Inverno


Frio

  
Nada melhor que o passar do tempo para a gente se acostumar com certas coisas. Esse ano posso dizer que estou encarando o inverno de uma outra maneira, mais animada e quentinha. Quentinha mesmo, já me acostumei a ter que me vestir, por exemplo, da seguinte maneira antes de sair de casa: colocar meia calça de lã ou “Thermo-Strumpfhosen”, calça jeans, meia grossa nos pés, bota, camiseta de manga comprida, gola rolê ou “Thermoshirt”, malha de lã ou “Fleecejacke” (muito comum por aqui, é aquela malha bem fofinha, parecendo um algodão), casaco, luvas e cachicol. Uma coisa que ainda acho difícil de usar ou sei lá ainda não encontrei um que gostasse bastante e que ficasse bem é o chapéu que esquenta a cabeça e as orelhas; conhecido como gorro ou “Mütze”. Mas já sobrevivo com os capuzes dos casacos.

 Apesar de me sentir quentinha ainda sofro um pouco quando tenho que sair no frio, seja para buscar o Felipe na escola ou mesmo passear. Digo sair no frio, mas sair no frio mesmo. Considerem abaixo de – 6 graus. Até que esse inverno tenho me arriscado mais, saimos bastante para passear. Além disso, como é gostoso sair para depois voltar e sentir a casa quentinha, tomar um belo chá. Agradeço imensamente!
Posso dizer que ainda preciso curtir mais o inverno ou mesmo a neve que acho tão linda. Acho que com o tempo vivendo aqui a tendência é melhorar. Agora, para meu marido e meus filhos não tem tempo ruim. Eles aproveitam e vibram pelos dias mais frios e com neve. Uma animação só!!!

Esse final de semana mesmo como foi bonito. Tivemos um final de semana com céu azul, azul. Olhando pela janela até parecia um belo dia de verão, mas abrindo a porta da casa parecia abrir a porta do freezer. Que gelo! Estava tão frio que o Boris resolveu descongelar o freezer, deixando as gavetas no jardim. E não é que após o freezer estar completamente descongelado os alimentos lá fora continuavam iguais.

Nesses dias de céu azul a tendência é ser bem frio, mas muito frio. Fica em torno de - 9 graus. Ontem (30.01 - domingo) meus amores aproveitaram a tarde para passear, lógico que Felipe deu como sugestão irem ao parquinho. Sabem como eles voltaram? Voltaram parecendo pinguins. Por mais que estivessem bem agasalhados, o rosto não escapou. Senti o gelo que estava lá fora quando fui dando um abraço e beijo em cada um. Que gelo.. que frio que encararam durante o passeio. Corajosos!!!

Neve
A chegada do inverno traz tristeza e depressão para muitas pessoas. Tem o fato de o dia ser mais curto, se assim posso dizer, já que começa a escurecer bem mais cedo. Engraçado mas quando são 17h já parece que são 21h! Os alemães não deixam de realizar suas atividades (trabalhar, passear, fazer caminhadas, andar de bicicleta - nos dias que não está nevando), mas recolhem-se mais cedo. Normalmente as pessoas tendem a ficar mais em suas casas, aproveitando o que tem de bom e pode-se fazer na casa quentinha nessa época do ano. Exemplos:

- tomar um belo chá ou sopa;
- assistir televisão;
- fazer serviços domésticos (não é algo tão bom, mas é necessário);
- dormir juntinho com o marido, ou mesmo, com o filho;
- desenhar, ler, escrever;
- fazer arrumações nos armários;
- assistir DVDs;
- cozinhar;
- ficar na Internet.

Enfim, dá para curtir muito o ambiente interno. Lógico que bate uma pequena depressão de vez em quando, já que o contato com as pessoas acaba sendo menor. Ainda mais no meu caso que tenho pouquíssimas pessoas ao meu redor. O ideal é se ocupar! Brincar com os filhos, brincar com os filhos, brincar com os filhos, conversar e assistir filmes com o marido, fazer ginástica, ler e escrever.

Apesar desse inverno que traz um pingo de tristeza, tem a neve que traz muita alegria. Digo isso pois não é somente para nós - brasileiros, mas percebo que os alemães - vizinhos - também encontram satisfação e animação nos dias com neve. Vê-la caindo aos pouquinhos, depois aumentando a quantidade e o tamanho dos flocos transmite uma sensação tão gostosa! Uma delícia vê-la pela janela, caminhar, sentir os floquinhos de neve caindo no rosto e ver outros ficando no casaco.



