importante: adaptar. Fazer com que a criança faça parte de um grupo de crianças, que veja o ambiente como referência e de grande prazer. Sei que os pais podem contribuir e muito para favorecer esse acontecimento. Sei que a mãe precisa passar segurança para o filho. Mas e o adulto (refiro-me a professora) qual é o papel dela nesse momento? Ou melhor, nesse caso, o que elas fazem para que isso aconteça? Elas mesmo! Pois são várias e cada hora uma está próxima do Thomas.

Como está difícil entender as intenções que elas apresentam durante esse processo. Será que a primeira etapa é reconhecer o ambiente como favorável a esse processo? Fazer parte de um grupo de crianças? Quer dizer, estar ao lado de outras crianças? Fazer parte de uma rotina? Tudo isso está muito confuso para mim. Tenho a imagem da adaptação como algo processual, cuidado demais pela escola e adultos que fazem parte.

Não está sendo como sonhei, mas é a realidade e a maneira como tudo acontece nas escolas daqui. Assim acredito, já que está sendo a segunda adaptação e em escolas diferentes.

Agora, cadê o contato? A relação próxima? É possível que haja essa distância entre os adultos, agora com as crianças não! Isso não pode acontecer!

Um desabafo. Um protesto. Digo mais: isso não ficará assim. Da outra vez também, marcamos uma reunião e falamos tudo que observei. Melhorou? Bastante! Dessa vez, não será diferente. Será um pouquinho pior rs

Trata-se de crianças que passam uma parte do tempo com outros adultos, com outras crianças. Precisa ter referência. Precisa de vínculo afetivo! Será que é muito difícil?

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Thomas 1 ano e 2 meses

Já passaram 2 meses desde que escrevi contando sobre as conquistas do meu pequeno Thomas. Como o tempo passa! Agora, cada dia com mais cara de menino e deixando para trás tantos marcos que caracterizam um bebê. Já consegue fazer tanta coisa sozinho. Mostra-se mais independente arriscando-se para passear por onde esteja: seja em casa, no jardim ou na escola que está em processo de adaptação.

Agora, comunicando-se pelo olhar, apontando tudo que deseja com o dedo, muito expressivo e cheio de passos para dar no mundo, sempre podemos vê-lo sorrindo para cada conquista realizada. Um dia porque comeu tudo, outro dia porque conseguiu pegar o brinquedo que estava num local não muito fácil, outro porque estava brincando com o irmão Felipe. Tudo é motivo de alegria! Tudo é descoberta!

A maior delas: começar a dar os primeiros passos.

A princípio ficava parado onde o colocássemos. Deitado! Sentado com apoio! Depois começou a ficar sentado sozinho! Logo, foi o momento de descobrir a se arrastar, parecendo mais uma cobrinha. Aí sim chegou a vez de começar a engatinhar. A ficar em pé apoiando-se nos objetos e nas pernas compridas que encontrasse pela frente. Para mais tarde dar os primeiros passos de um lado para o outro, para frente e para trás, tendo como apoio os objetos variados (cadeira, cama e os possíveis brinquedos). Brinquedos tão convidativos que incentivam o brincar, o caminhar.

Agora, começando a soltar as mãos dos brinquedos e dos objetos para ir adiante. Para olhar o mundo por outro ângulo e tentar alcançar tudo que deseja. Uma maravilha! Arriscando-se sem medo, mas querendo chegar logo. É divertido vê-lo saindo de um lado para ir para o outro. "1, 2, 3 e já! Lá vou eu!" Thomas começa a andar, dando seus primeiros passos, acelerando o passo antes que caia. Mas logo cai, algumas vezes desiste, segue engatinhando e outras começa tudo outra vez. Um ciclo, várias tentativas e um momento de curtição total da família. Que assim continue! A caminho de muitas descobertas!  










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Mães Internacionais: Sorteio

Mês de maio... Mês do Dia das Mães! Que tal você ganhar um presente ou presentear alguém (mãe, esposa, filha, amiga, namorada)?

