"- Mami, cadê o coelhinho?"

Como foi a Páscoa de vocês? Vocês também procuraram o ninho do coelho? Ganharam presentes, ovos e coelhos de chocolate?

Sabe que quando morava no Brasil sempre achava uma diversão passar o dia de Páscoa junto com os sobrinhos do Boris, pois todo ano tinha o momento de procurar os Ovos de Páscoa pelo jardim da casa. Posso dizer que até os adultos gostavam disso. Mas sempre me perguntei de onde veio essa tradição.

Foi aí que vindo para cá e desde o ano passado pude acompanhar de perto todos os preparativos para a Páscoa. Desde os enfeites, pois assim como já contei em posts anteriores, aqui acaba o Natal começam os preparativos e a venda de milhões de enfeites para a Páscoa. Um mais lindo que o outro! As pessoas realmente curtem. Decoram os jardins, colocam enfeites nas portas e dentro das casas.

Mas você pensa que é igual no Brasil a quantidade de Ovos de Páscoa nos supermercados? Não mesmo! Aqui é raro encontrarmos ovos de Páscoa. Tem mesmo são ovinhos pequenos, muitos coelhos de chocolate e ovos pintados. Desde o ano passado vinha questionando isso.

Esse ano soube um pouco mais sobre a tradição de que "na Alemanha o costume de se procurar os ovos de Páscoa no jardim está baseado na crença dos povos germanos e de outros povos antigos de que o coelho e o ovo são os mais antigos símbolos da Páscoa. Por gerar grandes ninhadas, no período da Primavera, o coelho representa a fertilidade e o recomeço da vida.

Segundo Jacob Grimm, um dos famosos irmãos Grimm, o próprio termo alemão, Ostern, deriva de Ostara, a deusa germânica da primavera.

A Páscoa é uma grande festa da primavera, representando a vitória do sol sobre as trevas e o frio do inverno.

É tradição também pintar, decorar e presentear com os ovos. Foi a partir daí que surgiram outros costumes em torno do ovo, como a brincadeira de escondê-los.

Uma antiga lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se, então, a história de que o coelho é quem trouxe os ovos.

E segundo a tradição alemã, as crianças procuram no domingo de Páscoa ovos de chocolate "presenteados e escondidos pelo coelho" no quintal ou jardim da casa. Além disso, ganham cestas com coelhinhos, pequenos ovos de chocolate e de galinha cozidos e coloridos com tinta especial" (dw-word.de).

Aqui as crianças procuram mesmo o ninho deixado pelo coelho. Na maioria são cestas ou pratos (com cara de ninho) no qual há chocolates, balas, coelhinhos de pelúcia, livro e ovos pintados.

Algumas famílias preferem colocar presentes nesse ninho ao invés de símbolos que marcam a Páscoa. Os costumes passam de geração para geração e são alterados.

Para nós, Páscoa sempre foi sinônimo de ovos de chocolate. Então, foi a primeira coisa que pensamos nesse momento, além de espalhá-los a fim de deixar a busca mais divertida. Um único ninho seria encontrado rápido demais. Mas Thomas e Felipe tiveram a surpresa também de encontrarem um ninho preparado pela "vizinha, coelha". A que eles chamam de oma. Veja na foto!

Para Felipe o chocolate em si não foi o mais importante (ainda bem...rs). O que valeu mesmo foi com olhos curiosos descobrir onde estavam os coelhinhos e os ovos "deixados pelo coelho".

Foi assim que Felipe fez... procurou... procurou e se divertiu muito! Enquanto Thomas apenas ficou olhando o irmão para lá e para cá, não entendendo o que estava acontecendo.

Para saber mais sobre a Páscoa na Alemanha veja aqui.








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A Primavera chegou!


Com a chegada da primavera é nítida a mudança do clima, da paisagem e das pessoas. Agora estamos com a temperatura de 10 a 18 graus positivos. Não é uma maravilha? Acordo e não vejo mais tudo cinzento, mas o sol muitas vezes escondido atrás de algumas nuvens, outras vezes um céu azul, azul. Isso anima qualquer pessoa. Isso é sério! Observo que o animo é outro e que as pessoas são mais simpáticas. Também frio, dias cinzentos dá vontade mesmo de não falar com ninguém e de ficar embaixo das cobertas. Isso na minha opinião, pois a do meu filho é que o inverno é gostoso, pois brinca na neve, coloca luva, bota, cachicol, gorro e casaco. É impressionante como Felipe adaptou-se ao clima daqui. Sabe que acostumou tanto a colocar gorro que achou estranho quando dissemos que não precisava mais usar. Que agora podia usar boné ou mesmo ficar sem nada na cabeça.