A paisagem nessa estação do ano é belíssima. Como é lindo ver tudo branquinho! Adoro ver os telhados das casas e, principalmente, as árvores. Ficam belas camadas de neve em cima dos galhos e das folhas.
Agora, para quem pode ficar olhando a bela paisagem pela janela ou dar voltinhas rápidas pelo bairro é uma maravilha. Diferente para as pessoas que precisam trabalhar e se locomover de um lado para outro, para longe. Nesse caso, a neve dificulta e também traz alguns perigos. Durante essa estação do ano, a primeira coisa que se deve fazer é trocar os pneus do carro por "pneus de inverno". Eles apresentam uma borracha mais mole para aderirem melhor ao asfalto no frio. Eles também apresentam um desenho especial que faz ter uma tração melhor na neve e no gelo. Fora isso, precisa ter muita atenção e dirigir com cautela. 

Nos dias e noites que nevam bastante muitas pessoas ainda correm o risco de saírem de casa ou do trabalho e encontrarem o carro no seguinte estado...rs rs rs O que você faria nessa hora? Pegaria um ônibus? Um trem? Voltaria para casa a pé? Situação complicada, hein!?

Bom uma solução é ficar um bom tempo tirando a neve de volta do carro, assim como fazemos sempre na varanda ou na frente da nossa garagem. Agora, precisa ter o material apropriado quando envolve neve: pás, raspador de gelo do vidro do carro, vassoura que raspa o gelo do chão,  pedrinhas para jogar no chão que nos dão maior aderência ao caminharmos e sal para derreter o gelo.


E depois dessa neve toda sabe o que acontece a depender da temperatura? A neve derrete e vira gelo novamente. Podemos observar nos topos das casas os "Eiszapfen". Traduzindo vejam a foto:

Mas também corremos o risco pois no chão se formam os "Glateis", ou seja, as camadas de gelo. Já pensaram numa caminhada com esse tempo? Com os "Glateis" nas calçadas? É um perigo para todos. Precisamos ter sapato com solado apropriado e, mesmo assim, se não tomarmos cuidado... Tibum no chão!!! Sabem que muitos idosos não saem de casa quando a temperatura está assim e há formação dessas camadas de gelo. Eles evitam ao máximo, pois uma queda pode trazer grandes lesões. Em ruas muito movimentadas a prefeitura atua jogando as pequenas pedrinhas que nos ajudam a caminhar. Mas, ainda assim, é perigoso!

Quando a temperatura esquenta e a neve começa a derreter aí vem a parte feia da paisagem. Começam a surgir os "Schneematsch", que nada mais é do que uma meleca: neve misturada com sujeira. A paisagem deixa de ser branquinha para ficar marrom e preta em alguns lugares. Inevitável!


O mais interessante é o ciclo desse fenômeno meteorológico. Quando a gente pensa que acabou de nevar, que não tem mais nos telhados e pelas ruas, que o "Schneematsch" se foi... começa tudo outra vez. Então, vamos aproveitar novamente! A neve, a natureza, o inverno, todas estações do ano!!!!

Para finalizar esse post vejam que vídeo divertido! Olhem só o que pode acontecer após cair a neve!

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Bexiga


Você sabia que a Bexiga,  "Luftballon" ou Balão de ar aqui na Alemanha demora muito para murchar e estourar? rs

Inacreditável mas demoram mesmo! Sorte das crianças que gostam bastante, não é mesmo? Elas podem ganhar de brinde ou mesmo numa festa de aniversário, levarem para casa e continuarem brincando com a mesma bexiga, sem vê-la murchar.

Desde que chegamos aqui o Felipe sempre ganha do vizinho (pois o mesmo freqüentemente ganha de brinde em diferentes lojas). Felipe adora brincar com as bexigas, jogando-as para cima ou mesmo chutando-as de um lado para o outro. Até o Thomas, se rastejando pelo chão, vai atrás delas. Nessa brincadeira, passa um dia, outro dia e assim vai, as bexigas continuam pelos cantos da casa.

Agora, o que você faria no meu lugar se visse sempre as bexigas espalhadas? Se elas atrapalhassem você durante a limpeza da casa? Pois vocês sabem também que elas não ficam onde desejamos e a colocamos. Temos que ter muito cuidado para fazer isso. Mas voltando ao assunto, sabem o que preciso fazer? Preciso pegar a tesoura da cozinha (aquela de cortar frango, quebrar nozes) e BUUUUUMMMMMM. Estourá-las! Uma por uma! Maldade!!! Ah, faço isso somente depois que eles já brincaram muito. E sei que logo, logo ganharão uma ou aparecerá de algum lugar uma outra.

Agora, lógico que se enchermos demais,  facilitará para que ela estoure depressa. Um dia aconteceu isso, foi um tremendo barulho que fez Felipe e Thomas chorarem.

