Como o tempo controla a nossa vida. Impressionante como temos hora pra acordar, hora para levar os filhos na escola, hora no dentista, hora no pediatra, hora para fazer a mão, hora, hora, hora... Também fico imaginando como seria a rotina das pessoas sem a organização pelo tempo, hora marcada. Consegue imaginar uma cidade, praticamente maluca, no qual cada um faz o que bem entende na hora que deseja. Deve ser bem divertido! Nada funcionando direito! Um caos total! Impossível para uma população. Que viagem a minha, hein...
Mas aqui uma característica marcante e preservada é a PONTUALIDADE. Isso realmente funciona e ai de você se chegar atrasada. Lembro que no Brasil, nunca era tão pontual. Não porque não quisesse ser, mais tinham muitos fatores externos que impediam (como trânsito, acidente, enchente, carro quebrado etc.) Além do mais, acredito que quanto maior a cidade e dependendo da estrutura maiores serão os problemas à serem administrados. Percebia uma flexibilidade maior para todos em relação aos seus compromissos e horários marcados. Muito diferente daqui!
Tenho dúvida se aqui precisa ser desse jeito. Tendo a organização, sistematização e pontualidade como aspectos tão importantes nesse sistema. Tudo isso traz aspectos favoráveis ao funcionamento de qualquer estabelecimento, porém bem que podia existir uma brechinha e maior aceitação por conta dos imprevistos e acidentes que podem acontecer durante o caminho.
Tive duas situações marcantes nesse processo todo. Conheça a primeira:
1ª) Num certo dia, mais ou menos há um mês atrás tínhamos horário, o bendito horário, num Otorrinolaringologista para levar o Felipe. Meu marido foi trabalhar e combinamos que passaria em casa para irmos juntos. Mas com a quantidade de trabalho, faz isso, responde email acabou chegando em cima da hora. Logo tínhamos pouco tempo para chegar até o consultório que fica localizado numa cidade próxima daqui. Conclusão: pegamos o carro e fomos embora. Imagina a pressa do meu marido. Mas aí sim que tivemos um grande imprevisto, pois a pressa muitas vezes atrapalha ainda mais. Não é que houve um pequeno acidente. Isso mesmo! Com a família toda. Um carro que estava na frente brecou e meu marido não viu... então, bumbalá (assim como Felipe diz). Foi uma batida de leve, mas que teve todo aquele procedimento. Para, conversa, explica, pede desculpas, troca cartões com o telefone da seguradora e aí continua o caminho. Só nesse momento ficamos parado por volta de 15 minutos. Agora, já imaginou como ficou nosso horário no consultório? Não perdemos a consulta, porém logo que entramos na sala do médico ele virou para nós e disse: “- Estava esperando por vocês desde às... A consulta estava marcada para .... (e lá vem a bendita hora novamente rs)”. Bom, mostrou a questão da pontualidade em primeiro lugar. Lógico que justificamos o nosso atraso, porém não teve importância alguma para ele. Por fim, fizemos a consulta e foi ótima. Mas juro que apesar de terminar tudo bem, saí do consultório muito chateada com o ocorrido. Não foi uma tarde fácil.
Mas como aquele velho ditado: “- É vivendo e aprendendo”. Desde então passei a me preocupar mais com os horários marcados. Em diversas situações, por mais seja difícil, ainda mais tendo que cuidar de tantas coisas sozinha, faço de tudo para não atrasar e me organizar ainda mais. Olha que já era organizada! Agora, então... morando aqui a sociedade e o dia a dia faz com que as pessoas sejam assim. Ou você entra na linha ou perde a consulta médica rs
Hoje entendo todo esse sistema e chego a concordar que é falta de respeito quando há atraso de 5 / 10 minutos. Envolve outras pessoas e uma estrutura de organização muito maior. Por outro lado, não tem como, pois imprevistos acontecem. Nem sempre há possibilidade de prevermos e evitarmos toda e qualquer situação.
Assim como foi o caso do relógio envolvendo meus dois pequenos amores. Não perca, pois amanhã terá outro episódio sobre o tempo não para, mas o relógio... Já não posso dizer o mesmo!