Para participar é muito simples. Basta você "Curtir" a página do Mães Internacionais no Facebook.

Ah...... e não se preocupe que as mães internacionais não podem participar. Isso faz parte do regulamento rs

Quer saber mais detalhes. Então, veja aqui.



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Primavera: Além de flores e cores

Você já ouviu falar de pessoas que tem alergia durante a Primavera? Pois aqui na Alemanha a primavera não traz somente flores e cores. Muitas pessoas apresentam alergia a pólen. São inúmeros os tipos de acordo com as flores e plantas.

Pensa que é uma pequena irritação? As pessoas mais sensíveis sofrem mesmo. Ficam com os olhos irritados, vermelhos e inchados ao redor, tem coriza, tosses, espirros, coceiras e podem até ficarem roucas.

Lembro que quando cheguei aqui fiquei com os olhos irritados durante um passeio de bicicleta. Mas logo estava bem. Esse ano eles atacaram de outra maneira. Tive uma crise, que por conta do clima seco, os poléns invadiram minha casa, meu terraço e minhas roupas penduradas no varal. Um pozinho amarelo que deixou muitos rastros e que precisei ficar dias limpando.

Também minha vizinha ficou dias com os olhos irritados (parecendo que havia chorado muuuito), no qual precisou tomar medicamento para melhorar.

Viu só como eles chegam pra valer!

Não são só essas belas flores.


 
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Apesar da distância, também abraço a causa

(Esse post e os dois seguintes haviam sumido, mas aqui estão eles de volta rs rs rs Sorte que salvei os textos! Agora, os comentários já eram....)

Eu amamentei meu primeiro filho, amamentei o segundo filho e amamentaria o terceiro, quarto, quinto...

Ai que saudade! Que vontade de ter outro filho....rs


Adoro essa foto que logo nos primeiros dias do Thomas o pequeno Felipe acompanha a hora da mamada.  Durante um ano Felipe foi meu companheiro diário, alguns dias muito ciumento, precisando ficar bem pertinho e outros ao lado de nós curtindo esse momento tão belo!

Se quiser saber mais detalhes sobre a importância de ter postado essa foto veja o seguinte link:

Evento Pró-amamentação
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Travessuras


Desde quando Felipe entrou no Kindergarten (Jardim da Infância) apresento vários questionamentos sobre a escola, sobre a proposta pedagógica, relação professora X criança, o que é ser criança numa escola na Alemanha e o que esperam delas no dia a dia.

Em especial, nesse post, quero falar sobre o perfil do adulto alemão e os objetivos que acredito que tenham com as crianças.

Desde que cheguei aqui e pelo que sei não é novidade pra ninguém quando se fala em uma pessoa alemã. Logo vem a memória conceitos criados sobre o povo que caracterizam e marcam a sua história. Eles são organizados ao extremo, sistemáticos, conservadores, mais formais e mais sinceros. Tão sinceros e francos ao ponto de acharmos eles totalmente frios. Mas não pensem que não há qualidades. Em quase 2 anos por aqui já identifico muitas que são favoráveis ao bem estar e a uma boa qualidade de vida.

Mas apesar disso, de viver atualmente nesse país organizado ao extremo, o que me preocupa realmente é como será a formação do meu filho. Melhor ainda, quais são os valores e conceitos que estão implícitos no ato de educar.

Quero sim que meu filho seja franco ao dizer as coisas para as outras crianças e adultos, mas desejo também que meu filho não seja assim tão metódico e cheio de regras / manias. Será que dá para misturar um pouco de um ser brasileiro com um ser alemão? rs

Já observo que Felipe é bastante organizado e cheio de manias (para quem será que puxou? Tomara que tenha sido com o pai kkkkkkk); mas não desejo que sofra futuramente com o seu jeito de ser. Será que é vantajoso ser assim e viver nessa cultura. Ai ai ai bendita escolha!