Na festa de aniversário de 3 anos do Felipe enchemos algumas bexigas. Hoje fico pensando que se não tivesse dado o fim nas poucas bexigas, correríamos o risco de tê-las para o aniversário de 4 anos. Mas impossível, pois as mesmas continham o número correspondente a idade. Ufa!!! Vai que o Boris gosta da idéia de manter as bexigas para o próximo aniversário. Já imaginaram? rs rs rs

Acredito que a duração da bexiga sem murchar só pode ser pela qualidade da confecção. Como não tenho detalhes sobre o material, sobre o que faz deixá-las assim, ainda vou pesquisar... Mas que elas são diferentes das bexigas do Brasil, ah.... isso são!!!
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Parabéns São Paulo!



Que saudades de São Paulo! Cidade onde nasci, cresci e vivi até meus 30 e... anos. Impossível deixar de fazer uma homenagem, mesmo que já tenha passado a data! Até pouco tempo atrás estava acostumada com o dia 25, bem comemorado por ser feriado. Nesse dia sempre descansava e dificilmente realizava grandes passeios. Hoje morando na Alemanha esse dia é marcado em meu calendário, pois é aniversário da cidade onde morei tanto tempo e tenho uma bela história de vida. Fico feliz em recordar, lembrar dos lugares que conheci e dos momentos especiais em diversos lugares da cidade.

Essa grande metrópole, que foi fundada em 25 de janeiro de 1554, com aproximadamente   11 244 369 habitantes; tem características marcantes que encantam e, ao mesmo tempo, preocupam todos nós. Sabe-se que por ser uma cidade grande apresenta pontos turísticos bastante interessantes como: Parque do Ibirapuera, Museu do Ipiranga, Museu de Arte Sacra e Mosteiro da Luz, Museu da Língua Portuguesa, Mercado Municipal, Liberdade, MAM, MASP, Jockey Club, Jardim Botânico, Edifício Itália, Brás - Bom retiro - Rua 25 de Março, Avenida Paulista e outros.

Devido suas características e seu desenvolvimento, São Paulo atraiu muitos imigrantes. Hoje tem a maior colônia de japoneses fora do Japão. Além dos imigrantes, sabemos também que atraiu muitos migrantes principalmente das regiões norte e nordeste; ocasionando um crescimento descontrolado e desordenado.

Os reflexos disso são a presença de favelas em regiões nobres (por exemplo: Campo Belo, Morumbi), trânsito intenso, falta de transporte coletivo, além dos problemas de inundação no verão. Por seu tamanho também, o controle da criminalidade é muito difícil. Porém, é uma região que apresenta uma renda per capita extremamente alta.

Considerando tudo isso, mesmo gostando de morar em São Paulo, nos últimos anos, vivendo lá, comecei a pensar no futuro. Não só no meu futuro, mas principalmente da minha família. Depois que engravidei e tive o Felipe, o excesso de cuidado e amor fez com que eu repensasse cada dia ao ter que sair de casa à noite, em ter que fazer certas coisas na rua. A falta de segurança foi me deixando assim... Diariamente ouvia uma história que me levava a pensar: Será que... Conseguirei criar meu filho aqui? Quero que meu filho cresça vivendo nessa cidade? Ainda não tenho resposta para essas perguntas...

Isso e outras coisas como (falta de tempo, a correria do dia a dia) influenciaram minha decisão em também querer, ao menos “tentar” morar, viver em outro lugar.

Hoje moro numa cidade pequena ao sul da Alemanha que faz parte do distrito de Regensburg. Atualmente Regensburg tem cerca de 182.400 habitantes e Sinzing cerca de 7447 habitantes. Comparando a São Paulo mudei para uma cidade menor, mas BEM menor. Me lembra muito uma cidade do interior de São Paulo...rs

São países e cidades muito diferentes! Acho que ambas deixarão lembranças importantes. Quero continuar conhecendo essa pequena cidade para quem sabe me encantar, assim como São Paulo. Que saudades de São Paulo! Quero muito poder visitar e reencontrar lugares que tenho grande fascinação. E já aviso de antemão que quero reencontrar cada lugar especial ao lado dos familiares e amigos. Lugares que vocês já sabem bem... lugares que gostávamos de ir juntos!

Viva São Paulo!!!
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Sinto falta de...

Como tem dia que é difícil continuar insistindo e ser idealista pensando que tudo vai ser diferente. Desde que cheguei tenho muitas idéias e muita força de vontade para tudo. Nem sei bem de onde aparece toda a coragem e determinação para fazer as coisas por aqui. Mas sigo em frente... Sigo em frente, pois sei que um tanto depende de mim. Além do mais, sempre tenho algumas frases na minha cabeça que me colocam adiante. Frases que já escutei da minha mãe e de amigas como: "Nada dura para sempre!",  "Viva um dia de cada vez",  "Aproveite a chance que está tendo",  "Seja corajosa".