Mas precisa ver o quanto as pessoas aproveitam a primavera. Dispostas logo começam a organizar o espaço externo, levando bancos, mesas que até então estavam no porão; além de cuidarem do jardim. Eles gostam demais do jardim. Plantam novamente as mudas de flores, as sementes de frutos, podam a grama e colocam enfeites. Fica tudo muito colorido e chama a atenção de qualquer um que passa pela rua. Lembro bem o quanto aproveitei essa época, no ano passado, para fazer caminhadas, observar os jardins, tirar fotos de árvores e flores. Aproveitam tudo que dá para fazer nessa época. Passeios, almoçam fora (na varanda) ou nos tão conhecidos "Biergarten", caminham, andam de bicicleta, de skate, de patinete, patins, fazem piqueniques, ficam de biquíni tomando sol no jardim, nos lagos ou piscinas. Além do que estamos no horário de verão e só começa a escurecer a partir das 20h30. Então, é para aproveitar mesmo!

A paisagem é deslumbrante. Uma multiplicidade de cores: nesse início da primavera é presença constante do amarelo, branco e rosas nas árvores. Também notamos as diferentes tonalidades de verde. Logo depois começam a surgir uma variedade de cores e flores. Momento ideal para a adaptação na Alemanha. Lembro que quando estávamos decididos a mudar o atual chefe do Boris disse para ele: "- Ah, é bom que sua esposa chegará em maio na primavera. Assim ela não sentirá tanto a mudança e o clima daqui". Dito e feito, acho que se tivesse mudado no começo do inverno, talvez tivesse voltado para o Brasil no dia seguinte.

Agora, quase 2 anos por aqui, depois de ter vivido as quatro estações, entendo porque as pessoas aproveitam mesmo a primavera, o verão e o começo do outono.

No entanto, que nós já começamos a aproveitar também. Já fizemos nosso primeiro churrasco, estamos curtindo fazer refeições na varanda, levar Felipe e Thomas aos parquinhos. Espero que daqui pra frente, cada final de semana, seja uma aventura diferente!
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Um pouquinho de Brasil

Hoje fomos para Munique (cidade da região da Bavaria e que fica aproximadamente a 1h20 daqui onde moro). Quem nunca ouviu falar do Oktoberfest de lá? Pois é a cidade! Comparada onde moro é uma grande cidade que me fez lembrar um tanto de São Paulo.  Ai... que saudade!

Fomos na festa de aniversário de 2 anos da Melanie, uma criança linda, filha de um casal de amigos do Boris. Apesar de pensar na distância, no tempo que ficaríamos no carro (1h20 pra ir, mais 1h20 pra voltar) e na festa decidimos que seria uma ótima oportunidade para reencontrarmos pessoas conhecidas, além; é claro, de Felipe e Thomas curtirem um aniversário.

Quando chegamos lá que N-O-S-T-A-G-I-A!

O tempo estava agradável, porém com um vento gelado. Ficamos no jardim da casa, pois lá estavam as crianças, brinquedos e a maior parte dos adultos. Felipe, “como bom bicho do mato” não queria sair de perto de nós. Mas depois de um tempo se encantou com os brinquedos e fez contato com outras crianças. Agora, pensou que havia encontrado todos os brinquedos da sua casa, pois não largou de um Bobby Car e também de um livro de meios de transporte. Chegando até a arrumar confusão!

Enquanto isso, Thomas estava ensaiando seus primeiros passos na grama. Junto comigo ou com o pai não quis saber de engatinhar e de ficar sentado. Queria mesmo era ficar em pé, ainda erguendo a cabeça para o alto para olhar todas as pessoas que estavam ao redor. Já para o pai Thomas não queria sentar, pois estava com medo da friagem. Pode?!

No início, ficamos tão entretidos com as brincadeiras dos meninos que nem nos demos conta, que pela primeira vez desde que estamos na Alemanha, estávamos num lugar no qual havia mais pessoas falando português do que alemão. Por um instante, me senti em casa. Quando comecei a ouvir as pessoas falando em português, logo fiquei atenta e olhando para todos que estavam ao redor. Pude comprovar que ali realmente tinha muitos brasileiros. E mais, ouvia as conversas das pessoas próximas e entendia o que elas estavam falando.

O motivo de tantos brasileiros no aniversário foi porque Stefan (dono da casa e pai da Melanie) morou no Brasil e depois mudou para fazer Universidade na Alemanha.