Outro dia vivenciei uma situação e tive notícias de outra. Ambas aconteceram na mesma semana.

1ª) Num belo dia Felipe estava brincando no quarto quando falou que estava com vontade de fazer xixi. Nesse momento foi ao banheiro. Logo percebi que estava demorando e, de repente, quando fui até lá vi que o azulejo estava todo laranja. Felipe estava com um lápis aquarelável na mão. Foi uma diversão só para ele.

No momento conversei com ele. Perguntei porque tinha feito aquilo. Ele não soube responder e aí entrou a mãe organizada dizendo: “- Filho é aqui que a gente desenha? Não é melhor no papel? Olha só... sujou todo o azulejo! E agora, precisamos limpar. Aqui não é lugar de fazer isso!”

Disse tudo isso, mas juro para vocês que no fundo adorei o que ele fez. Não sei se foi pela travessura, por experimentar algo diferente. Achei divertida a situação! Acho mesmo que não quero um filho tão certinho e cheio de regras. Quero que apronte (“poucas”) e curta realmente o que a infância tem para oferecer.

2ª) Após dois dias Felipe voltou da escola com a blusa e a calça rasgada, cortada com a tesoura. Pode? Isso mesmo! Quando olhei a malha novinha não acreditei. Aí fiquei sabendo o que tinha acontecido. Simplesmente pegou a tesoura e cortou. Quem viu? A princípio ninguém soube ao certo como aconteceu. Lógico que vieram as preocupações de mãe: tesoura? Hoje a blusa, amanhã o colega? O cabelo? Sei lá. Mas também pensei: Olha lá meu filho, ousado, experimentando, testando os limites e fazendo travessuras.

A roupa é de menos. Criança tem mesmo que curtir ser criança. Lógico que com segurança. Mas nessa escola, isso é permitido? Como será que as professoras agiram no momento?

Ainda não tive notícias detalhadas, mas tenho uma reunião marcada para falar de outros assuntos também e aproveitarei para retomar minha questão. Depois conto para vocês!
  
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Será pura manha?

Como é difícil saber se a atitude que estamos tendo é a mais certa no momento. Por mais que tenha estudado muitos anos sobre a Educação de crianças e tive uma grande experiência atuando em sala de aula com crianças pequenas quando se trata do nosso filho a coisa pega rs

Ontem a noite fiquei questionando se as minhas intervenções com meu filho Felipe (3 anos) estão certas.
Felipe é uma criança que gosta de aproveitar tudo até o último momento. Por exemplo: começa a brincar no jardim e não quer mais saber de entrar em casa. Não sei se é a temperatura (que podemos dizer está uma delícia essa primavera) ou se é farra mesmo. Isso acontece também quando vai brincar na casa dos colegas. Dificilmente volta numa boa. Sempre há um choro e um pedido de quero mais. Acredito que a passagem de uma situação para outra seja difícil para qualquer criança nessa idade. Mas como fazer com que isso melhore? Deixar o tempo passar?

Ontem aproveitamos que estava uma delícia e pela primeira vez vesti uma bermuda no Felipe para brincarmos lá fora com os carrinhos, com terra, com areia e com o irmão Thomas (1 ano). Depois fomos ao parquinho, voltamos e ainda quis brincar de futebol com o vizinho. Aproveitou atééééé!

Geralmente sabendo o que é melhor para ele costumo dizer que o momento da brincadeira está chegando ao fim, antecipo que entraremos logo para tomar banho. No entanto, na maioria das vezes mesmo fazendo isso, antecipando os combinados e próximas ações Felipe entra e começa a dar um show. É um show para tudo! Para tomar banho, para escovar os dentes! Temos que negociar muito e retomar o tempo que já teve para brincar.