Com tudo isso, estou seguindo e fazendo de tudo para ser feliz. Agora, sou feliz quando estou com meus filhos e com meu marido maravilhoso. Amo eles de paixão!!! Eles me fazem feliz!!! Agora, em muitos momentos, me sinto sozinha. Sinto falta de... pessoas. Sinto falta da família por perto, sinto falta de amigos, sinto falta de pessoas que falam o mesmo idioma e que pertencem a uma mesma cultura. Será que vocês me entendem? Talvez não! "Muitas vezes quando se está presente na cultura, com milhares de pessoas parecidas e com aspectos em comum tudo se passe despercebido" (adorei essa frase que li no relato de uma pessoa que também se mudou para a Alemanha e, também, sem falar alemão. É a pura verdade!).

Desde que nascemos convivemos com outras pessoas, dependemos de outras pessoas para o bem estar, para nossa vida. É por isso, que aqui, a cada dia, passei a valorizar mais as pessoas que sempre estiveram por perto de mim. Hoje sinto urgência de me relacionar com outras pessoas também, com pessoas que agora vivem realmente perto de mim. Pessoas até então desconhecidas, mas que logo logo estarei próxima, pois com determinação voltarei a estudar e a me comunicar com todos a minha volta. Acredito! Não quero fazer grandes amizades, mas quero saber me comunicar com o atendente, questionar ou elogiar a professora do meu filho etc. Ter um contato maior! Me sentir um pouco mais próxima e com um sentimento um pouquinho maior de pertencer a um lugar até então bastante desconhecido.

Pois sei bem e venho pensando seriamente que amizade nós temos... que contato nós temos... assim como Boris sempre me diz: Por aproximação em determinado período da nossa vida! Por certos momentos da vida! Quando os objetivos são comuns! E se durar para sempre, sei lá... era pra ser!

Isso, às vezes, me chateia bastante. Não queria que o percurso da vida de cada um fosse assim. Mas preciso respeitar, pois tudo tem seu tempo e, realmente, nada é por acaso. 

Estou chegando a conclusão que meu tempo, o agora, hoje, é de viver intensamente os momentos, de me ouvir mais, aceitar e colocar em relevância meus desejos e valores, de aproveitar cada segundo ao lado do meu marido e de meus filhos. De viver o que a vida está me proporcionando nesse lugar. Muito nesse tempo (1 ano e 8 meses), queria fazer de conta que não estava aqui, que ainda pertencia a um grupo de amigas, a uma cidade, a um ambiente de trabalho, a uma rotina que já não me fazia mais parte. Isso demorou para mudar!

Mas daqui pra frente farei melhor, viverei intensamente para superar cada obstáculo que ainda surgirá nesse processo todo de mudança. Estando confiante de que tudo há de ser melhor! Melhor ainda!

O apoio do meu marido é imprescindível para isso e a cada dia tenho mais e mais.

Quanto ao que ficou, ao que passou... ficam as boas lembranças! Quanto as pessoas, essas farão parte do meu coração para sempre; principalmente aquelas que sempre me apoiaram, incentivaram e mostraram muito do certo e errado. Pessoas que hoje, mesmo distantes, se mostram bastante próximas! Agradeço as poucas pessoas que se fazem presentes, pois sinto falta de...
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Convívio com dois idiomas



Cada dia Felipe está falando mais e mais, ora em alemão, ora em português...

Nós temos a seguinte conduta: Boris fala somente em alemão com ele e eu em português. Temos percebido que desde que entrou na escola sua fala está expandindo, tornando-se um pequeno tagarela. Também era de se esperar, já que está rodiado de pessoas que só falam alemão. Sabem que em casa percebo que está muito envolvido com a língua e tem respondido minhas perguntas, conversado comigo muito mais em alemão do que em português. Tanto que em muitos momentos não entendo o que quer dizer, primeiro pela dicção e segundo pelas palavras que aparecem.

Aí está o início de tudo: ser alfabetizado e ter que conviver com os dois idiomas! Estou incluída nisso (nada fácil...risos)

Temos vivido momentos engraçados ao lado dele por conta de suas descobertas. Tem ampliado muito o vocabulário (nas duas línguas) e tem falado coisas interessantes, divertidas; enfim, do jeito que criança diz quando está aprendendo. Agora, chama muito minha atenção o quanto está presente o sotaque quando fala em português. Dou boas risadas!

Quero compartilhar com vocês algumas situações interessantes e divertidas:

* Num belo sábado cinzento (há umas duas semanas atrás) Felipe acordou e foi para a cozinha onde estava colocando a mesa para o café da manhã. Rapidamente ele disse:
"- Mamy,  Wie viel Uhr?"  /  "- Mãe, Que horas são?"
Eu não entendi nada, pois ele falou muito rápido emendando as palavras. Ele falou novamente... Eu tornei a não entender.... Fui ficando brava e falei para ele.
"- Felipe fala em português!!!"
Nesse momento, o Boris que estava no quarto disse:
"- Ele está perguntando:  Que horas são!"*

Agora onde já se viu uma criança com apenas 3 anos de idade começar a fazer essa pergunta. Achei o máximo, ainda mais em alemão!!! Mas óbvio que quem queria saber as horas era o folgado do pai dele que ainda estava deitado na cama. E agora que ele aprendeu não para mais de perguntar.