Agora não parou por aí. Quando começamos a comer vimos que o cardápio também trazia um tanto de comidas típicas do Brasil como, por exemplo: coxinha, beijinho, canjica, brigadeiro, torta de frango com ervilha, pastel de massa folhada entre outras.

Estava tudo uma delícia e foi bom pois reencontramos amigos do Boris (época do colégio) e pudemos conversar sobre possíveis futuros encontros.



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Parabéns!!!

Hoje é dia de festa para a família Oberding, pois é aniversário do papai e marido Boris.

Não tinha como não postar nada, já que esse dia é importante para todos nós. Ainda mais agora, com filhos, sempre tudo vira uma festa. Felipe me ajudou a preparar um bolo e a organizar a mesa para esperar o papai Boris chegar do trabalho.

Novamente quero deixar uma mensagem para o aniversariante... mensagem que escrevi no Facebook. Acho que vale registrar a importância que tem em nossa vida!

“Meu marido maravilhoso,

Nessa data tão especial desejo tudo de bom para você. Parabéns e muitas felicidades ao meu lado (é claro! rs) Que continue sendo assim: amigo, compreensivo, super pai, super marido, carinhoso, companheiro, amante, amado... Enfim, tudo que você já é... Te amo muitoooooo! Um grande beijo e excelente comemoração para nós!”
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"- É hoje! É hoje!"

“É hoje que primeiro vou pra escola, depois para a casa do Maximilian!”

Numa alegria sem fim Felipe acordou todo animado pois sabia que era o grande dia. O dia de brincar na casa do Maximilian. Abrindo um parênteses, sempre que perguntamos para ele: Felipe, quem são seus amigos? Logo responde: Meine freunde (meus amigos) são Max, Lenny e Niko. Como é emocionante ouvir meu filho de apenas 3 anos dizer: “- Meus amigos!” Pareço uma boba, mas me ver nessa situação é tão emocionante: Mulher, esposa, ter filhos, ver que o tempo passa rápido demais, que o filho cresce, começa a falar, vai para escola, começa a querer freqüentar a casa dos amigos, entre tantas outras coisas.

Ao mesmo tempo que escrevo isso, caiu em contradição, pois enxergo a situação por duas vias paralelas. A primeira que receber amigos em casa, ir na casa dos amigos é um marco importante na autonomia e crescimento do Felipe. Momento tão especial, tão peculiar, tão próprio para ele que nos deixa felizes e emocionados. Pela outra, uma situação que traz a tona sentimentos como: medo, angústia e insegurança. Sabe por que? Porque é notável que o Felipe está crescendo, que está deixando de ser aquele menino dependente para tudo, que está abrindo asas pra voar (assim como brincamos após o banho, no qual peço para abrir os braços para enxugar dizendo: Felipe abre os braços para voar. E enquanto ele voa, imita um passarinho, a mamãe termina a tarefa rs). Além disso, porque surgem mil questões:

- Será que ficará bem na casa do amigo?

- E se precisar de ajuda para ir ao banheiro?

- Se estiver com fome e sede?

- Será que vai se comportar?

- Será que conseguirá falar (em alemão) tudo que deseja?

Pra falar a verdade, as questões que estão escondidas entre tantas já citadas são:

- Será que conseguirei ficar longe do meu filho?

- Será que a mãe dará toda atenção merecida ao meu filho?

Viram só! Nessas perguntas, sem perceber, enfatizo meu filho, meu filho! Uma super proteção! Acredito que toda mãe queira proteger sua “cria”, queira vê-lo por perto, por perto, por perto....

Mas apesar de tantos pensamentos e sentimentos envolvidos, sei que essa idas e vindas são importantes para o relacionamento e desenvolvimento do meu filho. Relacionar-se com outros adultos que não sejam seus pais (ainda mais que aqui não temos outro adulto da família) e com outras crianças fora do ambiente escolar (mesmo porque o convívio são as outras crianças, não há primos por perto).

Não tem felicidade que compre ver o filho tão animado e feliz em receber amigos em casa e visitá-los também.

Essa semana foi uma delícia para ele. Começou bem e terminou melhor ainda pois na segunda-feira recebeu Maximilian e hoje foi na casa dele. Muitos encontros! Estreitando vínculos e aprendendo um com o outro!

Na segunda-feira acompanhei de pertinho a relação dessas duas crianças. Observar a ingenuidade, a amizade e o carinho de um pelo outro. Realmente tem afinidades entre eles. O jeito de ser, a escola que aproximou... Enfim, curtem demais esses encontros.

Pude ver a felicidade dos dois e o combinado entre eles para as brincadeiras acontecerem. Pois antes (nos primeiros encontros) cada um brincava por si. Contava o que queria fazer, brincar, mas não tinha interlocução.