Considero que nesse momento o cansaço dele fala mais alto. Por isso mesmo antecipo algumas coisas e tenho mudado o horário do jantar para garantir que a alimentação seja tranqüila e que se alimente direito. Ontem mesmo brincamos lá fora, entrou para jantar e depois saímos novamente. Você pode estar pensando que talvez tenha sido tempo demais para as brincadeiras. Mas digo que independente disso tudo, isso vem se repetindo.
Falamos uma vez, conversamos mais uma e as atitudes dele são: chorar, ficar sentado no chão, continuar brincando com qualquer brinquedo que esteja na sua frente; ou seja, menos ouvir o que os pais estão dizendo no momento.

Tem uma hora que cansa. Não é mesmo? Então, ontem falei que hoje não brincaria lá fora. Que voltaria da escola e permaneceria em casa. Agora, será que essa foi a minha melhor atitude, já que conversar e fazer combinados não tem adiantado. Será que fui muito maldosa? Será que haveria outros caminhos?

Primeiro penso que já que falei agora tenho que cumprir.
Depois penso que hoje novamente o tempo está uma delícia para brincar lá fora, que Felipe teria que perceber as conseqüências no dia que aconteceu o ocorrido.

Ao mesmo tempo, acho que muitas vezes está fazendo corpo mole (pura manha) no momento que pedimos que faça nossas solicitações. Será falta de limites?

E agora, qual será a melhor conduta para essa situação?

O que você faria?

Manteria sua palavra, deixando Felipe sem brincar lá fora.

Conversaria novamente com ele e estipularia um tempo menor para brincar lá fora.

Faria diferente. Comente.







 
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Esse post é dedicado a todas as pessoas que passam por aqui para dar uma espiada no blog. Sei que muitas passam correndo para dar uma olhadinha e outras param, começam a ler o que já escrevi. Muitas pensam em deixar algum comentário, mas na hora H acabam desistindo. Desistindo pela falta de tempo ou por não saber como proceder nesse momento.

Conversei com algumas pessoas que apresentaram dúvidas na hora de deixar os comentários e, sendo assim, resolvi explicar passo a passo.

Tenho certeza que para quem já tem uma página (blog ou site) isso é muito fácil. Mas para quem não tem e entra no blog apenas para ler e saber as novidades... talvez precise de uma ajudinha. Então, vamos lá:






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Tem felicidade maior?


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Que tipo de mãe eu sou?

Viver intensamente esse papel de ser mãe quase 24 horas não é uma tarefa tão simples assim. Sempre idealizei e quis ter filho. Ficava imaginando como seria como mãe, minha família, meus filhos correndo e fazendo arte por aí. Mas agora, que tenho dois e vivo exclusivamente para eles percebo que tipo de mãe eu idealizei ser, o tipo de mãe que fui no Brasil quando tive o Felipe e, agora, como sou sendo mãe de dois meninos. Imagino que tenho um perfil de mãe, mas muitas vezes fico questionando o meu jeito, as minhas atitudes e “pré-ocupações” (como o mesmo nome já diz). Ai como é difícil conciliar tudo que queremos, que podemos e fazemos para eles.

Tem muitos aspectos que influenciam o nosso jeito de ser e lidar com cada situação: a criação pelos pais (o modelo que tivemos em casa) tem um grande peso, as tradições, crenças, valores, o tipo de vida que temos e onde moramos; enfim a nossa personalidade. Aqui em casa sempre conversamos sobre os valores que acreditamos e consideramos importantes passarmos para nossos filhos.

Mas vivo me perguntando: Que tipo de mãe eu sou?

Agora que moramos aqui e cuido dos meus filhos praticamente sozinha, sem ajuda e apoio de babá, empregada ou familiares (que tê-los por perto, faz a diferença nem que seja para dar um oi no final de semana, ligar e saber que estão pertinhos) percebo que tem dias que carrego um peso: por um lado em querer fazer o melhor, abraçar o mundo, ser a melhor mãe do mundo; por outro em me sentir tão frágil para dar conta de tanta coisa. O que percebo é que há presença constante de preocupação, em querer ser superprotetora (que nada aconteça) e algumas vezes controladora demais. Ainda assim, com a ajuda do meu marido, tento encontrar um equilíbrio entre todos os tipos de mães: amorosa, paciente, dedicada, preocupada, controladora, desencanada, divertida, ocupada, presente, companheira, ausente, entre outras. Mas confesso que nem sempre consigo...