* - Outro dia estava colocando o Felipe para dormir e estávamos deitado juntos na cama. De repente, ele virou e bateu a cabeça na minha. Logo olhou para mim e disse:
"- Chulgon mamy!"
Pedi para ele repetir e ele disse:
"- Chulgon mamy!"
Na verdade, estava querendo dizer Entschuldigung! Desculpe mamy!*

Para quem nunca ouviu a pronúncia dessa palavra pode achar estranho e sem graça o que contei, mas não para quem conhece e sabe falar essa enorme palavra.
Sabem que eu mesma demorei muito para aprender a falar. Lembro bem que quando cheguei na Alemanha e comecei a fazer o curso, minha amiga Lilian e eu ficávamos repetindo, repetindo....

* Outro dia o vizinho, no qual o Felipe chama de Opa (vovô), estava tirando dois grãozinhos de neve da calçada, sua maior diversão durante o inverno. Enquanto aguardava cair mais flocos de neve do céu, se entretinha jogando um punhado de neve acumulado no chão de um lado para o outro.  
Felipe que estava até então andando de bicicleta, viu o vovô com a pá e com a maior ingenuidade do mundo perguntou:
"- Opa, tá fazendo?"
O vizinho ficou com cara de paisagem olhando para o Felipe e tentando decifrar alguma palavra. Sem obter resposta, Felipe repetiu:
"- Tá fazendo?"
Nesse momento, o vizinho olhou para o Boris que estava rindo da situação. Nisso o Boris falou: "- Felipe fala em alemão!"
Sabem que o vovô ficou aliviado que o problema dele não era surdez, mas sim o idioma....*

Felipe está na fase de fazer essa pergunta. Para tudo e para todos ele pergunta: "-Tá fazendo?" O mais engraçado é que ele está vendo, mas precisa da confirmação e de todos os detalhes.

*Numa tarde, após voltar da escola, Felipe estava assistindo um filme. Thomas estava no carrinho ao seu lado brincando e procurando alguma coisa para se distrair. Começou a dar pequenos gritos e a balbuciar pequenos sons (sons que Boris interpreta como sendo Papai, mas lógico que logo serão Mamãe). Como Thomas estava ficando cada vez mais empolgado com os seus sons, Felipe foi ficando irritado e aí olhou para ele muito sério e disse:
"- Thomas!!!! Que menino chato!!!!!!"*

Tenho que confessar que isso ele aprendeu comigo, pois muitas vezes que estou brava com ele o chamo de Menino chato. Viram só... está conectado a tudo que dizemos...
Outro aspecto interessante é que Felipe sempre fala com o Thomas em português, reproduzindo muito do que Boris e eu dizemos para ele.

* Felipe tem um amigo que se chama Maximilian. Eles se aproximaram e brincam muito na escola. Na terça-feira fomos convidados para irmos na casa dele. Então, lá fomos nós (Felipe, Thomas e eu).
Num certo momento, enquanto os meninos brincavam, a mãe do Maximilian nos convidou para um lanche. Logo Felipe entusiasmado continuou brincando com tudo de novo que encontrou ali. Nós estávamos sentados à mesa, quando falei:
"- Felipe, vem comer um pedacinho de bolo e tomar suco de maçã. Depois você brinca mais!"
Nesse momento, foi engraçado, pois o Maximilian (amigo do Felipe) que estava ao meu lado, olhou para a mãe e disse:
"- Eis gibts es nicht!" Querendo dizer: Não tem sorvete!"
Birgit (mãe do Maximilian) logo entendeu e falou para o filho:
"- Ela está falando com o Felipe em português."
Nesse momento, tentei explicar em alemão o que havia dito para o Felipe.*

Olhem só que confusão e como as crianças pensam. Maximilian entendeu mais como Eis (sorvete em alemão). Na verdade, a pronúncia é praticamente igual, pois o EI em alemão tem som de AI.

Gostaram? Sim! Então, aguardem que em breve darei continuação, contando mais sobre as situações embaraçosas e divertidas.
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Ser criança


Como é bom ser criança! Lembro que tive uma infância muito gostosa, no qual brincava de boneca, de casinha, de escolinha,  freqüentava clube (o adorável parquinho e suas piscinas), fazia passeios com meus pais e irmãos e curtia as festas de aniversário com bolos decorados e brigadeiros feitos por minha mãe. Brincar na rua, na minha época, enquanto era criança, já foi mais difícil devido a segurança. Hoje em dia pensando na vida, em uma cidade grande como São Paulo, ainda é mais difícil. Há pouca segurança e mesmo as brincadeiras de rua foram se perdendo e sendo esquecidas para o espaço de dentro das casas, condomínios e tecnologia. Agora, não é porque não moro mais em São Paulo que estou escrevendo isso. Muito pelo contrário, acho que tem espaços interessantes para se divertir. Os parques, por exemplo, são espaços que devem ser aproveitados. Que por sua amplitude possibilitam que as crianças andem de bicicleta, empinem pipas, corram, brinquem de esconde-esconde, no balanço etc. Pouco a pouco os lugares para diversão foram sendo alterados, ganhando outra dimensāo.