Nessa última vez e que presenciei foi diferente. Como mãe fiz parte de cada situação organizada por eles. Primeiro brincaram de trem montando a pista, depois com brinquedos do Thomas (rs brinquedos de menino de 1 ano), em seguida comeram tranqüilamente e conversando (parecia um chá da tarde de mulheres rs rs rs), depois foi a vez de fazer pinturas (super concentrados), brincaram também de médico (no qual foi muito interessante ouvir as falas que se repetem, enfim; Felipe dizer tudo que aprendeu: - Você está doente! Agora vou dar um remédio para você! Você está com 39 de febre!).

O mais gostoso foi vê-los juntos! Ver meu filho compartilhar tudo que já sabe sobre o brincar e o conhecimento que tem sobre o mundo. Tudo que aprendeu brincando e na relação conosco, com os amigos da escola.

E hoje teve mais. Dessa vez na casa do Maximilian. Por notícias da mãe, foi tudo tranqüilo, brincou bastante, ficou super bem, brincaram juntos e voltou todo sorridente mostrando o quanto já está crescido!







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Calendário Escolar

Para escrever sobre a educação na Alemanha quero começar falando sobre o calendário escolar (dias letivos, feriados e férias).

Quando viemos para cá tive que me acostumar com as estações do ano e principalmente com o clima frio. Tudo muito diferente do Brasil, no qual há sim a presença de todas as estações, mas posso dizer que o inverno parece que dura mais. Temos os três meses da estação que são os mais rigorosos, mas ficamos praticamente com dias cinzentos, frios ou com neve no período de novembro a março. São 5 meses! Haja adaptação!

Agora, quanto ao calendário escolar acontece a mesma coisa. Aos meus olhos tudo muito diferente! Estranho falar com as pessoas pelo skype, vê-las de regata enquanto estou de blusa de gola alta ou de lã. Tudo invertido!

Aqui parece que as crianças têm mais férias, principalmente quando ingressam no Ensino Fundamental. Acredito que haja uma carga horária maior. Compartilharei com vocês todos os feriados e férias para que possam entender melhor.

O que sei é que o Kindergarten (Educação Infantil) onde Felipe está também apresenta dias de férias e feriados diferentes comparado ao Brasil.
Schule (Ensino Fundamental)

Não é que fui atrás para confirmar as minhas hipóteses sobre os feriados e férias das crianças que estão na escola. E é isso mesmo! Aqui tem feriado igual do Brasil, outros específicos daqui e férias em época e número diferentes também.

Vejam só!
As datas de algumas dessas férias variam de acordo com o Estado da Alemanha. As crianças podem sair de férias em julho ou agosto.

Agora, vocês já imaginaram como fazem as mães? De tempos em tempos, tem férias por aqui. Por enquanto, ando muito tranqüila, pois Felipe está no Kindergarten. Mas sabem que fico a par de tudo isso por conta da minha vizinha. Ela tem um filho no Kindergarten e dois na escola. Vejo que é uma correria para conciliar todos os horários, férias escolares, horários das consultas médicas e lazer. Agora, fico pensando: trabalhar na Alemanha? Como? E nessas épocas, o que fazer com os filhos? Deixar com quem? Ser mãe aqui não é fácil. Digo isso em todos os sentidos, precisa ter um jogo de cintura muito grande para conciliar todas as tarefas.

Bom mais ainda tenho um tempo para pensar, para rever o que farei daqui pra frente. Acho que destinarei minha vida somente aos meus filhos. Para a casa, serviços domésticos não!!! Não quero isso para sempre!!!

E aí que está a profissão ideal: ser educadora. Trabalhar na escola e sair de férias junto com os filhos. Uma parte já sou, agora falta falar alemão fluente, reconhecer o diploma, entre outras coisas. Um longo caminho...
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Lá vou eu...

Novamente fazer curso de alemão.

Hoje fomos até o VHS (Volkshochschule) confirmar se teria que fazer uma prova para verificar o nível correspondente do curso. Conversamos e verificamos que não seria necessário a prova, já que cursei três níveis, nessa mesma escola e há pouco tempo atrás. Fiquei aliviada!

Fizemos a matrícula e logo, logo retornarei aos estudos do idioma, já que para continuar vivendo aqui isso se faz necessário. Tenho urgência, interesse e vontade para saber alemão, para comunicar-me com todos!