Às vezes o que me conforta é saber que todas as mães tem suas preocupações, ficam se questionando, tentando ser a melhor e que não há mãe perfeita! Sei que hoje me esforço para fazer de tudo um pouco para que meus filhos cresçam felizes, com boas lembranças, para um dia falarem a respeito do tipo de mãe que tiveram quando eram crianças! Só assim saberei como fui realmente!
 

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Tomar decisões pelos filhos...


A partir do momento que temos filhos sabemos que a relação com eles passa por um caminho da super dependência para a independência. Algumas crianças demoram e precisam de mais apoio para que isso aconteça. Mas tudo tem haver com o tipo de mãe que somos. Por exemplo: as mais protetoras, mesmo sem objetivo de querer torná-lo dependente para sempre, acaba fazendo isso pensando em estar junto ou mesmo dando carinho. Muitas vezes, por experiência própria ou até por conta do tempo, perdemos a noção de que nossas atitudes poderiam ser outras. Que ao invés de calçar o tênis, poderia deixá-lo tentar. Que ao invés de dar comida na boca, podíamos deixá-lo comer sozinho. Poderia citar um milhão de exemplos. Mas o que quero ressaltar é o quanto fazemos pelos filhos e tomamos decisões que na verdade eles próprios teriam condições no momento ou mesmo no futuro. Sendo uma questão de tempo, dar TEMPO, respeitar o ritmo e limitações de cada filho.

Vivenciei uma situação com cada um dos meus filhos. Elas favoreceram muitas reflexões sobre o meu jeito de agir e pensar sobre o grande amor que tenho por eles.

Outro dia Felipe estava brincando com dois amigos no jardim quando de repente os dois amigos começaram a cercá-lo com a bicicleta para provocá-lo. Felipe não estava gostando do que estava acontecendo e muitos menos nós (falo nós pois o Boris estava vendo tudo). A vontade que tínhamos era de falar para pararem, uma vontade imensa de se intrometer. Por outro lado, ficamos ali quietinhos para ver a atitude do Felipe, lembrando de que será na experiência e na vivência de situações novas (boas e também difíceis) que aprenderá a se defender e futuramente resolver sozinho o que encontrar na vida. Mas é difícil segurar... Ahhhh isso é!

Outra coisa é em relação a tomada de decisão quando a criança ainda é pequena. Algo que talvez não saiba fazer agora, mas sim no futuro. E nesse caso, o que fazer? Esperar que a criança cresça para que possa ao menos participar da decisão? ou Confiantes e acreditando que seja o melhor para ela resolver logo a situação? Fico me perguntando se às vezes não antecipamos muitas coisas por querermos um bem maior, muuuuuuito maior.

Falo isso em relação ao Thomas. Decidimos por ele! Essa semana passou por uma pequena cirurgia que até então considerávamos a coisa certa a ser feita no momento (com a faixa etária). Uma preocupação nossa e que seria no futuro para ele. Talvez sim! Talvez não! Dizem que nada é por acaso, não é mesmo! Que temos que aceitar como somos e o que acontece para nós!

Mas concluimos e tomamos essa decisão. Pensando em tudo acho que há mais ganhos do que perdas. A perda maior foi viver essa situação ao lado dele. Foi um momento difícil para nós, pois envolveu uma série de aspectos que fizeram com que pensássemos: Será que foi o melhor momento?

Me pego a pensar que para um adulto, a depender da situação, também é difícil demais tomar uma decisão! Imagina para esses pequenos... Mas precisamos ter discernimento, considerar prós e contras para ir adiante. Não é mesmo!?


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