Mas estou aqui, pois quero falar do quanto aprecio ver a felicidade das crianças. O quanto é bom ser criança aqui na Alemanha. Por que na Alemanha? Porque identifico uma grande diferença entre ser criança no Brasil (em São Paulo) e aqui onde moramos. Se estivéssemos morando em São Paulo acredito que a rotina do meu filho seria em torno de ir para a escola, brincar em casa, de vez em quando na casa de um amigo ou primo, na casa dos avós, participar de alguma aula extra, brincar no parquinho do condomínio e passear com os pais para outros lugares, como: parques, museus, etc. Mas aqui é diferente! Tem a questão da segurança (acho que 90% rs) no qual as crianças ficam na varanda da casa, ou seja,  na área externa. 

Além disso, lembro-me bem do quanto fiquei encantada com os parquinhos quando cheguei na Alemanha. Encantada com a quantidade em cada cidade, com a diversidade de brinquedos e principalmente com a qualidade. Vocês pensam que tem brinquedos quebrados ou pichados? Muito pelo contrário, observa-se freqüentemente homens da prefeitura limpando, trocando, organizando e colocando novos brinquedos no espaço. Digo brinquedos referindo-me ao balanço, gangorra, gira-gira, casinha com escorregador, trepa-trepa, etc. Logo que cheguei aqui acho que minhas amigas (educadoras também) chegaram a receber muitas fotos desses espaços. 

O mais interessante é que eles são freqüentados por avós, pais e crianças. No verāo, junto com a vizinha (uma das pessoas mais próximas) e seus filhos, fomos passar a tarde e fizemos piquenique. Outro dia fomos novamente e encontramos com  crianças que sāo do mesmo Kindergarten (Jardim da Infância) que o Felipe. Também tem outro agravante que é: parece que as mães tem mais tempo para seus filhos e se dedicam mais à família (mas sobre isso falarei em outro post). 

Com tudo isso, as crianças são mais felizes! Aproveitam intensamente a companhia da mãe, a área externa e posso dizer que cada estação. Quem pensa que as crianças sofrem no inverno, no período de chuva está muito enganado. Aqui tudo é planejado, elaborado e vivido como tem que ser. Na primavera, as crianças plantam e cultivam as flores. No verão, aproveitam os lagos, piscinas e parques. No outono, brincam com as folhas, pisam no barro e nas poças. No inverno, brincam e muito na neve. Não se incomodam nem um pouco! Quem se incomoda são os adultos! Mas tudo é uma questão cultural e de costume.

Lembro que quando começou o inverno passado pensei:  E agora, não vou mais sair de casa? Tinha que ir ao supermercado, levar o Felipe para a escola, ir ao médico realizar o pré natal e.... a vida continuava. Olhava as pessoas na rua preparadas e numa boa encarando o dia mais cinzento. Foi assim que, pouco a pouco, fui começando a olhar para cada estação e o que de bom ela também tem a oferecer. Hoje ainda sofro um pouco, mas sei que meu filho é feliz e tem aproveitado cada minuto que está lá fora: seja mergulhado na poça, tirando a neve da frente da garagem, voltando da escola e passando por canteiros cheios de lama, na chuva ou num dia ensolarado. 

Só tenho a agradecer a NATUREZA e a relevância que tem cada ESTAÇÃO DO ANO.


Junho / 2009 - Primeiro parquinho que conhecemos em Regensburg




Junho / 2009

Dezembro / 2009
   









Agosto / 2010




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Thomas - 10 meses




Hoje meu filho Thomas está completando 10 meses. Inacreditável como o tempo passa rápido. Daqui a pouco fará 2 anos que estou morando na Alemanha. 

Sabem que nunca imaginei que fosse conseguir superar tudo que tenho vivido e, por exemplo; ter um filho em outro país. Desde quando era solteira sempre dizia que queria ter filho enquanto fosse nova para poder curtir de verdade e aproveitar muito ao lado deles. Mas as circunstâncias da vida fizeram com que fosse um pouquinho diferente. Boris e eu casamos em 2003. Queríamos ter filhos, mas decidimos curtir um tempo e sempre pensávamos com a razão e menos com a emoção, com tesão...rs. Primeiro achamos importante ter um apartamento, depois fomos dando prioridade ao trabalho. Posso dizer que eu fui abraçando cada vez mais a sala de aula, o trabalho de formação de professores e Felipe chegou somente em 2007. Foi bom, mas já não tive o primeiro filho tão novinha assim rs rs rs

Em maio de 2009 mudamos para cá e Felipe nem tinha 2 anos de idade. Uma mudança e tanto! Ele ainda muito pequeno, algo que consideramos para que houvesse uma boa adaptação.