Além da comunicação tenho um prazo até meados de maio de 2012. Quando vim para cá o meu visto tinha duração de 1 ano. Logo fiquei grávida e estendi essa validade. Mas para permanecer na Alemanha e conseguir a cidadania alemã é preciso realizar o curso de integração. Ou seja, quem quer viver como cidadão estrangeiro na Alemanha deve falar alemão. Isso é importante para encontrar trabalho, preencher formulários, comunicar-se com as demais pessoas. Também é necessário saber algumas coisas sobre o país em que vive: história, cultura e o sistema. Após 645 horas de curso de integração (curso de língua + curso de orientação) é obrigatório fazer uma prova de conclusão. Essa prova que possibilitará a cidadania alemã estendendo o visto de permanência.

Posso dizer que já realizei metade dessas horas. Tenho como objetivo terminar o curso, resolver tudo referente ao meu visto e continuar estudando... estudando alemão. Pois para falar alemão fluente a dedicação terá que ser grande. Acho que 645 horas serão poucas!

Nada fácil esse idioma. Às vezes me pergunto: “- Onde vim parar?”


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Susto

Não imaginava que isso aconteceria comigo! Ainda mais num belo sábado de sol.

Outro dia estava “conversando” (em poucas palavras, pois não sou fluente assim no alemão) com a mãe de um amigo do Felipe sobre “surpresas” que temos com um bebê. Ela contou que quando o filho dela era bebê engoliu um pedaço de plástico. Falou sobre todo acontecimento e que foi preciso correr para um hospital, que o bebê precisou ficar em observação e tudo mais. Na hora pensei: "Poxa vida! Como isso pode acontecer?" Mas tive a prova de que acidentes acontecem e algumas coisas são mais rápidas do que imaginamos.

Todo dia, sempre que estou fazendo alguma coisa, fico de olho nos meninos e, principalmente, no Thomas. Vejo com que está brincando e costumo deixá-lo perto de mim. Ele também pegou a chupeta e fica na curtição com ela (acho que até mais que o Felipe). Por conta disso, muitas vezes não vemos Thomas com nada na boca. Mas é lógico que ele não passa o dia inteiro com a chupeta. Então, nesse belo sábado, enquanto Boris e eu terminávamos de almoçar, Thomas e Felipe foram brincar na sala (ao lado da cozinha).

Estávamos de olho, mas em questão de segundos, Thomas aproximou-se da televisão (como de costume e adoração). Ficou mexendo no DVD (que fica ao seu alcance) e, de repente, vi que ele olhou para a cozinha, para mim. Quando ele fez isso, também vi que estava abrindo a boca, totalmente incomodado. Na hora falei: “- Boris o Thomas engoliu alguma coisa!”

Que sensação horrível. Em segundos fiquei pálida, nervosa, aflita, angustiada e querendo ajudar meu pequeno Thomas. Peguei ele no colo, coloquei meu dedo dentro da boca e nada. Assim, resolvemos observá-lo um pouco. Em seguida, vi que pegou a chupeta, colocou na boca e logo cuspiu abrindo a boca com ânsia. Na hora meu pensamento foi: O que será que engoliu? Pensei em um milhão de coisas, ao mesmo tempo, tentava me acalmar dizendo: mas estávamos olhando. Não pode ter sido nada!
Continuamos a observá-lo e ao perceber que o incomodo do Thomas continuava falei para corrermos para o hospital. Que desespero!

Na hora não pensei direito, pois teria utilizado procedimentos de primeiros socorros, assim como falaram posteriormente. Mas no momento, na hora H tudo que queria era ver meu filho bem e não imaginava que daria conta de fazer algo certo. Sei lá...

Não faço idéia de como me arrumei, como organizei as coisas para saírmos de casa. O que sei é que o único que estava animado para levar o irmão no hospital era o Felipe. Nunca vi igual. Adora dentista, médico e pediatra.

Durante o trajeto para o hospital, assim que entramos na rodovia Thomas começou a chorar e, em seguida, ao cuspir a chupeta coloquei novamente a mão na boca dele e tirei um pedaço de plástico. Inacreditável!

Observamos mais um pouco e chegamos a conclusão que estava tudo bem. Que tudo havia passado! A ânsia, o incomodo, nosso nervoso e tudo mais.

Enquanto retornávamos para casa Felipe dizia: “- Não! Não! Thomas krank (doente)! Thomas no médico!” Ele continuava insistindo que deveríamos passar a tarde no hospital.

Olha... que SUSTO!

Conversamos de onde surgiu aquele pequeno pedaço de plástico (como uma folhinha de papel) e logo vimos que Thomas havia retirado do decodificador de satélite (aparelho que fica em cima do DVD).
Mexe aqui, mexe ali! Nessas horas queria ter olhos de binóculos.


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