Hoje quando converso com Boris sempre falo para ele: Por que será que não fizemos isso antes? Antes de ter filho? Mas ao mesmo tempo que pergunto, já tenho a resposta. Sabemos que nem tudo acontece da melhor maneira, que certas coisas não tem explicações e acontecem no tempo destinado. Por isso, já tínhamos em mente que teríamos logo outro filho e olhem que foi por pouco que não fiz toda a mudança grávida. Seria uma loucura, né? Mudar para um país no qual a cultura é muito diferente, sem fazer idéia de como tudo seria no início. Além do mais, sem falar quase nada do idioma. 

Mas esperamos a mudança e após um mês e meio vivendo em Regensburg recebemos a notícia de que estaria grávida novamente. Um belo presente, mas um tanto desafiador no atual momento! Ficamos muito felizes, pois queríamos dar um irmão para o Felipe sem deixar  ser muito grande a diferença de idade entre eles. 

Não vou dizer que foram 9 meses tranqüilos para mim. Passei muito bem de saúde, mas tinha toda a preocupação em relação ao enxoval, a nova casa, a minha adaptação, a adaptação do Felipe, o distanciamento da família e, o principal, como seria ter um bebê em outro país, de uma outra maneira (sendo parto normal) e em outra maternidade. Mas o que foi mais difícil para mim nisso tudo foi o fato de não falar alemão, de ter que me comunicar e resolver tudo por gestos, com os conhecimentos básicos do alemão e mesmo do inglês. Além, é claro, de depender do meu marido para quase tudo.

Mas o tempo passou...

Thomas nasceu de parto normal. Foram muitas horas de contrações no qual a dor tomou conta de mim. Mas no fundo do meu coração tinha a certeza de que tudo daria certo e que conseguiria passar por mais essa etapa da minha vida. E passei mesmo! Meu marido e minha mãe (que veio do Brasil para ficar ao meu lado) me ajudaram muito! 
Hoje tenho que dar os parabéns para o Thomas. Um filho lindo, com belos olhos e com um sorriso encantador. Chegou para alegrar ainda mais a vida da nossa família, trazendo muita força e coragem para mim. 

Tenho ele por perto, sendo meu companheiro desde que nasceu. Digo companheiro, pois está presente em todos os minutos do meu dia a dia (enquanto limpo a casa está ao meu lado, faz supermercado comigo, fica por perto enquanto estou tomando banho etc.) Me entregar dessa forma (de corpo e alma) para minha família, minha casa e meus filhos mostrou um lado meu que ainda não conhecia, mas que foi ótimo colocar em prática e ver que dou conta, mesmo que de vez em quando o cansaço fala mais alto e a saudade se faz muito presente.

Quero agradecer pela família que tenho e pela presença dos meus filhos irradiando meu dia a dia com muito amor e alegria. 

Mais uma vez... PARABÉNS THOMAS! AMO MUITO VOCÊ!
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Imprevisível



Quem imaginaria que aconteceria isso com você? Certas coisas são mesmo IMPREVISÍVEIS! O que levamos dessa vida? Já pensou sobre isso?

Nada acontece por acaso. Tenho certeza que além de ser uma PARADA OBRIGATÓRIA para você se olhar, se cuidar,  foi também um momento para repensar atitudes e escolhas. Bom, pois sabemos que precisamos respirar e cuidar de nós mesmas. E não adianta só falar, precisamos agir. As tarefas nos consomem o tempo todo, ainda mais tendo um bebê por perto.

Agora, como queria estar pertinho de você nesse momento! Ficar ao seu lado conversando, dando risada ao lembrarmos de situações que vivemos juntas e cuidar um pouco das suas lindas filhas. A distância nos impede, mas o coração não! Tenho feito pensamentos bons todos os dias e lembrado de coisas que me deram muita alegria enquanto morava pertinho de você. Quero compartilhar para que se anime e dê alguns bons sorrisos:

- Desde pequena você cuidou de mim... quase uma mãe! rs
- Como brigávamos por conta de apagar ou acender a luz do quarto. 
- Lembra que divertido os nossos irmãos, principalmente o Marcelo, "assaltando" seus chocolates, bolachas e ovos de Páscoa. Sempre que lembro disso, dou muita risada.
- Que delícia participar e pentelhar o seu namoro com o Roberto. Sempre prestativa deixando João Paulo e eu participar de suas noites de pizza.
- Nossas conversas sobre trabalhos e alunos.
- Nossos passeios no shopping e principalmente nosso cafezinho especial na Kopenhagen. 
- O tempo que ficávamos juntas na praia.
- Todas as comemorações na sua casa (aniversários, meu chá de bebê).
- Pegar emprestado algumas roupas suas, mesmo que ficassem justas. 
- Os apelidos carinhosos que eu e João Paulo demos para você. Lembra de algum?

Como é bom recordar! Dizem que recordar é viver. Recordando todos esses momentos estive mais pertinho de você e quero logo, logo estar bem mais próxima. O tempo nos ajudará e nos veremos em breve.

Enquanto isso, quero se cuide para que possa curtir cada acontecimento (por mais simples que pareça) ao lado de sua família, de nossa família que AMA TANTO VOCÊ!

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Escrever no blog!


Que bacana ter um blog no qual posso escrever diariamente ou sempre que me der vontade. Penso que será muito gostoso, pois além de escrever em português, exercitar a escrita...rs  (já que ultimamente penso muito em alemão), poderei contar o que tenho vivido.

Comecei me animar para ter esse espaço lendo o blog de uma amiga que também morou fora. Achei tão interessante essa espécie de "diário", pois Miruna relatava alegrias, pensamentos, acontecimentos marcantes e lembranças. Cheguei até a entrar em contato com ela para saber mais detalhes do quanto havia feito bem escrever. Penso que além de compartilhar com os familiares e amigos mais queridos, nesse espaço ficará registrado os momentos mais importantes da minha vida. Reler após um tempo será melhor ainda!

Sei que muitas pessoas criam um blog para compartilhar conhecimentos sobre diversas áreas, para compartilhar pensamentos sobre um assunto específico ou mesmo para fazer propaganda do trabalho; mas o meu será destinado a dois aspectos: compartilhar pensamentos que surgem no dia a dia e também curiosidades, descobertas e aventuras do país onde moro. Tenho tantas coisas para contar sobre como é viver na Alemanha, sobre as pessoas, sobre a cultura em si... Será bom, pois ao mesmo tempo que escreverei também aprofundarei meus conhecimentos. Espero que vocês se divirtam!!!

Ah, por último, gostaria de deixar um agradecimento para a Miruna. Lendo as postagens dela, além de me encorajar a escrever; pude encontrar muitos pensamentos parecidos e aspectos vividos em comum. Bom para repensar.... continuar....
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Quem disse que seria fácil?

Somente na visão do Boris tudo seria fácil, mas mudar do Brasil para a Alemanha foi um grande desafio para meu filho Felipe e para mim (já que Thomas ainda estava acompanhando, com risos, tudo lá de cima). Desafio desde o momento que tive que ficar no Brasil sozinha para organizar toda a mudança, pois Boris precisou ir antes para procurar casa, ver carro e, o principal, começar a trabalhar. Nesse meio tempo de organização da mudança para a Alemanha tive que fazer outra mudança rapidamente. Saí do meu apartamento e fui para a casa dos meus pais, já que um hóspede indesejado surgiu e tomou conta do meu apartamento (Qual hóspede? Um rato!!! Dá para acreditar que a empresa que foi retirar a mudança conseguiu deixar isso de presente?). Pensando melhor e pra falar a verdade,  acho que ele surgiu fazendo com quem eu me despedisse logo do meu apartamento, dos meus móveis e de tudo que havia por ali até então.

Mas ao mesmo tempo que fui encontrando alguns obstáculos, sentindo uma tristeza, angústia pela mudança e por ter que deixar tantas conquistas, famílias e amigos do meu país de origem; pensava em tudo que poderia conhecer, descobrir e nas aventuras que poderia viver. Hoje com muita coragem faz 1 ano e 8 meses que estou morando na Alemanha. Continuo precisando de fôlego, coragem, palavras confortáveis para continuar enfrentando tudo que vem aparecendo dia a dia. Compartiho que o amor e alegria dos meus filhos e do meu marido me incentivam muito a não desistir. Mas sinto uma enorme saudade!!!! Ao mesmo tempo que esse sentimento toma conta do meu coração, sei que em breve verei todos que fizeram e fazem parte da minha vida e que curtirei novamente os momentos que marcaram meu tempo no Brasil.

Pensando em tudo isso surgiu a idéia da criação desse blog, uma espécie de "diário" da nossa vida na Alemanha; no qual compartilharemos com todos vocês (familiares e amigos mais queridos) as alegrias (pois temos e muitas!), saudades, lembranças, impressões, descobertas, desabafos e aventuras vividas.

Esperamos que através dele vocês conheçam um pouquinho da nossa vida, matem pelo menos um pouquinho das saudades, vejam o lugar onde moramos e saibam o que se passa em nossos pensamentos. Deixando-nos assim ainda mais próximos!!!


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